Previsão do Tempo

quarta-feira, 30 de junho de 2010

DEM e PSDB anunciam democrata Indio da Costa para vice de Serra

Fim da novela. Após reunião na casa de José Serra, em São Paulo, PSDB e DEM bateram o martelo e indicaram o deputado federal democrata Indio da Costa (RJ) como candidato a vice-presidente na chapa tucana.


Foto: Divulgação
Indio da Costa com Gabeira
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O anúncio foi feito pelo presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, após a reunião, encerrada por volta das 14h40. Além de Serra e Maia, participaram do encontro o prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM). Durante a madrugada Aécio Neves (PSDB), ex-governador de Minas, também articulou as negociações.

A escolha do vice levou em conta o fato de Indio da Costa, que sistematizou o projeto da lei do Ficha Limpa, ser do Rio – segundo maior colégio eleitoral do País - e ter “boa presença" no Congresso.

O impasse em torno da vice ameaçava a aliança entre democratas e tucanos em torno de José Serra na disputa pelo Planalto. Uma semana antes, o PSDB havia anunciado a escolha do tucano Alvaro Dias para o posto, mas a montagem de uma chapa puro-sangue irritou os aliados do DEM, que não abriam mão do cargo e ameaçavam romper a aliança.

Nome aprovado

“Depois de algumas horas de diálogo, desde ontem de madrugada, com o governador José Serra e o governador Aécio Neves, discutindo a questão da vice, fechamos agora o nome do deputado do Rio de Janeiro Indio da Costa, que é um deputado jovem, que tem uma atuação no Rio de Janeiro muito importante, trabalhou de forma muito correta no projeto Ficha Limpa e tenho certeza de que é um nome que vai agregar muito nas eleições deste ano”, disse Rodrigo Maia, ao deixar a casa de José Serra no início desta tarde ao lado do prefeito Gilberto Kassab.

Maia afirmou ainda que a decisão foi tomada por todos os partidos. “Não houve uma decisão do partido A ou B”.

O presidente do DEM admitiu que Indio da Costa tem boa relação com ele e seu pai, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, mas disse que todos os líderes dos partidos que dão apoio a Serra foram consultados. O nome do deputado, disse, foi aprovado por unanimidade.

Sobre o mal estar gerado no Paraná após o recuo na escolha de Alvaro Dias, disse que “as questões estão todas superadas”. A estratégia do PSDB era garantir que o senador Osmar Dias, irmão de Alvaro, não disputasse o governo do Estado para não dar palanque à adversária Dilma Rousseff (PT).

O senador, no entanto, desistiu de tentar a reeleição e tentará se eleger governador. “A questão do Paraná se desfez não por uma vontade do PSDB, se desfez por uma questão local. Foi uma decisão do Osmar”, disse Maia.

Logo após a reunião, o presidente do PPS, Roberto Freire, fez uma breve visita a José Serra em sua casa. Ele afirmou que aprova o nome de Indio da Costa. “Ele tem mais experiência política que a Dilma”.

Freire também comparou indiretamente Indio com o vice de Dilma, Michel Temer (PMDB), e afirmou: “Nada o desabona. Deve, inclusive, ser um diferencial frente a candidatos a vice de outras candidaturas”.

Após a reunião, o tucano viajou por volta das 15h30 para Brasília para fazer o anúncio oficial da escolha.

Banco Central eleva projeção do PIB deste ano para 7,3%

Acompanhando o aquecimento da economia nos últimos meses, o BC (Banco Central) elevou a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 5,8% para 7,3%. Os dados compõem o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quarta-feira pela instituição financeira.

“Esse aumento da projeção está em linha com resultados divulgados no primeiro semestre do ano e reflete melhora generalizada dos indicadores de atividade, sejam pela a ótica da produção ou pela da demanda”, declarou no comunicado.

De acordo com levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB avançou 9% nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2009. Na segunda-feira, Guido Mantega, ministro da Fazenda declarou que não é prudente o País crescer acima dos 5,5%.

No mesmo comunicado, o BC também reavaliou sua estimativa de inflação para este ano. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi reajustado para 5,4%, cerca de 0,2 ponto percentual acima da projeção anterior. A meta do governo para este ano é de 4,5%.

Contusão é grave e ameaça permanência de Elano na Copa

Uma ressonância magnética tardia, realizada na terça-feira pelo departamento médico da seleção brasileira, apontou que a contusão do meio-campista Elano é mais grave do que se imaginava. Com o resultado do exame em mãos, nesta quarta, o jogador e o médico José Luiz Runco falaram em tom de lamentação sobre o problema, que tira o atleta da partida contra a Holanda, na sexta-feira, e ameaça seriamente a permanência dele na Copa do Mundo.

“Infelizmente, agora chegamos a uma conclusão do que eu tenho”, disse Elano, que fez a ressonância porque voltou a sentir dores no treino de terça-feira. “O que ele tem é um edema no osso. Chama-se edema ósseo. Por favor, entendam bem: não é fratura. A recuperação pode levar alguns dias, pode levar algumas semanas ou um mês. Ele vai ficar até o final desta semana fazendo trabalho físico”, explicou Runco.


Foto: Reuters
Elano e Runco na coletiva desta quarta
Questionado sobre o possível corte do jogador, Runco foi cauteloso. “Não seria tão categórico. Diria que ele não joga na próxima sexta-feira. Vamos a cada dia observar como ele vai evoluir e vamos posicionando vocês (jornalistas)”, afirmou.

Runco recapitulou o que aconteceu com o jogador. “O Elano teve um traumatismo no jogo do dia 20. A imagem da televisão é bastante forte”, lembrou, citando a entrada dura do meio-campista Tioté, da Costa do Marfim, no jogo pela primeira fase do Mundial.

O médico explicou que o jogador sentia-se à vontade para treinar, por isso o exame não foi feito anteriormente. “Ele teve uma evolução muito boa, e ele mesmo nos passava isso. Fomos colocando cada vez mais carga de trabalho. Na segunda-feira ele trabalhou fisicamente, e ontem (terça) iniciou o trabalho visando a partida da próxima sexta. E quando ele forçou demais, sentiu um incômodo. O que incomoda é o momento da desaceleração, aquela parada brusca”.

Runco prosseguiu com sua justificativa. "Primeiro eu trato o doente, depois faço a imagem. Caso contrário, viro fotógrafo. Médico é exame clínico e histórico do paciente. Desde Hipócrates é isso. Depois eu faço o exame complementar".

O jogador também saiu em defesa do departamento médico da seleção. "Não foi tomada nenhuma providencia antes por minha causa. Agora temos uma conclusão mais certa", afirmou o meia, referindo-se ao exame de ressonância magnética que apontou o tamanho do problema.

Sem Elano, Daniel Alves deve seguir entre os titulares do Brasil diante da Holanda. A outra dúvida de Dunga também está no meio-campo. Felipe Melo, que se lesionou diante de Portugal, vai treinar nesta quarta-feira e tem chance de enfrentar a Holanda. O mesmo vale para Júlio Baptista. Ramires, suspenso, não joga pelas quartas de final.


Foto: Getty Images
Elano leva solada do marfinense Tiote. O árbitro Stéphane Lannoy não marcou falta no lance
Jogador reclama de critérios da arbitragem
Chateado com a contusão que pode tirá-lo da Copa, Elano aproveitou para criticar os árbitros. Segundo ele, os jogadores faltosos não estão sendo punidos de maneira correta: "No momento do lance (entrada de sola do marfinense Tiote), mesmo com dor, falei com o árbitro que ele nem tinha dado falta. O Runco me disse que, se estivesse com a perna fixa no chão, poderia ter quebrado", disse. "Os árbitros estão errando muito e não estão sendo punidos. Quem erra tem que ser punido", completou.

Elano também mostrou-se frustrado por ter se machucado justamente em um momento no qual vinha se destacando: "Quando comecei a minha preparação para a Copa do Mundo, coloquei que esse era o objetivo principal da minha vida. É um sentimento difícil, porque a Costa do Marfim está fora, e eu estou aqui, com dor, querendo voltar para ajudar, e não posso", finalizou o meia, autor de dois gols no Mundial.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Pesquisa confirma Dilma cinco pontos à frente de Serra

Uma nova pesquisa do Instituto Vox Populi confirmou uma dianteira de cinco pontos da petista Dilma Rousseff sobre José Serra (PSDB), na disputa pela Presidência da República. O levantamento foi feito entre 24 e 26 de junho com 3.000 eleitores e tem margem de erro de 1,8% para mais ou para menos.

Segundo o instituto, Dilma tem 40% das intenções de voto e Serra 35%. Marina Silva, do PV, conquistou 8% da preferência do eleitorado. Os votos brancos e nulos somam 5%, e 11% dos ouvidos não sabem em quem votar.

Em um eventual segundo turno, a petista teria 44% das intenções de voto e José Serra, 40%.

Candidatura de Álvaro Dias a vice de Serra subiu no telhado O comando do partido Democratas deixou o hotel Emiliano, em São Paulo

O comando do partido Democratas deixou o hotel Emiliano, em São Paulo – onde estava reunido com a cúpula do PSDB –, praticamente rifando a candidatura de Álvaro Dias para vice de José Serra.

O presidente do partido, Rodrigo Maia, não recuou uma vírgula nas suas críticas à indicação do senador tucano do Paraná sem que o partido fosse consultado.

Até o senador José Agripino Maia (RN), antes o mais moderado dos Democratas, saiu dizendo que só há uma solução:

– É preciso zerar o jogo. Recomeçar as conversas como se nada houvesse sido decidido ou discutido antes.

Juntando isso tudo com a forma apressada com que os tucanos deixaram o hotel Emiliano, sem falar com ninguém, temos todos os sinais de que a candidatura de Álvaro Dias corre sério risco de ser enterrada.

Seguindo exterior, Bovespa tem forte queda nesta terça

Notícias negativas dos Estados Unidos e China, combinadas com o medo de repique na crise europeia, impulsionaram o pessimismo nos mercados de ações, e levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar em forte queda nesta terça-feira (29).
O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, chegou ao final do pregão com queda de 3,50%, aos 61.977 pontos. Ao longo do dia, foram negociados R$ 7,63 bilhões.
Já desanimados com a divulgação de um dado mostrando uma forte desaceleração da economia chinesa em abril, os investidores souberam que a confiança do consumidor nos Estados Unidos desabou em junho.
O índice acionário chinês fechou na mínima em 14 meses, enquanto o europeu encontrou o piso em 3 semanas. Os principais indicadores acionários de Nova York recuaram ao redor de 3 por cento.
As ações preferenciais da mineradora Vale, representando 19,59% do volume de negócios total, caíram 4,83%. Já os papéis preferenciais da Petrobras, o segundo da lista de negócios, sofreram baixa de 2,26%.
Entre os principais valores do pregão, a queda mais acentuada foi registrada pela petrolífera OGX, cujas ações ordinárias perderam 6,89%.
"Hoje os astros se alinharam negativamente", resumiu Ernesto Leme, CEO da Claritas Wealth Management.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ameaça de bomba fecha terminal no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos

Uma suspeita de bomba no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, isolou um dos terminais de desembarque na noite de domingo. Segundo a Polícia Militar, uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais explodiu o artefato por volta de 1h40 desta segunda-feira. Não houve danos ou feridos.

Uma investigação será aberta para saber se havia explosivos no objeto que, segundo a polícia, se parece com uma granada. Até o momento, nenhum suspeito foi detido.

De acordo com a Polícia Civil, um ladrão roubou uma mulher no estacionamento do aeroporto e, antes de fugir, entregou uma carta a ela. Nela, havia informações sobre uma suposta bomba, dentro de uma sacola abandonada, próximo a um caixa eletrônico no terminal 1. O local, no andar térreo, é o ponto de desembarque de passageiros.

Após o assalto, a vítima acionou a polícia, que isolou a área. Um robô foi utilizado e, operado à distância, retirou da sacola o objeto, que foi levado até uma área externa do aeroporto, onde houve a explosão.

Segundo a Infraero, as operações de embarque e desembarque prosseguem normalmente.

Em convenção tucana, Aécio critica alianças 'à força'

Insistindo na estratégia de vincular a candidatura adversária à ameaça de retrocesso, o PSDB de Minas Gerais realizou neste domingo sua convenção estadual para formalizar as candidaturas do governador Antonio Anastasia à reeleição e do ex-governador Aécio Neves e ex-presidente Itamar Franco ao Senado.
Durante o evento, realizado na Assembleia Legislativa do Estado, Aécio comemorou a ampla coligação em torno do candidato tucano e criticou as alianças feitas "à força" e "por imposição", numa referência à coalizão entre PMDB e PT no Estado - que na próxima quarta-feira oficializará a chapa Hélio Costa/Patrus Ananias.

"Tudo que é imposto já nasce com um certo nível de rejeição", afirmou o ex-governador, principal estrela da convenção, que lotou o plenário do Legislativo mineiro.

Aécio manteve o discurso triunfalista, afirmando que espera que Anastasia vença a eleição no primeiro turno. "Vou estar de mangas arregaçadas, caminhando por toda Minas Gerais para que nós possamos continuar avançando, impedindo que qualquer retrocesso tome conta do nosso Estado."

Na mesma linha, Anastasia, durante seu discurso, conclamou os aliados a uma campanha para evitar que "Minas volte atrás". "Aqueles que pretendem negar o que foi feito em Minas Gerais terão um trabalho muito árduo."

Acompanhados do ex-presidente Itamar Franco (PPS), candidato ao Senado na chapa, Aécio e o governador chegaram ao local ao som da música "Amigo", popular composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Alianças

Além do PSDB, pelo menos outros 13 partidos (DEM, PPS, PP, PSB, PSC, PMN, PSL, PTB, PSDC, PRB, PDT, PTN e PT do B) integram a coligação. Atualmente, o PSB e o PRB - partidos que apoiam a presidenciável petista Dilma Rousseff no plano nacional - confirmaram a aliança majoritária com os tucanos no Estado.

O presidente do PRB-MG, Rogério Colombini, destacou que a legenda fechou com os tucanos no plano estadual, mas o vice-presidente José Alencar está liberado para "subir no palanque que quiser". O PR também realizou convenção, mas, dividido entre o apoio a Costa e Anastasia, a definição deve ficar para a Executiva Nacional do partido.

Nordeste terá mais chuva durante a semana, segundo previsão do tempo

A chuva vai continuar caindo em diversas áreas do Nordeste e poderá oferecer novos riscos para a população, de acordo com a previsão do tempo para a semana. "A continuidade da chuva é preocupante", diz a meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Naiane Araújo. Já a região Centro-Oeste, boa parte do Sudeste e o sul da região Norte deverão ter sol, por conta de uma massa de ar seco que predomina pelo menos até sexta-feira (2).
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Nordeste
A ocorrência de chuvas no Nordeste durante a semana continuará a oferecer riscos de enchentes para a população. Algumas áreas da região poderão ter acumulado de chuva mais significativo.
O G1 está em Palmares, em Pernambuco, onde choveu sem parar desde a tarde deste sábado (26) até a noite de domingo. A Defesa Civil da cidade chegou a emitir um alerta para as pessoas deixarem suas casas, em decorrência do risco de nova cheia no leito do Rio Una.
Segundo Naiane, pontos específicos entre os estados de Alagoas e Pernambuco, além de áreas no Recôncavo Baiano, terão mais chuva. "Deve chover nessas áreas já na segunda-feira (28) e na terça-feira (29)", explica Naiane. "Tirando essa região, as demais áreas deverão ter sol, principalmente no centro oeste da Bahia."
Norte
Acre, Rondônia e o sul do Amazonas e do Pará sofrerão influencia da massa de ar seco que se concentra nas áreas centrais do país. Por isso, a previsão é de sol para esses estados durante a semana. Já o centros e norte de Amazonas e Pará terão chuva, além de Roraima e Amapá.
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Centro-Oeste
A chuva vai passar longe da região Centro-Oeste nesta semana. Por conta da massa de ar seco que fica na região até sexta-feira, haverá sol e baixa umidade relativa do ar, aumentando inclusive o risco de queimadas.
"A região terá aqueles dias de céu claro, calor à tarde e tempo mais fresquinho durante a noite. Já a umidade pode ficar em torno de 20% em algumas localidades", explica a meteorologista do Inpe.
Sudeste
A umidade do ar também será relativamente baixa em regiões de São Paulo e de Minas Gerais, sempre variando entre 30% e 40%. As áreas com umidade mais baixa ficam entre o oeste e o norte de São Paulo e no triângulo mineiro. Demais áreas do Sudeste também terão temperaturas mais elevadas por conta da massa de ar seco.
Sul
Uma frente fria vinda do Uruguai tenta avançar nesta semana pelo Rio Grande do Sul. "Mas a massa de ar seco continua funcionando como uma barreira que a impede de entrar no país", diz Naiane. Dessa forma, uma ou outra frente fria pode amenizar a temperatura para os gaúchos, mas elas têm ido embora pelo Oceano Atlântico.
Em Santa Catarina e no Paraná, a previsão para a semana deverá obedecer o mesmo clima que predomina na região Sudeste. Os estados terão tempo influenciado pela massa de ar seco no Centro-Oeste, com sol e baixa umidade do ar.

sábado, 26 de junho de 2010

Por causa da chuva no Nordeste, Lula cancela ida à reunião do G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a ida à reunião do G20, em Toronto, no Canadá, nesta sexta-feira, para poder acompanhar de perto as medidas de ajuda aos desabrigados pela chuva em Alagoas e em Pernambuco, especialmente no município alagoano de Palmares, um dos mais atingidos.

“Ele me comunicou que não irá. Deseja ficar no Brasil acompanhando as medidas que têm sido tomadas em relação aos problemas das enchentes no Nordeste”, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai representar o presidente Lula no encontro. “São temas estritamente econômicos. O Mantega está mais do que capacitado a participar [das discussões]”, comentou Amorim.

Plano de recuperação

Nesta quinta-feira, Lula anunciou a liberação imediata de R$ 550 milhões para que os Estados de Alagoas e Pernambuco possam se reconstruir. O governo também liberou R$ 1 milhão para financiar a recuperação da agricultura, indústria e comércio.

O presidente chegou ao Recife ontem e fez um sobrevoo de helicóptero pelos municípios mais atingidos pelas chuvas. Ele desembarcou em Palmares, onde visitou a pé bairros parcialmente destruídos, e ouviu o apelo dos moradores.

Depois do município, o presidente seguiu para a cidade de Rio Largo, em Alagoas, onde também visitou áreas destruídas pelas enchentes. Ele quebrou o protocolo quando decidiu entrar nos abrigos improvisados e prometeu aos moradores que a ajuda chegará rapidamente.

Serra evita comentário sobre indicação de Álvaro Dias a vice

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, evitou fazer comentários na noite desta sexta-feira sobre a indicação do senador paranaense Álvaro Dias para ser o vice na sua chapa. Conferindo a disputa entre os bois Garantido e Caprichoso, no Festival de Parintins, no Amazonas, o político tucano limitou-se a dizer que o assunto está sendo tratado pelo presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE).


Foto: Anderson Dezan, iG Rio de Janeiro
José Serra confere espetáculo em Parintins com Bi Garcia (esq.) e Arthur Virgílio (dir.)
“O presidente do partido está encaminhando. Já conversamos esse assunto dentro do partido. Não vou interferir publicamente sobre isso e nem fazer nenhum comentário porque sempre leva a um entendimento equivocado”, disse Serra.

O candidato tucano foi ao Bumbódromo de Parintins a convite do senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, e do prefeito da cidade, Bi Garcia. Por ter ido para o Amazonas direto de São Paulo, em um voo fretado, Serra disse não ter tido oportunidade de conversar com Guerra sobre o assunto referente ao vice de sua chapa.

“Não falei o dia inteiro com ele porque saí para vir para cá. Quando cheguei, ele já estava dormindo”, informou. Questionado sobre o desconforto que a escolha de Álvaro Dias pode causar ao DEM, partido que compõe a chapa, o ex-governador de São Paulo mostrou-se otimista. “Acho que no final vai dar tudo certo”, finalizou.

Serra assistiu a uma parte do espetáculo do Boi Garantido no meio da torcida e, depois, foi para o camarote do prefeito de Parintins. Impressionado com a apresentação, o tucano disse que não torce exclusivamente para um dos dois bois. O Garantido defende o vermelho, cor do partido da adversária Dilma Rousseff, enquanto o Caprichoso se enfeita com adornos azuis, cor do PSDB.

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“O presidente local do PSDB é Garantido”, disse, minimizando a questão das cores. “Sou diversificado, ou seja, sou os dois por mais que haja diferença entre eles. Para quem olha de fora, há um só espetáculo”, avaliou.

Indicação

Nesta sexta-feira, o senador Sérgio Guerra (PE) confirmou que o PSDB indicou o nome do senador Álvaro Dias para ser o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra. Guerra, disse, porém, que a escolha ainda não está fechada porque o DEM, principal partido aliado dos tucanos, ainda reivindica a indicação do candidato a vice.

Segundo Guerra, a influência que o senador teria na costura das alianças no Paraná também pesou na decisão de escolhê-lo para ser o candidato a vice-presidente. "Álvaro Dias é um excelente parlamentar, se comunica muito bem, pacifica o partido e tem estatura política para o cargo", disse, ao resumir quais os critérios usados na escolha do senador paranaense.

Em entrevista ao iG, Dias deu declarações como vice de Serra. “Vou participar dentro da orientação do candidato, com lealdade e absoluta fidelidade”, garantiu.

Setor calçadista coloca Franca em 1ª na criação de vagas fora das capitais

"O emprego em Franca está bombando". A frase de Leonel Alves, de 40 anos, supervisor da produção de uma indústria de calçados em Franca, no interior de São Paulo, resume a percepção de autoridades, empresários e trabalhadores locais.
Os dados do governo federal comprovam o bom momento: sem considerar as capitais, a cidade teve a maior criação de vagas com carteira assinada desde o começo do ano. A explicação para o "fenômeno", diz a prefeitura, é a retomada do setor calçadista, que volta a crescer em 2010, na esteira do desempenho geral da economia brasileira e da restrição oficial à entrada de calçados chineses no Brasil.
RANKING DAS 20 CIDADES QUE MAIS GERARAM VAGAS DE JANEIRO A MAIO
Cidade Saldo de vagas
São Paulo (SP) 119.306

Rio de Janeiro (RJ) 39.319

Belo Horizonte (MG) 31.166

Curitiba (PR) 22.530

Brasília (DF) 19.826

Fortaleza (CE) 17.052

Salvador (BA) 14.217

Recife (PE) 13.846

Goiânia (GO) 13.438

Porto Alegre (RS) 12.646

Franca (SP)
11.950

Porto Velho (RO) 10.782

Guarulhos (SP) 10.708

Manaus (AM) 10.514

Caxias do Sul (RS) 9.359

Joinville (SC) 8.807

Campinas (SP) 8.777

Santa Cruz do Sul (SP) 8.000

Blumenau (SC) 7.632

Piracicaba (SP) 7.382

Fonte: Caged / Ministério do Trabalho
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que a cidade de Franca foi a 11ª do país em criação de empregos formais entre janeiro e maio, ficando atrás apenas das capitais de mais peso econômico no Brasil. O saldo de vagas em Franca foi de 11.950, mais do que outras grandes cidades do estado de São Paulo, como Guarulhos e Campinas. Em todo o país, a criação de vagas formais bateu recorde em todos os meses de 2010.
O G1 visitou a cidade de Franca nesta semana. O município, de 330 mil habitantes conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), começou a começou a diversificar sua economia nos últimos cinco anos, com a instalação recente de grandes redes de varejo, mas ainda é dependente do setor calçadista – 70% da arrecadação provém das fabricantes de sapatos e outras empresas da cadeia.
O setor emprega quase 27 mil pessoas na cidade, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados de Franca, o Sindicato dos Sapateiros. Para o presidente da entidade, Sebastião Ronaldo de Oliveira, "nunca o setor teve alta no emprego em Franca como está tendo agora".
Um dos trabalhadores beneficiados pela retomada do setor calçadista é o supervisor Leonel Alves, que cuida de 50 funcionários do setor de pranchamento (o "retoque final" do calçado") de uma fábrica de Franca. Ele trabalha há 28 anos com calçados e diz que esse é um dos melhores momentos de que se lembra.
"Comecei a trabalhar nesta empresa há duas semanas. Deixei currículo e no mesmo dia me chamaram para trabalhar. Desde que entrei aqui, já tive duas propostas de emprego", conta Alves.
Também recém-contratada do setor calçadista, a bordadeira Orilene de Cássia, 32 anos, diz a vida mudou bastante por conta do bom momento na cidade. Há dois meses trabalha com registro em carteira e benefícios. Além disso, desde o começo do ano, o marido que estava desempregado, também conseguiu emprego em uma indústria de borracha, que faz solas de sapato.
"Estava trabalhando há algum tempo sem registro em uma banca perto de casa. Fui em uma agência de empregos e eles me encaminharam para a empresa", disse Orilene na porta da fábrica, quando esperava seu horário de almoço.

Acima, Orilene de Cássia, que conseguiu emprego
com carteira assinada após ficar na informalidade;
abaixo, os colegas Luiz Fernando Silva, Luiz
Fernando Oliveira, Paulo Pádua e Joacir Dimas na
porta da fábrica: os três primeiros foram contratados
este ano.
Em outra fábrica visitada pelo G1, quatro homens conversavam no horário de almoço. Deles, três foram contratados neste ano após um período trabalhando com bicos. Todos tinham histórias de amigos que conseguiram voltar ao mercado neste ano.
"Tem bastante emprego, só não trabalha quem não quer. Mas eles querem gente com experiência", disse o operário Paulo Pádua. "Inclusive tem fábrica dando R$ 50 para quem indicar gente que tem qualificação", completou.
Luísa da Silva Ferreira, de 27 anos, sempre trabalhou na indústria de calçados e começou a trabalhar há um mês após um período desempregada. O marido voltou ao mercado formal após oito meses desempregado e a irmã, após um ano sem emprego. Todos no setor calçadista. "Tá mais fácil conseguir emprego para quem tem experiência."
Bruno Maxuel, 21 anos, concorda: "Mandei currículo num dia e me chamaram no outro. Mas só está fácil para quem conhece o serviço. Eu trabalho desde os 17 anos nessa área."

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pesquisa Ibope aponta crescimento de Dilma diante eleitorado feminino

A candidata à presidência da República, Dilma Rousseff (PT), cresceu junto ao eleitorado feminino, segundo constatou a pesquisa CNI/Ibope. O detalhamento da pesquisa Ibope divulgado hoje revela que Dilma e o candidato do PSDB, José Serra, estão empatados com 37% das intenções de voto do eleitorado feminino.

No último levantamento, divulgado em março, Dilma estava onze pontos percentuais abaixo do candidato tucano, com 29% contra 40% de Serra. Além disso, a candidata petista apareceu pela primeira vez a frente de seu principal adversário, com 40% das intenções de votos, contra 35% de Serra. Em terceiro lugar, aparece a candidata Marina Silva, do PV.

A pesquisa foi encomendada ao instituto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ouviu 2.002 com eleitores com idade superior a 16 anos, entre os dias 19 e 21 de junho. O levantamento foi feito em 140 municípios das cinco regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Outros perfis

O detalhamento da pesquisa demonstra ainda que Dilma lidera a corrida presidencial nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste - especialmente entre os eleitores com renda familiar até dez salários mínimos. Serra lidera na região Sul e dentre os eleitores com renda familiar superior a dez salários mínimos.

Dilma também garante a dianteira entre eleitores com ensino fundamental, médio e superior. Entre os eleitores com maior poder aquisitivo, Serra assume a frente com 43% dos votos. Já Dilma tem 27%. Entre os que recebem até um salário mínimo, Dilma registra 40% dos votos contra 36% de Serra.

País está próximo de atingir o pleno emprego, segundo economistas

O forte ritmo de crescimento da economia nos últimos meses e o desempenho vigoroso do mercado de trabalho no Brasil, com a conseqüente redução do nível de desemprego, deve alçar o País a um cenário de pleno emprego.

Segundo especialistas ouvidos pelo iG, esse quadro está próximo de se concretizar. Com uma taxa de desemprego na faixa entre 5% e 6% esse cenário pode se confirmar, afirmam os analistas, entre o fim de 2010 e o primeiro semestre de 2011. Hoje, o desemprego nas principais regiões metropolitanas do País é de 7,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com uma taxa de crescimento econômico de mais de 5%, chegaremos a um desemprego de 6%, que é o pleno emprego. Isso pode acontecer ainda este ano”, avalia o professor de relações do trabalho na Universidade de São Paulo (USP), José Pastore.

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O País só viveu situação semelhante no início dos anos 70, durante o período que ficou conhecido como “Milagre Brasileiro”, lembra o economista João Paulo dos Reis Veloso, que foi o titular do Ministério do Planejamento de 1969 a 1979. Naquele período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu na faixa de 10% ao ano, por quatro anos consecutivos, de 1970 a 1973.

“Toda a década de 70 foi de expansão muito rápida no emprego porque o País vinha de um período de crescimento desde os anos 50. Mas a diferença é que antes havia um rápido crescimento do PIB e baixo crescimento do emprego. A partir de 1968 houve um grande crescimento do PIB e do emprego. No fim dos anos 70, a taxa de desemprego aberto estava em cerca de 2%”, acrescenta Reis Veloso.

'Tem gente que tira proveito da miséria', diz Lula no Nordeste

Em visita à cidade de Rio Largo (AL), nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai destinar às vítimas das chuvas em Alagoas e Pernambuco parte das casas previstas para serem entregues pelo Programa "Minha Casa, Minha Vida". Em 2010, o Governo Federal espera entregar 1 milhão de unidades em todo o país. Também deverão ser entregues às famílias parte das casas previstas para o programa em 2011, que devem ser 2 milhões.
Em Alagoas e em Pernambuco, foram confirmadas 46 mortes causadas pela chuva, desde a semana passada. Mais de 160 mil pessoas saíram de suas casas nos dois estados. Lula visitou os dois estados nesta quinta-feira.

domingo, 20 de junho de 2010

Roriz pode ser o primeiro político afetado pelo projeto Ficha Limpa

A procuradoria eleitoral vai entrar com um pedido no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de impugnação da candidatura de Joaquim Roriz. O procurador Renato Goés vai se basear no projeto Ficha Limpa para impedir a candidatura de Roriz ao governo.

Segundo o Ficha Limpa, sancionado pelo presidente Lula há duas semanas, políticos condenados e que renunciaram ao cargo devem ficar oito anos inelegíveis, a contar do fim de seu mandato. De acordo com o TSE, a nova lei é retroativa, ou seja, também vale para condenações aplicadas antes da mudança.

Quebra de decoro e desvio de dinheiro

Joaquim Roriz renunciou ao cargo de senador em 2007 para escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar. Ele ainda foi acusado de participar de um esquema de desvio de dinheiro do BRB (Banco Regional de Brasília).

Segundo a defesa de Roriz, a lei da Ficha Limpa não pode ser aplicada no caso do ex-governador, já que ele renunciou antes de o projeto ter sido aprovado no Congresso. A defesa afirmou ainda que o ex-senador é vítima de perseguição política.

Há quase duas semanas do prazo final para registro de candidaturas em todo o país, várias coligações enfrentam problemas políticos de adequação com o prejeto. É o caso do PT e do PMDB, que enfrentam dificuldades para fechar acordo em 14 Estados.

Após 10h, Corpo de Bombeiros ainda trabalha em incêndio no Rio

Depois de 10 horas do incíio do incêndio no Morro dos Cabritos, na Zona Sul do Rio, agentes do Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local. Mas o fogo foi controlado por volta das 3h. De acordo com a corporação, foram necessários homens de oito unidades para conseguir controlar a situação e ainda há agentes trabalhando na manhã deste domingo (20).
A madrugada teve ainda focos de incêndios na reserva do Grajaú, Zona Norte, e no Parque da Pedra Branca, em Realengo, Zona Oeste.
Queda de balão
Segundo bombeiros do quartel de Humaitá, o fogo pode ter começado após a queda de um balão, por volta de 22h. Eles se basearam nas informações colhidas com moradores.
A destruição provocado pelo fogo no Morro dos Cabritos assustou moradores, que temiam que ventos fortes e o clima seco pudessem levar o incêndio para os condomínios localizados nas cercanias, e chegaram a deixaram seus imóveis.
Os bombeiros informaram que as chamas não atingiram nenhum imóvel na região, tampouco deixaram feridos.

Corpo de José Saramago é velado na Câmara de Lisboa

O corpo do escritor português José Saramago, morto na sexta-feira aos 87 anos, está sendo velado na Câmara Municipal de Lisboa, em Portugal. O velório vai acontecer durante todo o dia de hoje e na manhã de domingo. Às 12h do horário local (9h no horário de Brasília), o corpo será levado para o Cemitério do Alto de São João, onde será cremado. Fontes da família do escritor anunciaram que suas cinzas serão levadas depois para sua cidade natal, Azinhaga, na região central do país, e para sua casa na ilha espanhola de Lanzarote, onde serão enterradas junto a uma oliveira.

O féretro de Saramago foi recebido na porta do prédio pelo prefeito, Antonio Costa, um grande admirador do escritor. Também acompanharam vários membros do governo português e a ministra de Cultura espanhola, Ángeles González-Sinde, entre outras autoridades nacionais e de países lusófonos.

O corpo do escritor, que chegou em um avião da Força Aérea portuguesa a partir da ilha espanhola de Lanzarote, onde morreu nesta sexta-feira aos 87 anos, recebeu honras militares no aeroporto, em meio a um imponente silêncio. De lá foi transferido até a Prefeitura em um cortejo fúnebre custodiado por um destacamento de carros da Polícia que vela também o velório, com uniforme de gala, no salão de honra municipal.

Com um tratamento próprio de um dignatário de Estado, o cortejo fúnebre do único Nobel português passou lentamente diante da sede da Fundação José Saramago de Lisboa, que fica perto aeroporto de Portela. Coberto pela bandeira portuguesa, o caixão, que foi levado nos ombros por um grupo de soldados até o carro fúnebre no aeroporto, foi introduzido na Prefeitura por outra guarda de honra em meio a aplausos dos presentes. Desde a saída de Lanzarote, onde o Nobel vivia desde 1993, acompanharam o corpo a bordo do avião militar português a ministra da Cultura lusa, Gabriela Canavilhas, a viúva do escritor, Pilar del Río, a filha de seu casamento anterior, Violante Saramago, e vários familiares e amigos próximos.


Foto: © AP
Caixão de José Saramago chega à Câmara Municipal de Lisboa
O Governo do primeiro-ministro socialista José Sócrates declarou hoje e amanhã luto oficial nacional pela morte de Saramago, considerado uma das grandes referências culturais de Portugal e o autor contemporâneo que mais contribuiu para projetar mundialmente as letras lusas. Personalidades e instituições de todos os âmbitos da vida pública lusa continuaram hoje lamentando sua morte, entre estes os partidos da esquerda marxista e até mesmo a Igreja Católica, que apesar das polêmicas obras do Nobel expressou seu pesar pelo falecimento. Precisamente foi a reação católica diante de suas obras, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, e sua retirada, em 1992, da candidatura a um prêmio europeu por parte do Governo luso que levou Saramago a mudar-se para Lanzarote, embora tenha voltado frequentemente ao país e recebeu nele inúmeras homenagens.

As mostras de pesar pela morte de Saramago foram lideradas pelo presidente português, Anibal Cavaco Silva, e pelo primeiro-ministro José Sócrates, que junto a muitas personalidades demonstraram sua tristeza pela morte do grande escritor. Cavaco, líder histórico do conservador Partido Social Democrata (PSD), pediu que as gerações futuras "leiam e conheçam sua vasta obra literária" e considerou Saramago um escritor de projeção mundial merecedor do Nobel de Literatura que ganhou em 1998 e que será sempre uma figura de referência da cultura portuguesa.Já o socialista Sócrates qualificou a morte do autor de Ensaio Sobre a Cegueira como uma "perda" para a cultura de Portugal e para todos os portugueses, para os quais era motivo de orgulho.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse que Portugal fica "mais pobre" sem Saramago, cuja obra qualificou de "atemporal". No povoado natal do escritor, a Prefeitura içou a bandeira portuguesa a meio mastro, enquanto vários ministros da Cultura de países lusófonos, que realizavam uma reunião em Sintra, perto de Lisboa, fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem. Outras muitas personalidades lusas, desde o presidente da Federação de Futebol, Gilberto Madaíl, até o centenário cineasta Manoel de Oliveira, lamentaram a morte de Saramago e o grande vazio que deixa na cultura portuguesa e universal.

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Saramago deixou um livro inacabado, um romance sobre o tráfico de armas cujo título é Alabardas, Alabardas! Espingardas, Espingardas!, um verso do grande poeta e dramaturgo português Gil Vicente. Após Caim (2009), o escritor iniciou o novo romance, que começou em bom ritmo mas acabaria ficando paralisado pela insatisfação do escritor com o título - ele costumava bolar os títulos antes de escrever os textos. Após tanto lhe custar o título, quando enfim decidido, Saramago retomou com ímpeto o romance, que, segundo comentou a seus amigos, estava dando mais trabalho que os anteriores.

sábado, 19 de junho de 2010

País gasta R$ 390 com vítimas de trânsito por minuto

A legislação que prometeu endurecer as penas contra motoristas que misturam álcool e direção completa dois anos com pouca interferência na redução de gastos de saúde para tratar as vítimas de acidentes automobilísticos.

No primeiro ano da lei seca, o impacto foi positivo e as mortes caíram 6,2%, conforme divulgou hoje (18) o Ministério da Saúde. Entretanto, números levantados pelo iG em um banco de dados com informações mais atualizadas mostram que, no segundo ano de vida da lei, a quantidade de mortos e feridos voltou a subir, em patamares superiores aos registrados antes da lei.

Chamada de DataSus, a plataforma usada pela reportagem computa também os feridos em acidentes de trânsito. Foram feitos três levantamentos distintos, usando como corte o mês junho de 2008 (data da aprovação da lei seca) e abril de 2010, último mês disponível no DataSUS. Apesar de estarem disponíveis para consulta na internet, estes dados mais recentes ainda não foram analisados pelo Ministério da Saúde, informou a assessoria de imprensa do órgão.

As informações preliminares mostram que entre junho de 2009 e abril de 2010 – período de plena vigência da lei seca – foram consumidos dos cofres públicos R$ 153 milhões apenas para custear internações hospitalares de acidentados no tráfego brasileiro, uma média de R$ 390 por minuto (contra R$ 245 no primeiro ano da lei). No período, foram atendidas 122.068 vítimas de colisões, capotamentos e atropelamentos, quantidade 24,5% maior do que a registrada no mesmo intervalo de meses anterior. A lei seca entrou em vigor no dia 20 de junho de 2008.

Início

Logo que foi aprovada a medida projetou um alívio na demanda de pacientes que diariamente chegavam às unidades de saúde, pedindo socorro por causa de membros quebrados, colunas lesionadas e escoriações na pele, decorrentes das batidas. “O álcool é o principal vilão do acidente de trânsito. Quando a bebida faz parte do contexto, o potencial de alcance da batida é maior, são mais pessoas machucadas”, afirma o coordenador do pronto-socorro de urgência de Curitiba e da diretoria de campanhas de educação da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Marcelo Abagge. “Por isso, tivemos a impressão de que uma legislação como essa teria um impacto importante na redução de pessoas que dão entrada nos hospitais. Em Curitiba, cidade em que atuo, lamento dizer que o impacto foi nulo.”

Os dados mostram que o médico Abagge tem respaldo para sua decepção. De fato, no primeiro ano após a lei seca houve redução de 9,8% (informações do DataSus) entre os que acabaram mortos nas unidades de saúde por causa dos acidentes no tráfego (4.296 vítimas fatais de trânsito atendidas entre junho de 2007 e abril de 2008 e 3.912 pacientes entre junho de 2008 e abril de 2009). Mas no ano seguinte as estatísticas mostram fenômeno inverso, alta de 12,4% vítimas da violência no trânsito.

Trânsito que paralisa

A influência do álcool nos acidentes de trânsito já foi medida por várias pesquisas científicas. A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) trabalha com a estimativa de que três em cada dez traumas registrados têm a presença de um dos envolvidos alcoolizados. Um trabalho realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) analisou a dosagem alcoólica de motoristas e motociclistas que haviam morrido no trânsito. Os testes foram feitos no Instituto Médico Legal (IML) e constataram que 45% dos condutores haviam bebido no dia do acidente.

Os que sobrevivem às colisões também convivem com sérias sequelas. Muitos perdem a mobilidade e com ela a independência. A gravidade dos ferimentos é resultante da interferência que a bebida provoca nos reflexos. Por estes motivos, os tratamentos são longos e custam caro ao Sistema Único de Saúde (SUS) e unidades preparadas para reabilitação.

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A Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente (AACD), referência nacional no atendimento de pacientes com deficiência física, é duplo exemplo para sugerir o potencial de uma lei seca bem aplicada: os acidentes de trânsito continuam no topo do ranking de causas das lesões medulares dos pacientes atendidos, a razão de paralisias e tetraplegias. Além disso, a fila de espera de pessoas que precisam dos cuidados dos profissionais da entidade não cessa (o número, há dois anos, já chegou em 30 mil pacientes).

Segundo Marcelo Ares, gerente de reabilitação da AACD, no ano passado, dos 238 pacientes em tratamento por lesão medular, 70% perderam os movimentos do corpo por causas externas. Deste total, quatro em cada dez se machucaram no trânsito e as motos lideraram as ocorrências: 61% dos machucados estavam nas motocicletas.

Para Ares, o perfil de atendimento de cada local varia de acordo com as características de cada país. “Sabemos que na Índia, por exemplo, as quedas de árvores estão entre as principais causas de lesão medular e na Austrália os acidentes acontecem mais na prática de esportes. No Brasil, até três anos atrás, eram os ferimentos provocados por arma de fogo. Desde então, o trânsito ficou fixo como primeira causa.

Potencial perdido

O trânsito que paralisa tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas, além de servir como uma importante barreira na ampliação de serviços de saúde de qualidade, No ano passado, quando a redução de acidentes pós lei seca foi significativa em quase todo País, o Estado de São Paulo foi apenas um que reuniu exemplos concretos do potencial positivo da restrição do álcool e direção.

Segundo o governo local, foram economizados R$ 17 milhões com a redução de pacientes traumatizados no trânsito, verba que na época foi utilizada para equipar uma nova unidade de reabilitação de acidentados, a rede Lucy Montoro. Quase um ano depois, a unidade tornou-se referência justamente para vítimas machucadas nas ruas, avenidas e estradas.

Otimismo

O ortopedista do Rio de Janeiro e da direção da Sociedade Brasileira de Ortopedia, Sérgio Franco, é um dos assíduos defensores da legislação restritiva do álcool no trânsito, realiza várias pesquisas na área, e traz um sopro de esperança para melhorar o impacto da lei seca nas pistas brasileiras.

De acordo com ele, a efetividade da legislação varia de acordo com a fiscalização. “Funciona mais onde há mais rigor nas blitze”, diz. “De qualquer forma, a minha avaliação é que a medida restritiva já provocou mudança de comportamento, em especial na população mais jovem”, diz ele ao se referir ao levantamento feito pelo pesquisador com universitários do Rio e São Paulo.

Antes da lei, 37% dos entrevistados afirmaram não pegar carona com amigos que tinham bebido, índice que subiu para 80% após a legislação. Da mesma forma, 37% afirmavam não beber e dirigir, porcentagem que cresceu para 50%. “Toda mudança de postura é lenta, gradual e exige esforço. Essa é minha expectativa com a lei.”

Juristas esperam 'avalanche' de ações contra lei da ficha limpa

Depois de definida pela Justiça a abrangência da lei da ficha limpa, juristas e ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antecipam um cenário tumultuado para a disputa eleitoral deste ano. Eles preveem uma avalanche de reclamações sobre registros de candidatura. Isso porque as novas regras, que impedem políticos condenados por colegiados de se candidatar, devem barrar mais candidaturas que a lei anterior.

O TSE decidiu, nesta quinta-feira (17), que a lei da ficha limpa torna inelegíveis políticos condenados antes da vigência da norma. Os ministros, no entanto, não definiram como as novas regras serão aplicadas. Na prática, essa tarefa ficará a cargo dos juízes eleitorais na hora de analisar caso a caso os pedidos de registro de candidatos.

Sessão do TSE em que foi aprovada a leia da ficha limpa, que barra candidaturas de políticos condenados por órgãos colegiados (Foto: Nelson Jr/TSE)
Segundo juristas, a maioria das dúvidas surge porque a lei da ficha limpa aumentou de três para oito anos o tempo mínimo que um político pode ficar impedido de se candidatar.
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Um item que pode ser considerado uma "brecha" da lei é o que trata da inelegibilidade para os políticos que tiveram contas rejeitadas ou foram condenados por improbidade administrativa. Nesses casos, a lei da ficha limpa exige a comprovação de que houve a intenção do político de cometer a irregularidade.

Para o diretor do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, a dúvida sobre o intuito de burlar a lei pode sustentar recursos de políticos que tiverem negados os registros de candidatura nessas condições.

“A grande brecha que vai ser discutida em todos os casos é essa questão do dolo, se houve ou não intenção de cometer o ilícito. O direito não é uma ciência exata. Toda mudança traz dúvidas. Espero muitos debates”, avaliou o especialista em direito eleitoral.
A grande brecha que vai ser discutida em todos os casos é essa questão do dolo, se houve ou não intenção de cometer o ilícito. O direito não é uma ciência exata. Toda mudança traz dúvidas. Espero muitos debates"
Marcus Vinicius Furtado Coelho, diretor do Conselho Federal da OAB
Também seria possível, segundo os especialistas, questionar o tempo de inelegibilidade de um candidato que, por exemplo, renunciou ao mandato e, por isso, não foi considerado inelegível.
De acordo com a lei da ficha limpa, esse político ficaria impedido de se candidatar pelo tempo restante que havia para o fim do mandato mais oito anos.

No entanto, o ex-ministro do TSE e advogado do PSDB Eduardo Alckmin disse que as alterações podem criar uma punição que não existia na lei anterior, contrariando a Constituição Federal. Para ele, vão gerar debates os processos da Justiça eleitoral aos quais não cabem mais recursos.

“A lei tem aspectos questionáveis, como permitir agravar a punição de três para oito anos. É uma situação que vai gerar muita discussão e vai depender do entendimento do juiz eleitoral. O tribunal sinalizou que mesmo para esses casos valeria a ficha limpa”, avaliou o jurista.

Há pontos da lei que também podem ser considerados desproporcionais, segundo advogados. É o caso do item que prevê proibição de candidatura de pessoas condenadas por órgãos profissionais, por exemplo, por faltas éticas.
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Pela lei, um profissional condenado pela Justiça criminal não seria punido com a inelegibilidade se comprovasse não ter tido intenção de cometer a irregularidade ou se o crime for considerado pouco ofensivo, como calúnia e difamação.

O advogado do PT Márcio Luiz Silva afirma que há uma série de pontos na lei que podem ser usados como argumentos para questionar as candidaturas. “No mérito, sou favorável à ficha limpa, mas o momento é inoportuno. Mais atrapalha do que ajuda”, avalia. Ele lembra que uma mudança no entendimento do TSE sobre a rejeição de contas nas eleições de 2008 gerou mais de 6 mil processos.
No julgamento desta quinta-feira, o TSE não se pronunciou sobre como serão analisados os pedidos de candidatura de quem já foi condenado e não pode mais recorrer. Voto vencido, o ministro do TSE Marcelo Ribeiro entendeu que políticos condenados pela Justiça eleitoral que já cumpriram a punição de inelegibilidade não poderiam ser proibidos de se candidatar por mais oito anos, como prevê a lei da ficha limpa. Isso porque a Constituição protege decisões já tomadas.
No mérito sou favorável à ficha limpa, mas o momento é inoportuno. Mais atrapalha do que ajuda"
Márcio Luiz Silva, advogado do PT
Ribeiro ressalta que a resposta do TSE serve como uma orientação e que juízes eleitorais podem interpretar a lei de outras formas. Ele acredita que, diante das incertezas, é certo que a lei da ficha limpa será questionada no Supremo Tribunal Federal.
“Toda lei nova tem um tempo de maturação. A resposta do TSE busca gerar um ambiente mais pacífico. Mas com certeza, mais cedo ou mais tarde, vai haver um recurso de um candidato no STF, porque é matéria constitucional”, antecipou o ministro.

A expectativa no TSE é de muito trabalho por conta das inovações trazidas pela ficha limpa. O corregedor-geral eleitoral, ministro Aldir Passarinho Junior, prevê que o volume de ações que chegam ao tribunal deve aumentar.

“Só o TSE já afastou dos mandatos mais de 100 prefeitos. Essa regra vai atingir muitos candidatos importantes, a extensão da lei é enorme e os questionamentos vão acontecer”, afirmou Passarinho Junior.

Corregedor eleitoral Aldir Passarinho Junior na
consulta sobre a ficha limpa (Foto: Nelson Jr/TSE)
Ele faz ainda uma ressalva de que as múltiplas maneiras de questionamento não significam fragilidade da nova norma. “A lei não é frouxa. Traz muitas novidades que provocam dúvidas importantes. Os partidos, por exemplo, terão que decidir bancar ou não uma candidatura que pode vir a ser contestada na Justiça”, disse o corregedor.

Terminado o prazo para o registro de candidatos, no próximo dia 5 de julho, o plenário do TSE terá até 19 de agosto para julgar os recursos sobre as candidaturas.

Ex-ministro do TSE, o advogado Fernando Neves também aposta na grande quantidade de recursos na Justiça eleitoral, mas lembra que a lei permite ao candidato fazer campanha e participar do pleito, por conta própria, mesmo com a possibilidade de ter o registro indeferido pelo tribunal.

A Justiça eleitoral prioriza o julgamento desse tipo de ação, mas, caso haja um congestionamento de processos, é possível ver candidatos em campanha, e até eleitos, sem o registro validado. “Pode haver um número muito maior de candidatos com pendências concorrendo nessas eleições”, alerta Neves.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Em programa partidário, Serra reforça que manterá Bolsa Família

Em um recado direto ao eleitorado das camadas mais pobres, onde o PT tem maior vantagem, o candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, deixou claro durante o programa político-partidário, transmitido hoje pelas emissoras de rádio, que manterá e ampliará o Bolsa Família, caso seja eleito. “Você, que recebe o Bolsa Família, nós vamos aumentar e ampliar o programa”, garantiu.

Apresentado como “experiente, preparado, competente e boa gente”, a narração contou de forma breve o início da vida pública do tucano, aos 21 anos, quando foi presidente de uma organização estudantil. Depois, falou da perseguição de Serra no período da ditadura e a atuação do tucano como secretário, deputado federal, senador e ministro do Planejamento e da Saúde. “Serra foi testado nas urnas e aprovado pelo povo”, dizia a propaganda no rádio.

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Nos dez minutos de televisão, o programa mostrou depoimentos emocionados de cidadãos que teriam sido beneficiados pelos projetos do candidato, além de destacar a origem humilde e o lado “família” do tucano, junto dos filhos e netos. “Este é Zé Serra, filho de uma dona de casa e de um vendedor de frutas”.

Entre os projetos de Serra, as ações na área da saúde foram as mais destacadas. Vacinação da gripe para o idoso, construção e ampliação de hospitais, criação dos medicamentos genéricos, programa de combate à Aids e mutirões apareceram na programação, assim como os investimentos em educação.

Depois de dizer que o país avançou nos últimos anos, mas ainda tem muita coisa por fazer, o programa político-partidário é encerrado com o slogan que será usado na campanha: “Vamos juntos. O Brasil pode mais”.

Ficha limpa vale para condenados antes da publicação da lei, diz TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu nesta quinta-feira (17) que a lei da ficha limpa torna inelegíveis também os políticos condenados antes do dia 7 de junho, data em que a nova norma foi publicada no Diário Oficial da União, após ser sancionada pelo presidente Lula Inácio Lula da Silva.
A lei, que vale já para as eleições deste ano, determina que políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos não poderão ser candidatos no pleito de outubro. O entendimento deverá agora ser adotado pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de todo o país, segundo o TSE.
A posição do TSE, definida por 6 votos a 1, é uma resposta à consulta feita pelo deputado federal Ilderley Cordeiro (PPS-AC) sobre a aplicação da ficha limpa. Na consulta, o deputado fez seis perguntas sobre a aplicação da lei.
O verbo ‘forem’ tem sido usado na linguagem jurídica para designar possibilidade, e não o tempo verbal futuro. A locução ‘que forem’ não exclui candidatos já condenados"
Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Tribunal Superior Eleitoral
O relator da consulta, ministro Arnaldo Versiani, votou pela aplicação da norma da ficha limpa para políticos condenados antes da vigência da lei. Ele citou decisões anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF) nas quais a inelegibilidade não foi considerada uma pena e, portanto, pode ser aplicada a fatos anteriores à vigência da lei.
Único a votar contra a aplicação retroativa da ficha limpa, o ministro Marco Aurélio Mello entendeu que a proibição de se candidatar trata-se de uma pena e, por isso, não poderia ser aplicada por uma lei que não existia na época da condenação. Para ele, uma lei nova não pode reger eventos cometidos no passado.
No início do julgamento, o ministro voltou a considerar que esse tipo de consulta não deveria ser respondido pelo TSE, uma vez que já houve o início das convenções partidárias para a escolha de candidatos.
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Lei da ficha limpa vale para as eleições de 2010, diz TSE
Ficha Limpa é o quarto projeto de iniciativa popular a se tornar lei
Senado aprova projeto ficha limpa por unanimidade
“Temo que a antecipação de crivo pelo TSE acabe por encomendar uma missa de sétimo dia relativamente a essa lei. Continuo convencido de que a centralização e a queima de etapas não conduzem ao aprimoramento jurídico e ao avanço cultura”, disse o ministro.
Caso a caso
Em resposta a outro questionamento do deputado, o TSE definiu ainda que a lei da ficha limpa pode agravar a punição de políticos condenados antes da publicação da norma.
A lei prevê que o político que renunciar ao mandato quando já houver representação ou pedido de abertura de processo contra ele ficam inelegíveis pelo período que resta do mandato mais oito anos. Antes, o período de inelegibilidade ia de 3 a 8 anos.
No entanto, a possibilidade de ampliação do período de inelegibilidade para políticos condenados, que não podem mais recorrer da decisão, será analisada caso a caso pela justiça eleitoral no momento do registro da candidatura,s egundo o TSE.
Aprovação
O projeto ficha limpa surgiu da iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas de eleitores desde o lançamento da proposta, em setembro do ano passado. O projeto foi o quarto de iniciativa popular a virar lei.
Temo que a antecipação de crivo pelo TSE acabe por encomendar uma missa de sétimo dia relativamente a essa lei. Continuo convencido de que a centralização e a queima de etapas não conduzem ao aprimoramento jurídico e ao avanço cultura"
Ministro Marco Aurélio Mello, que se manifestou contra a validade retroativa da ficha limpa
A aprovação do projeto pelo Senado causou polêmica por conta de uma emenda do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), acatada pelo relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), que substituiu a expressão "tenham sido condenados" por "que forem condenados”, ao tratar de quem seria alcançado pela lei. A intenção, segundo os senadores, era padronizar o projeto, que já trazia nas outras alíneas expressões com o tempo verbal no futuro.
Apesar de não constar da consulta ao TSE, o relator Arnaldo Versiani comentou a emenda do senador Francisco Dornelles. “Considero irrelevante saber o tempo verbal aplicado pelo legislador complementar. Pouco importa o tempo verbal. As novas disposições atingirão a todos que, no momento do registro da candidatura, incidirem em alguma causa de inelegibilidade”, disse o ministro em seu voto.
O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, acompanhou o voto do relator e defendeu que a emenda aprovada no Senado não alterou o alcance da lei. “O verbo ‘forem’ tem sido usado na linguagem jurídica para designar possibilidade, e não o tempo verbal futuro. A locução ‘que forem’ não exclui candidatos já condenados”, argumentou o presidente do TSE.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Obama diz que BP é imprudente e que vai pagar por vazamento

Em seu primeiro pronunciamento à nação feito do Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que a petroleira britânica BP foi “imprudente” e que vai fazer a empresa pagar pelos danos causados pelo vazamento de petróleo no Golfo do México.

“Nós vamos fazer a BP pagar pelos danos que sua companhia causou. E nós vamos fazer o que for necessário para ajudar a costa do Golfo e sua população a se recuperarem dessa tragédia”, disse o presidente em um discurso transmitido ao vivo pela TV.

“Amanhã, eu vou me reunir com o presidente da BP e informá-lo de que ele deve reservar a quantia que for necessária para compensar esses trabalhadores e comerciantes que foram prejudicados por causa da imprudência de sua empresa”, afirmou Obama.

O governo americano vem pressionando a BP a criar um fundo independente de bilhões de dólares para garantir o pagamento de compensações financeira às vítimas do vazamento.

Veja a evolução do vazamento do Golfo do México no infográfico do iG


Ataque
O Salão Oval da Casa Branca é o cenário escolhido pelos presidentes americanos para discursos sobre temas de grande importância para o país.

Foi de lá que o antecessor de Obama, George W. Bush, falou após os ataques de 11 de Setembro de 2001.
Nesta terça-feira, Obama disse que o vazamento no Golfo – considerado o pior desastre ambiental da história do país – é um “ataque” à costa e ao povo americano e que “testou os limites da tecnologia humana”.

“Porque nunca houve um vazamento desse tamanho e a essa profundidade, contê-lo testou os limites da tecnologia humana”, disse.

Obama passou os últimos dois dias visitando a região afetada pelo vazamento, que começou em 20 de abril, quando uma plataforma operada pela BP explodiu e afundou, matando 11 funcionários.

Nova estimativa
O pronunciamento foi feito poucas horas depois da divulgação de uma nova estimativa, baseada em análises de cientistas independentes e do governo, segundo a qual o vazamento é de entre 35 mil e 60 mil barris por dia, volume bem acima dos 40 mil calculados na semana passada.

Desde o início do vazamento, várias tentativas de conter o fluxo de petróleo fracassaram. A mais recente técnica usada pela BP, um dispositivo colocado sobre o poço danificado, a 1,5 mil metros de profundidade, consegue até agora coletar apenas cerca de 18 mil barris por dia.

No entanto, Obama disse que o governo já ordenou à empresa que use equipamentos e tecnologia adicionais.

“Nas próximas semanas, esses esforços devem capturar até 90% do petróleo”, disse o presidente, ao afirmar que, desde o desastre, seu governo mobilizou “os melhores cientistas e engenheiros do país”.

Limpeza e recuperação
Obama disse que cerca de 30 mil pessoas e milhares de embarcações estão atuando em quatro Estados (Louisiana, Alabama, Mississippi e Flórida) nos esforços de contenção do petróleo e limpeza das áreas atingidas.

O presidente americano disse também que mais de 17 mil membros da Guarda Nacional estão mobilizados para ajudar nos esforços na região afetada.

“Nós vamos lutar contra esse vazamento com tudo o que tivermos e por quanto tempo for necessário”, afirmou. “Mas nós temos de reconhecer que, apesar de nossos melhores esforços, o petróleo já causou danos à nossa costa e aos animais.”

Segundo o presidente, é necessário um plano de longo prazo para restaurar a região, que já havia sofrido com a passagem do furacão Katrina, há cinco anos.

“Hoje, ao olharmos para o Golfo, vemos todo um modo de vida ser ameaçado por uma nuvem negra de petróleo", disse.

O presidente disse que o governo está trabalhando em um plano de longo prazo para a costa do Golfo, a ser elaborado pelos Estados e comunidades locais, e voltou a citar a responsabilidade da BP.

“E a BP vai pagar pelo impacto que esse vazamento teve na região”, afirmou.

Prevenção
Obama disse que uma comissão nacional vai investigar as causas do acidente e oferecer recomendações sobre padrões ambientais e de segurança.

O presidente anunciou o nome de Michael Bromwich para comandar o Serviço de Gestão de Minerais (MMS, na sigla em inglês).

“Sua incumbência nos próximos meses será construir uma organização que atue como fiscalizadora da indústria de petróleo – e não como sua parceira”, disse.

Em diversas ocasiões anteriores Obama criticou o MMS e a relação “escandalosamente próxima” entre petroleiras e agências reguladoras.

Energia limpa
O presidente aproveitou o pronunciamento para defender uma nova legislação que privilegie energias limpas e reduza a dependência de petróleo, especialmente estrangeiro.

O presidente citou a lei aprovada pela Câmara dos Representantes no ano passado, que classificou como "um projeto que finalmente faz da energia limpa o tipo de energia rentável para as empresas americanas". O Senado, porém, ainda não votou a legislação.

Obama disse que “um dos motivos” de as empresas explorarem petróleo a profundidades tão grandes é a alta demanda americana e voltou a afirmar que o país consome mais de 20% do petróleo do mundo, apesar de deter menos de 2% das reservas mundiais.

O presidente disse que a ação de lobistas das empresas e a "falta de coragem política" impediram as mudanças, mas que as consequências da falta de ação agora estão bem à vista.

“A tragédia que se desenrola na nossa costa é a mais dolorosa e mais poderosa advertência de que a hora de abraçar um futuro de energia limpa é agora”, afirmou.

Aposentadoria maior que um salário tem ganho real inferior às demais

Mesmo com aumento de 7,72% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, o ganho real (acima da inflação) desses beneficiários é bem menor do que o verificado para os aposentados que recebem o piso previdenciário (R$ 510).
De acordo com dados da Previdência Social, em 16 anos, entre 1995 e 2010, os beneficiários que ganham um salário mínimo tiveram ganho real de 121%. Com o reajuste autorizado na terça, quem ganha acima do piso obteve aumento real de 27% no mesmo período.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o aumento para quem recebe mais de um salário mínimo nesta terça, mais de duas semanas depois de o percentual ter sido aprovado pelo Congresso Nacional. A partir de janeiro, aposentadorias superiores a um mínimo já haviam sido reajustadas em 6,14%. Com o aumento maior, os aposentados receberão a diferença retroativamente ao mês de janeiro.
O aumento de 6,14% que havia sido concedido em janeiro já era o maior reajuste real concedido a quem ganha mais de um salário mínimo desde 1995. Nos anos anteriores, os reajustes praticamente só acompanharam a inflação. Conforme dados da Previdência, mais de oito milhões de pessoas (30% dos beneficiários) recebem mais do que um mínimo.
Para reajustar as aposentadorias, o governo adota o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede o poder de compra de quem ganha entre um e seis salários mínimo. Confira abaixo a relação entre a inflação e o aumento das aposentadorias desde 1995.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Senado vai dar aumento de 46% a funcionários

O novo plano de reajuste de cargos e salários de funcionários do Senado prevê, para 2010, aumento de 46% na folha de pagamento dos servidores efetivos da Casa. O iG teve acesso à planilha de valores do projeto, cujo texto, que pode entrar em votação esta semana, vem sendo mantido em sigilo pela Mesa Diretora do Senado.

O salário base dos mais de 3.500 servidores efetivos da Casa soma hoje R$ 40,5 milhões por mês. De acordo com a nova proposta, o reajuste elevaria os gastos para R$ 59,1 milhões mensais - um aumento de R$ 18,6 milhões ao mês nas despesas.

De acordo com o novo plano, o reajuste para os efetivos representará, até o fim do ano, custo de R$ 130,4 milhões – ou seja, três quartos da fatia de R$ 170 milhões que, segundo a proposta, deve engordar os gastos com pessoal no Senado.

Os R$ 39,6 milhões restantes correspondem ao reajuste para funcionários comissionados. O impacto da proposta na folha salarial deste ano é calculado em 8,5%.

O maior aumento, previsto no projeto, é para os consultores - grupo de servidores que tem um dos salários mais elevados no Senado: deve subir de R$ 14,9 mil para R$ 22,7 mil. Em planilhas anteriores, esse valor chegou a R$ 27 mil, mas a Mesa Diretora do Senado mandou refazer a proposta.

O iG apurou, no entanto, que o principal impacto da nova planilha se dá nas chamadas carreiras intermediárias. Enquanto o custo total com os 227 consultores, segundo o novo plano, pula de R$ 3,4 milhões para R$ 5,1 milhões ao mês, o gasto com os 1.786 técnicos legislativos - cujo salário passaria de R$ 10,2 mil para R$ 16,1 mil - saltam de R$ 18,3 milhões para R$ 28,8 milhões mensais.

Outra categoria que deve pesar na folha salarial da Casa, caso seja confirmado o aumento, é a de analista legislativo. O salário dos 1.082 servidores deve passar de R$ 14 mil para R$ 18,5 mil, o que representaria um acréscimo de R$ 4,8 milhões por mês na folha de pagamento da Casa.

Relatado pelo primeiro secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o projeto foi aprovado na última quarta-feira pela Mesa Diretora. Apesar de contar com apoio da maioria, a proposta não chegou a ser votada em Plenário por não haver consenso entre os integrantes da Mesa.

Israel instala comissão para investigar operação contra comboio

O gabinete de Israel aprovou nesta segunda-feira (14) a instalação de um inquérito israelense sobre a operação militar contra um comboio que levaria ajuda humanitária à Gaza. A comissão deve incluir dois observadores estrangeiros após pedidos internacionais por uma investigação imparcial.
Conforme havia anunciado, no domingo, um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahua, a comissão será presidida pelo juiz aposentado da Corte Suprema israelense Yaakov Tirkel, de 75 anos, e "investigará os aspectos relativos às ações tomadas pelo Estado de Israel para impedir que os barcos chegassem à costa de Gaza no dia 31 de maio".
Os dois observadores estrangeiros são o prêmio Nobel da Paz irlandês David Trimble, ex-político protestante, e o ex-procurador geral do exército canadense Ken Watlkin.
Irritada pela morte de nove ativistas turcos pró-Palestina, a Turquia disse que a proposta de inquérito é parcial e reiterou pedidos de uma investigação comandada pela Organização das Nações Unidas.
"A investigação de um lado só de Israel não é válida para nós. Queremos que uma comissão seja estabelecida sob controle direto das Nações Unidas", disse o ministro turco do Exterior, Ahmet Davutoglu, em entrevista coletiva em Ancara, nesta segunda-feira.
"Se Israel não atender às exigências turcas, a Turquia tem o direito de revisar as relações e adotar medidas", acrescentou.
Elogio
A Casa Branca, em busca de acalmar as relações entre Israel e Turquia, dois importantes aliados dos EUA no Oriente Médio, elogiou a proposta de inquérito israelense, e disse que Israel tem capacidade de conduzir uma investigação justa.
A operação militar israelense no dia 31 de maio para impedir que o comboio de seis navios rompesse um bloqueio imposto à Faixa de Gaza, comandada pelo grupo islâmico Hamas, abalou as relações entre os, até então, próximos aliados Israel e Turquia.
A Turquia retirou seu embaixador em Israel e cancelou exercícios militares conjuntos. O governo turco também pediu o fim do bloqueio à região que abriga 1,5 milhão de palestinos.
Entenda o caso
Nove ativistas turcos foram mortos quando soldados israelenses invadiram os barcos em águas internacionais no dia 31 de maio.
Os seis barcos, que levavam ativistas e 10 toneladas de ajuda, tentavam furar o bloqueio israelense a Gaza, que já dura três anos.
Os ativistas dizem que os soldados atiraram sem provocação.
Já Israel afirma que suas tropas agiram em legítima defesa quando foram atacadas ao tentarem entrar em um dos barcos.

domingo, 13 de junho de 2010

PT faz festa para lançar Dilma candidata à Presidência

O PT promove neste domingo (13) a festa que oficializará a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência da República. Desde que deixou a Casa Civil, no final de março, a petista estava na condição de pré-candidata, mas já havia dado início a viagens pelo país para se aproximar do eleitorado e garantir vitrine política até a data da convenção.

Para homologar Dilma, o partido espera receber hoje 1,300 pessoas -- entre autoridades e militantes -- no Centro de Eventos Unique Palace, em Brasília. Diferentemente do que ocorreu no 4º Congresso do PT, em fevereiro, as passagens e hospedagens dos militantes não serão pagas pelo partido, segundo o presidente José Eduardo Dutra. Com isso, o o evento deverá sair mais barato, argumenta o dirigente.

Questionado pelo iG sobre o custo da convenção, no entanto, Dutra não quis falar em valores e disse que o partido pagará a estrutura montada em Brasília -- aluguel do centro de convenções e equipamento de som e mídia.

'Webcidadania' avança no Brasil e muda o foco da participação política

No momento em que as campanhas eleitorais no Brasil parecem acordar para o potencial da internet, montando estratégias e equipes para fisgar o voto na rede, iniciativas na web sem vínculo partidário ajudam o cidadão a participar da vida pública e fiscalizar a classe política.
São ferramentas digitais que invertem o eixo da participação na vida pública: de simples receptores das mensagens de políticos e partidos, os cidadãos passam a ter voz ativa na organização de suas demandas.
O que antes tomava papel, telefone, carros de som e horas de reuniões hoje pode ser feito em poucos cliques – de listar problemas do bairro a monitorar o trabalho de deputados e senadores em Brasília.
Sites e movimentos que promovem a chamada cidadania na web avançam no país e mostram resultados. O G1 apresenta algumas dessas iniciativas.
Vote na Web
No ar desde novembro de 2009, o Vote na Web ajuda o internauta a acompanhar projetos de lei em tramitação no Congresso.
O site resume propostas complexas em poucas linhas, com ênfase nos aspectos que interferem na vida das pessoas. Mediante rápido cadastro, o usuário também pode “votar” nas propostas e acompanhar o mapa das opiniões dos internautas.

Site "Vote na web" (www.votenaweb.com.br)
Quem quiser também pode se cadastrar para receber, por e-mail, informações sobre a tramitação da proposta de seu interesse.
Como é praticamente impossível cadastrar todos os projetos - foram mais de 6.000 nos últimos dois anos -, o site, ao entrar no ar, mostrava uma proposta de cada parlamentar. Depois passou a cadastrar todo projeto apresentado na Câmara e no Senado desde então.
“A gente não precisa mais pintar a cara e ir para a rua. É possível se mobilizar pela internet”, afirma o idealizador do projeto, Fernando Barreto, da Webcitizen, empresa de Belo Horizonte que cria aplicativos para engajamento cívico.
Em pouco mais de seis meses, o Vote na Web tem 5.000 usuários cadastrados e mais de 100 mil votos virtuais.
Excelências
O projeto Excelências, da Transparência Brasil, reúne o maior banco de dados sobre parlamentares em exercício no Brasil, nos três níveis de governo (União, Estados e municípios).

Site "Excelencias" (www.excelencias.org.br)
Se o usuário quiser saber, por exemplo, quantas vezes um deputado faltou ao trabalho, a informação está lá. Histórico de doações eleitorais, citações na Justiça, variações no patrimônio de 2.368 políticos: dados extraídos de fontes oficiais e reunidos de forma a facilitar a consulta.
“É algo que reduz violentamente o tempo que alguém teria que gastar para buscar essas informações”, afirma Claudio Weber Abramo, secretário-geral da Transparência Brasil.
Eleitor 2010
A ideia do Eleitor 2010 é transformar o cidadão em fiscal do pleito de outubro. Surgiu pela experiência da jornalista Paula Góes, que sentia na pele a dificuldade em checar todas as denúncias feitas pela população em dia da votação.
“Recebíamos inúmeras denúncias, mas nunca tínhamos equipes para apurar todas. Isso gerava frustração para o eleitor - que sentia seu testemunho sem importância - e para o jornalista, que se via impotente”, diz Góes.
Moderadores analisam os relatos enviados ao site - por e-mail, celular, Twitter ou na própria plataforma. Classificam as denúncias como confirmadas ou não confirmadas e registram a credibilidade das fontes (testemunha ou vítima, por exemplo) e a confiabilidade das informações.

Site "Eleitor 2010" (http://eleitor2010.com/)
Os relatos aparecem em um mapa, onde podem ser filtrados por região ou categoria. Usuários, que não precisam se identificar, podem confirmar ou negar relatos e também solicitar o envio de denúncias feitas em determinada região.
Góes enumera idéias para evitar a manipulação política do site, como parcerias com estudantes de jornalismo e Promotorias Eleitorais.
“É uma plataforma que dá ao cidadão o poder de atuar como fiscal do que acontece a sua volta, desde que tenha as ferramentas mais básicas: um celular ou internet. Confiamos na boa fé da maioria dos brasileiros e esperamos contar com a ajuda de pessoas alinhadas com o propósito de alcançar um Brasil mais transparente e livre de corrupção”, afirma Paula.
Uma versão beta da plataforma está no ar desde o final de maio e já aceita relatos sobre o período da pré-campanha.
Cidade Democrática
O Cidade Democrática é uma rede social que une pessoas e causas, e não apenas pessoas. “No site não sou seu amigo, mas amigo de sua causa”, afirma o administrador Rodrigo Bandeira, idealizador do portal.
O usuário se cadastra como cidadão, ONG, parlamentar, empresa. Pode criar propostas, apoiar outras, fazer comentários. O portal entrou no ar em novembro de 2009 e conta com cerca de 2.700 pessoas.
Entre eles, mais da metade dos vereadores, a prefeitura e um deputado estadual de Jundiaí (SP), que acompanharam o movimento iniciado por um grupo de moradores.

Site "Cidade Democrática"
(www.cidadedemocratica.com.br)
A história começou com o estudante de Ciências Sociais Henrique Parra, 20, voluntário do Voto Consciente, um dos projetos pioneiros em São Paulo no acompanhamento das atividades legislativas.
Parra conheceu o site e passou a divulgá-lo aos amigos. “Sempre pedíamos que apontassem um problema ou divulgassem uma proposta ao entrarem no site”, diz o estudante, que listou problemas do seu bairro: falta de áreas de lazer e cachorros abandonados.
A plataforma ajudou a catalisar o trabalho de ONGs que promovem participação cidadã na cidade. Organizaram uma agenda de 12 reivindicações e começaram a cobrar a classe política.
Resultados não demoraram a chegar. De um deputado, uma emenda de R$ 200 mil para construção de ciclovias. Da prefeitura, um plano diretor para desenhar ciclovias para a cidade. Da Câmara Municipal, a mudança do horário das audiências públicas (de 9h para 19h) e o fim das votações secretas na Casa.
Para o idealizador Bandeira, a plataforma nasceu como forma de proporcionar um modo de os cidadãos definirem suas prioridades. "Percebemos que falávamos apenas do que estava na imprensa, e a partir daí discutíamos as questões", afirma.
Entusiasta da "webcidadania" como catalisador social, o estudante Parra não se anima, porém, com as eleições vindouras. "O momento eleitoral é muito pobre para a gente. Discute-se muito pouco agendas locais. A discussão vai mais para dossiês do que para o que realmente importa. Já nas redes sociais cada pessoa é produtora de conteúdo", diz.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estilo de vida atual leva à solidão

Cientistas da Mental Health Foundation, na Inglaterra, chegaram à conclusão de que uma em cada dez pessoas da população britânica sofre de solidão frequentemente. De acordo com o estudo “The Lonely Society?”, que fez uma enquete com 2256 britânicos adultos, a mudança no estilo de vida da sociedade contribui para o aumento da solidão. Na Inglaterra, o número de divórcios quase dobrou nos últimos 50 anos, assim como o percentual de casas ocupadas por apenas uma pessoa - de 6% em 1972 para 12% em 2008. No Brasil, estima-se, segundo números do IBGE, que mais de seis milhões de pessoas vivam sozinhas.

Outros dados da pesquisa revelam que as mulheres (38%) são mais propensas do que os homens (30%) a se sentirem solitárias e procuram mais ajuda quando isso acontece (13% em comparação a 10% dos homens). O estudo aponta que a pressão em ser produtivo e alcançar o sucesso no trabalho faz com que as pessoas acabem negligenciando as relações afetivas. As redes sociais, ao contrário do que se imagina, também prejudicam as relações pessoais verdadeiras, segundo os especialistas. Uma em cada cinco pessoas diz gastar muito tempo se comunicando com amigos on-line, quando deveria vê-los pessoalmente.

Sentir solidão por muito tempo pode levar a problemas de saúde, como estresse, depressão, problemas cardiovasculares e no sistema imunológico, além de aumentar o uso de substâncias como álcool e outras drogas, segundo o estudo. Os mais atingidos pela solidão são os idosos, desempregados, pessoas com deficiência e quem está na meia-idade (devido à saíde de casa dos filhos, divórcio e luto). Outros dados revelam que as mulheres (38%) são mais propensas do que os homens (30%) a sentirem solitárias e procuram mais ajuda quando isso acontece (13% em comparação a 10% dos homens). Admitir a solidão é complicado para a maioria das pessoas: uma em cada três declarou ter vergonha de admitir a solidão.

O psicólogo Raymundo de Lima, professor da área de Metodologia da Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, explica que a solidão não acontece necessariamente quando se está fisicamente sozinho. “É um sentimento de estar distante dos outros ou os outros distantes de você. Como se você estivesse numa bolha, e isso pode acontecer em um elevador lotado de pessoas”, diz. Mesmo sendo um sentimento natural do ser humano, Lima percebe um aumento da discussão sobre o tema em obras acadêmicas na atualidade. “Nos escritos gregos, por exemplo, os filósofos não falavam de solidão. Pelo contrário, falavam de amizade”, diz.


Foto: Reprodução
Homem sozinho na pintura do artista Rodrigo Cunha
A pesquisa inglesa mostra também que uma em cada três pessoas gostaria de morar mais perto de suas famílias e em cidades menores. Segundo Lima, a superpolução nas cidades faz com que as pessoas desenvolvam uma proteção para preservar a sua própria identidade, uma espécie de “pele psicológica”. O psicólogo explica que, apesar desta pele ser necessária para a autopreservação, ela pode acabar se tornando uma couraça, uma blindagem e aumentar o isolamento.

Mesmo sendo uma das principais causas de depressão (42% na Inglaterra), a solidão também pode, em alguns casos, ser frutífera. O artista plástico Rodrigo Cunha, de São Paulo, por exemplo, usa-a como tema principal de suas telas. Ele explica que, por ser uma condição inerente ao ser humano, a solidão se transforma em algo fascinante. “Quando mostro aquela figura solitária, coloco dentro dela uma questão sublime: a de como é maravilhoso estar vivo”, completa o pintor.

Raymundo de Lima pontua que nem sempre a solidão precisa vir acompanhada de angústia e desamparo. Ainda assim, se estes sentimentos aparecerem, o psicólogo recomenda tentar aumentar a dose de convivência social e, em casos mais graves, procurar ajuda especializada.

Com voto contra do Brasil, ONU aprova sanções contra o Irã

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quarta-feira novas sanções contra o Irã, pela quarta vez desde 2006, para tentar convencer Teerã a suspender suas atividades nucleares sensíveis. As informações são da AFP.

Foram 12 votos a favor da resolução. O Líbano se absteve, enquanto Turquia e Brasil votaram contra.

As sanções foram reivindicadas pelos Estados Unidos, e contou com o apoio da maior parte dos países integrantes do Conselho de Segurança. Os norte-americanos acusam o governo de Mahmoud Ahmadinejad de realizar pesquisas nucleares com o objetivo de criar bombas atômicas, o que Teerã nega.

Com a decisão da ONU, as potências ocidentais ignoram o acordo firmado entre o governo iraniano com o Brasil e a Turquia para evitar as sanções. Teerã enviaria o urânio para Ancara, onde seria enriquecido. O material seria então reenviado ao Irã, para utilização com fins pacíficos.

Votação

Os 15 países do Conselho se reuniram para votar a proposta de resolução, resultado de cinco meses de negociações entre EUA, Grã-Bretanha, França, China, Rússia e Alemanha.

Segundo informações da agência Reuters, as quatro potências ocidentais queriam medidas mais duras, inclusive contra o setor energético iraniano, mas Pequim e Moscou conseguiram diluir as punições previstas no documento de dez páginas.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse na terça-feira no Equador que estas serão "as sanções mais significativas que o Irã jamais enfrentou".

O Irã rejeita as acusações ocidentais, alegando que suas atividades de enriquecimento de urânio estão voltadas apenas para fins pacíficos, como geração de energia e pesquisas médicas.

Itens

A resolução prevê restrições a mais bancos iranianos no exterior, caso haja suspeita de ligação deles com programas nuclear ou de mísseis. Estabelece também uma vigilância nas transações com qualquer banco iraniano, inclusive o Banco Central.

Além disso, ela amplia o embargo de armas contra o Irã e cria entraves à atuação de 18 empresas e entidades, sendo três delas ligadas às Linhas de Navegação da República Islâmica do Irã, e as demais vinculadas à Guarda Revolucionária. No documento original, os Estados Unidos pretendiam atingir até 41 instituições.

A resolução estabelece também um regime de inspeção de cargas, semelhante ao que já existe em relação à Coreia do Norte.

Brasil ainda tem papel diplomático importante no caso Irã, afirma Hillary

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, elogiou nesta quarta-feira (9) o papel diplomático do Brasil na questão nuclear iraniana, apesar de a posição brasileira ter sido derrotada com a aprovação de novas sanções a Teerã pelo Conselho de Segurança da ONU.
Hillary disse que o Brasil e a Turquia devem assumir papéis nas futuras negociações com o Irã, apesar de terem votado contra as sanções ao programa nuclear iraniano.
Saiba mais sobre as sanções aprovadas nesta quarta.
"No atual esforço diplomático com o Irã, acho que Turquia e Brasil vão continuar tendo um papel importante", disse a diplomata durante visita a Bogotá, capital da Colômbia.
saiba mais
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Postura 'desafiadora' do Irã aumenta possibilidade de guerra, afirma analista
Veja a repercussão das novas sanções
Turquia e Brasil votaram contra as sanções porque defendiam acordo fechado com Teerã no mês anterior, pelo qual o governo iraniano comprometia-se a enviar urânio para ser enriquecido fora do país.
As potências mundiais, lideradas pelos EUA, reagiram com ceticismo ao acordo, avaliando que se tratava apenas de uma estratégia de Teerã para "ganhar tempo", e seguiram lutando pelas sanções, apesar da oposição de brasileiros e turcos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

PT e PMDB confirmam pré-candidatura de Hélio Costa ao governo de MG

Na tarde desta segunda-feira, o PT e PMDB confirmaram a pré-candidatura oficial do senador Hélio Costa (PMDB), para disputar o governo do Estado de Minas Gerais. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, José Eduardo Dutra, no gabinete da presidência do PMDB, em Brasília, após reunião com lideranças dos dois partidos. Antes da reunião, Costa anunciou em sua página do Twitter a confirmação.

“O PMDB tem sido e vai continuar sendo um aliado do governo do presidente Lula. A construção dessa aliança em Minas Gerais é importante e, estando juntos, nós temos a certeza de que podemos praticamente garantir a vitória da nossa candidata à Presidência, Dilma Rousseff”, disse o senador após ser confirmado como o candidato da base aliada em Minas.

O senador informou ainda que sua candidatura vai reforçar a aliança entre as duas legendas. “Vamos ter outra figura muito importante do PT de Minas Gerais como vice”, disse.

“É uma chapa com clima de vitória com condições de eleger o governador, de eleger o senador, e de dar uma vitória expressiva para Dilma Rousseff em Minas Gerais”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

O ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que também lutava pela indicação, concorrerá a uma vaga ao Senado.

Resolução com sanções contra Irã está pronta para ser votada na ONU

Uma resolução impondo um novo pacote de sanções contra o Irã já está pronta para ser votada pelo Conselho de Segurança da ONU. As sanções têm como alvo o programa nuclear iraniano, que países ocidentais acusam de ter fins militares.

Teerã nega as acusações. Os diplomatas da ONU esperam que a resolução seja votada nos próximos dias, apesar de não contar com o apoio de todos os membros do Conselho de Segurança. Já o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, alertou nesta terça-feira que seu país desistirá de manter negociações sobre seu programa nuclear caso as novas sanções sejam aprovadas.

Ele disse que a recente proposta de acordo mediada pelo Brasil e Turquia era uma oportunidade única que não será repetida. O acordo, que prevê a troca de urânio do Irã com baixo grau de enriquecimento por urânio com alto grau de enriquecimento, enviado por outro país, para ser usado como combustível em seus reatores, foi rejeitado pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais.

Brasil e Turquia, membros não-permanentes do Conselho de Segurança, argumentam que uma nova rodada de sanções seria contraproducente, e que o acordo é uma nova oportunidade para o uso da diplomacia. A pedido dos dois países, o Conselho de Segurança deve realizar mais uma reunião para discutir a questão do Irã antes de votar a resolução.

Restrições

A versão final da resolução endurece as restrições financeiras e as inspeções de carga e expande o embargo limitado de armas. A data exata da votação depende de um acordo sobre a lista anexa de indivíduos e entidades cujos bens seriam congelados e que estariam proibidos de viajar.

Alguns diplomatas acreditam que ela possa ser votada já na quarta-feira, e há poucas dúvidas de que a resolução será aprovada. Alguns países membros do conselho poderão se abster ou votar contra as novas sanções, mas eles não têm poder de veto.

Lanzetta diz que 'guerra' interna do PT fez vazar oferta de dossiê

Ex-integrante da campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT), o jornalista e consultor Luiz Lanzetta disse nesta segunda-feira (7), em entrevista ao G1, que o vazamento do episódio envolvendo a suposta oferta de dossiê e de serviços de espionagem contra o pré-candidato José Serra (PSDB) foi resultado de uma disputa de poder no comando da campanha petista.
(Veja ao lado reportagem do Jornal Nacional sobre o tema.)
Lanzetta é dono da Lanza, empresa contratada para cuidar da área de comunicação da campanha de Dilma, mas, segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra, nem a empresa nem Lanzetta tinha poder de decisão sobre os rumos da campanha.
De acordo com o jornalista, a proposta de elaboração de um dossiê foi apresentada a ele pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Souza durante um encontro no restaurante Fritz, em Brasília, no dia 20 de abril (veja um infográfico explicativo ao final desta reportagem). O jornalista afirmou que apenas ouviu a oferta e a recusou de imediato. “Não houve dinheiro, não houve espionagem, não fizemos nada. O que houve foi um oferecimento (de dossiê) que foi recusado”, disse.
Lanzetta afirmou que a disputa de poder no comando da campanha de Dilma envolvia um grupo integrante do governo da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (2001-2004) e o grupo comandado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte (MG) Fernando Pimentel, um dos coordenadores da campanha petista. Lanzetta afirma que o grupo adversário de Pimentel “queria entrar na campanha de Dilma a qualquer preço”. Questionado sobre quem integrava esse grupo, ele não quis citar nomes.
Desde o final de maio, quando reportagens foram publicadas descrevendo o que teria acontecido no encontro realizado no restaurante, o comando do PT tem dito que ninguém da coordenação da campanha participou do episódio. A negociação com o delegado aposentado teria sido obra do jornalista, sem o conhecimento da campanha petista, disse o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
“O grupo do PT que integrou o governo da Marta (em São Paulo) quer entrar na campanha da Dilma a qualquer preço. Fui a primeira barreira dessa guerra (interna do PT) e sofri as consequências. Conseguiram me derrubar da campanha. Mas não vão conseguir o que querem. Eu tô limpo. Minha empresa está limpa. Não tenho medo de nada nem de ninguém”, avisou.
Sobre a suposta participação de Pimentel no episódio, Lanzetta negou o envolvimento do ex-prefeito. “O Pimentel não estava na reunião. Ele não sabe de nada. Tudo foi feito para pegar o Pimentel. Esse grupo de petistas que estava no governo da Marta – ela não, porque ela se livrou deles – quer correr com todo mundo da campanha.”
Em entrevista à TV Globo nesta segunda (7), Lanzetta afirmou que não trocou telefonemas com Onézimo e que conversou com ele apenas no encontro no restaurante. Lanzetta disse que não se importaria de mostrar suas contas telefônicas para provar que não tinha contato com o delegado aposentado.
Em entrevista publicada na revista “Veja” no último final de semana, no entanto, o delegado disse que a proposta para montar um dossiê e espionar possíveis traidores dentro da campanha petista e o pré-candidato do PSDB, José Serra, teria partido de Lanzetta. “Fui convidado para um encontro com Fernando Pimentel. Chegando lá no restaurante, estava o Luiz Lanzetta, que eu não conhecia, mas que se apresentou como representante do prefeito", disse Onézimo.
Ao Jornal Nacional desta segunda-feira (7), Lanzetta afirmou que não tinha ligação com o delegado aposentado. “Eu não tenho nada, nenhuma ligação. Eu não conversei com ele nem antes nem depois daquele momento. Eu fugi do Onézimo, eu fui embora da reunião, fiquei assustado com o cara, não queria falar com ele. Queria estar longe daquele cara. Senti um negócio estranho”, declarou.
Acareação
Disposto a provar sua versão dos fatos, o jornalista disse que quer participar de uma acareação com Onézimo para explicitar o que teria sido tratado na reunião realizada no final de abril, em um restaurante de Brasília, quando a suposta estratégia de espionagem teria sido discutida.
Afastado da campanha petista depois do episódio, Lanzetta afirma ter saído por conta própria. “Não fui demitido. Eu saí.” O jornalista afirma ter arcado com o preço de ter “entrado no jogo” de interesses eleitorais. “Não quero me colocar como vítima. Só um idiota não sabe o que pode acontecer quando se entra em um jogo desses. Eu joguei pesado e sabia que teria um preço. A reação foi forte. Não sou ingênuo, não estou surpreendido (com o que está acontecendo)”, disse, sobre a possibilidade de ser acusado de envolvimento com irregularidades.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ainda sem vice, Serra volta a Minas Gerais de Aécio

Ainda sem vice e já sem esperanças de ter Aécio Neves (PSDB) como companheiro de chapa, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, vai a Minas Gerais nesta segunda-feira para o que será sua quinta viagem ao Estado nesta pré-campanha.

Serra irá a Montes Claros, onde deverá se encontrar com lideranças e prefeitos do norte de Minas. O encontro foi organizado pelo secretário-geral do PSDB e deputado federal, Rodrigo de Castro (MG).

“Será uma reunião com integrantes de oposição ao governo federal. A expectativa é muito boa na região”, disse Castro. O deputado ainda não confirmou a ida de Serra a Uberaba, triângulo mineiro, viagem que está prevista para quarta-feira (9).

Segundo o secretário-geral, o ex-governador mineiro Aécio Neves deverá marcar presença em Montes Claros. Na semana passada, Aécio esteve em São Paulo e participou de uma reunião com integrantes da cúpula do PSDB.

No encontro, ele reafirmou que disputará o Senado e fez sugestões sobre quem deverá ser o vice de Serra. O ex-governador mineiro voltou a defender que a vaga fique com um representante do PSDB.

Aécio tem preferência pelo senador Tasso Jereissati (PSDB). Outro nome que agrada o tucano mineiro é Sérgio Guerra (PSDB-PE). Os dois, porém, já deram declarações que querem disputar, respectivamente, o Senado e a Câmara dos Deputados.

O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), tem dito que o partido só abriria mão de indicar o candidato a vice se Aécio fosse o candidato. O tucano, porém, é um dos principais refratários à ideia de dar o posto ao DEM.

Aécio avalia que o DEM não conseguiu superar a crise que abateu sobre o partido após o escândalo no governo do Distrito Federal. Único governador do DEM até então, José Roberto Arruda deixou a sigla e depois renunciou o cargo.

Do DEM, o nome preferido de Aécio é Katia Abreu (TO). No entanto, o próprio ex-governador mineiro descarta a atual senadora como vice por conta de seus posicionamentos a favor do agronegócio que desagradam integrantes de movimentos ambientalistas.

Para Aécio, se Katia for vice de Serra, será ainda mais difícil conquistar o apoio de Marina Silva (PV) em um eventual segundo turno entre o tucano e a candidata do PT, Dilma Rousseff.

Polícia prende hacker que extorquia banco em São Paulo

Um hacker, especialista em redes de computadores, foi preso acusado de invadir uma rede de dados e extorquir um banco de investimentos em São Paulo.

O comerciante João Sperandio Neto, de 24 anos, teria exigido US$ 500 mil de uma instituição financeira para não desviar US$ 2 milhões.

Ele foi detido na quinta-feira na sede do banco na Bela Vista, na região central de São Paulo, mas a polícia só divulgou a prisão no último domingo porque investigava a participação de outras pessoas.

Neto admitiu a invasão ao sistema da instituição, mas alegou que a realizou porque queria conseguir um emprego no lugar.

A Delegacia de Repressão a Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos da Polícia Civil investigava Sperandio desde o dia 1º de junho, quando representantes do banco perceberam a invasão e fizeram a denúncia. Segundo a polícia, o comerciante já havia invadido outras redes bancárias.

Forças israelenses matam quatro palestinos na costa de Gaza

Soldados israelenses abriram fogo contra um barco palestino, matando quatro pessoas na costa de Gaza, nesta segunda-feira (7), segundo as agências internacionais de notícias.
O barco onde estavam os palestinos mortos foi atacado por lanchas e helicópteros israelenses. Os corpos foram resgatados e levados a um hospital de Gaza. Equipes de busca procuram mais duas pessoas desaparecidas.
As Forças Armadas de Israel disseram que o barco levava militantes armados, em roupas de mergulho, preparando-se para atacar Israel.
Na semana passada, as Forças Armadas do país invadiram e atacaram uma frota de barcos que carregava centenas de ativistas pró-Palestina, e tinha como missão levar ajuda humanitária para Gaza.

sábado, 5 de junho de 2010

Lula sanciona projeto Ficha Limpa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta sexta-feira, sem vetos, o projeto Ficha Limpa.

A lei torna inelegíveis candidatos que forem condenados por órgão colegiado em crimes como improbidade administrativa, abuso de autoridade, racismo, tortura, abuso sexual, formação de quadrilha, crimes contra a vida e crimes hediondos, dentre outros.

A nova lei que exige ficha limpa para os candidatos começa a vigorar a partir de segunda-feira (7), quando deve ser publicada no Diário Oficial da União.

Ao sancionar o projeto da forma como foi aprovado pelo Congresso, o presidente mantém o texto da emenda polêmica que estabeleceu apenas para futuros condenados o impedimento de se candidatarem. A Advocacia Geral da União (AGU) já havia recomendado a sanção do projeto sem vetos.

O texto final do projeto aprovado pelo Senado gerou dúvidas se a lei só valerá para candidatos que forem condenados a partir de agora ou se inclui também quem já tem as condenações previstas no texto. Também há dúvidas se a lei sancionada hoje já valerá para as próximas eleições. As divergências devem ser resolvidas pela Justiça.