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terça-feira, 24 de maio de 2011

Premiê de Israel pede que Abbas rompa acordo de união com Hamas

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta terça-feira "concessões dolorosas" para alcançar a paz com os palestinos, mas disse que não concordará com nenhum acordo que ameace a segurança israelense ou o Estado judeu.

"Os acordos de paz entre Israel, Egito e Jordânia são vitais, mas não suficientes. Temos de encontrar uma forma de forjar a paz duradoura com os palestinos", disse Netanyahu.

Um porta-voz do presidente palestino, Mahmud Abbas, reagiu ao pronunciamento afirmando que é uma "declaração de guerra".

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Em um discurso perante uma sessão conjunta do Congresso dos EUA, onde foi ovacionado de pé em vários momentos, Netanyahu disse que as negociações para chegar a um acordo de paz haviam fracassado nas últimas décadas porque os palestinos não estavam dispostos a aceitar um Estado judeu.

Depois, conclamou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, a romper seu acordo de união com o movimento islâmico Hamas - que não reconhece o direito de existência de Israel - e negociar com o Estado israelense.

"O Hamas não é um parceiro da paz. Continua comprometido com a destruição de Israel. Vamos negociar com a Autoridade Palestina, mas não com a versão palestina da Al-Qaeda", afirmou.

"Rompa seu pacto com o Hamas e faça um pacto com Israel. Assim, não seremos o último país a dar as boas-vindas a um Estado palestino como membro da ONU, mas o primeiro", disse o premiê em referência à intenção da liderança palestina de pedir em setembro à Organização das Nações Unidas o reconhecimento de um Estado.

Em seu pronunciamento, Netanyahu disse que quer e precisa da paz, mas repetidamente rejeitou o que chamou de fronteiras "indefensáveis" que existiam antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967. "Seremos generosos no tamanho de um Estado palestino. Mas seremos firmes onde estarão as fronteiras", afirmou.

Israel, que usufrui de um grande apoio bipartidário no Congresso, não gostou do apoio dado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, a um Estado palestino com base nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, quando Israel capturou a Península do Sinai e a Faixa de Gaza do Egito, a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia e as Colinas do Golan da Síria.

Obama também pediu a retirada completa de Israel da Cisjordânia, algo que Netanyahu disse que seria possível apenas em longuíssimo prazo.

Obama não pediu o retorno exato às fronteiras que Israel tinha antes do conflito. Ele, como os palestinos, está aberto a trocas territoriais para que Israel mantenha os assentamentos que construiu depois de 1967. Entretanto, Obama não ofereceu propostas de como fazer com que os dois lados voltem a negociar. Os palestinos se recusam a dialogar enquanto continuarem as construções de assentamentos israelenses.

Em seu pronunciamento, Netanyahu também reiterou a recusa de Israel de aceitar o retorno de milhões de refugiados palestinos e de suas famílias para Israel. Além disso, manteve que Jerusalém, reivindicada pelos dois lados como sua capital, não seria dividida.

O premiê disse que Israel precisa buscar a paz com os palestinos, o que exigirá "concessões dolorosas" que incluem a entrega de terras na Cisjordânia. "Isso não é fácil, porque reconheço que a verdadeira paz necessitará da entrega de partes da terra natal ancestral dos judeus", disse, referindo-se ao território ocupado da Cisjordânia. "Em qualquer acordo de paz real, em qualquer acordo de paz que ponha fim ao conflito, alguns assentamentos ficarão fora das fronteiras de Israel."

"(Mas) estou disposto a fazer as dolorosas concessões para atingir essa paz histórica. Como líder de Israel, é minha responsabilidade", disse.

Manifestante

Durante o discurso, Netanyahu foi rapidamente interrompido por uma manifestante contrária à política israelense nos territórios ocupados. Alguns minutos depois do início do discurso, uma mulher que estava sentada entre o público levantou-se e gritou: "Chega de ocupação".

A manifestante estava a apenas cinco metros da esposa do primeiro-ministro, Sarah Netanyahu. O premiê israelense fez uma pausa antes de continuar e disse: “Considero uma honra, e tenho certeza que vocês também, o fato de que em nossa sociedade possamos nos manifestar. Não veríamos manifestações desse tipo nos parlamentos ridículos de Teerã ou de Trípoli".

A manifestante tentou brandir uma bandeirola com a cor vermelha, que foi arrancada de sua mão imediatamente por um membro dos serviços de segurança. Ela foi levada para fora da Câmara dos Representantes.

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