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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Brasil comemora o Dia Mundial sem Tabaco

A exposição “Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas”, no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, marca nesta segunda-feira em Brasília o Dia Mundial sem Tabaco. A mostra, que ficará aberta ao público até 11 de junho, apresenta estratégias da indústria do cigarro para atrair fumantes desde o início do século passado.

Para comemorar a data este ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como tema Gênero e Tabaco, com ênfase no marketing para mulheres, com o objetivo de alertar sobre os males que o cigarro causa à saúde e ao meio ambiente.

Também em Brasília, a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) lança publicações sobre o tema, entre elas “Gênero e Tabaco - As Mulheres e o Tabagismo”, resultado de pesquisas feitas após um seminário promovido em março de 2009.

Ministro

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, participa das comemorações às 10h, na área externa da Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão.

Na ocasião, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) vai promover o plantio de flores em frente ao prédio como um contraponto aos males causados pelo cigarro. O Inca desenvolveu ainda peças promocionais para uma campanha com o slogan "Mulher, Você Merece Algo Melhor que o Cigarro!"

Em São Paulo, o Instituto do Coração (Incor) promove, das 8h30 às 15h, campanha comemorativa do Dia Mundial sem Tabaco. O evento inclui medição de monóxido de carbono no ar exalado pelo indivíduo, indicador importante do grau de poluição do organismo pelo cigarro. Haverá também campanha de atendimento e orientação ao público, no vão livre do Masp, organizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Forças de Israel atacam frota que levava ajuda humanitária para Gaza

Militares de Israel interceptaram um comboio que tentava furar o bloqueio de ajuda humanitária à Gaza imposto por Israel e pelos Estados Unidos. O Exército de Israel afirma que mais de dez pessoas morreram na operação. Segundo relatos, muitos deles teriam nacionalidade turca. Agências internacionais de notícias informam que 30 ativistas ficaram feridos no ataque.

A "Frota da Liberdade", composta por três navios que levavam 750 ativistas e 3 com 10 mil toneladas de carga saíram de uma área perto do Chipre. Os ativistas contaram que mostraram bandeiras brancas, mas os soldados atiraram na tripulação. O Hamas, que administra a região palestina, condenou o ato.

As imagens da televisão da Turquia mostram os militares invadindo uma das três embarcações turcas que faziam parte do comboio. Oficiais de Israel afirmaram que foram recebidos com resistência pelos ativistas e que haviam recebido ordens para atirar quando estivessem em perigo. Eles confirmaram que havia feridos nos barcos e que três navios de guerra da marinha israelense deixaram a base em Haifa.

A invasão aconteceu às 4h no horário local (22h de Brasília) em águas internacionais.

Canais de televisão turcos mostraram imagens ao vivo do ataque durante uma hora, mas as comunicações foram cortadas.
Israel disse que ,depois de uma verificação de segurança, a carga será enviada para Gaza pelos meios autorizados. O governo afirma que não atacou nenhum navio, apenas “cumpriu uma ordem do governo que impede que qualquer embarcação se aproxime da Faixa de Gaza sem entrar em contato com Israel”. Em comunicado, o exército de Israel afirma que os suprimentos poderiam ser enviados à Gaza legalmente por meio do seu território.
A “Frota da Liberdade” havia partido para Gaza na tarde deste domingo (30) levando com 10 mil toneladas de ajuda humanitária, que inclui cadeiras de roda, casas pré-fabricadas e purificadores de água.
Israel alertou que interceptaria os navios se continuassem com a missão. Esta foi a nona vez que o movimento pró-palestina tentou levar ajuda à Gaza desde a implantação do bloqueio, há quase três anos.
Repercussão internacional
O ataque israelense revoltou parte da população turca. Desde o início da manhã, centenas de manifestantes protestaram em frente a delegações diplomáticas de Israel na Turquia.

Alguns manifestantes tentaram invadir o prédio do consulado israelense em Istambul. A polícia tentou impedir a entrada e empurrou o grupo para trás. O chanceler da Turquia criticou duramente o ataque e pediu explicações à Israel sobre o que aconteceu.

Um ano depois, queda do AF 447 segue sem respostas

Um ano após o acidente, mais perguntas do que certezas restaram do desastre do voo AF 447 Rio-Paris, da Air France. que desapareceu no Oceano Atlântico e matou 228 passageiros e tripulantes. O Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em inglês), que investiga o acidente, ainda não sabe os motivos da queda do Airbus.

Sem as caixas-pretas, o escritório francês diz que não pode esclarecer o que causou o acidente, mas sabe que não houve "despressurização durante o voo" e que a aeronave provavelmente estava inteira antes de cair no mar. Além disso, a aeronave tocou o oceano em posição horizontal e com o bico ligeiramente apontado para cima, em uma indicação de que poderia estar tentando aterrissar no mar.

O BEA também pôs em dúvida a confiabilidade dos sensores de velocidade, chamadas de sondas pitot, mas alega que isso não significa que tenham sido os responsáveis pelo acidente. Em seu relatório, o órgão francês recomenda que sejam determinados novos padrões para testes destes sensores, pois eles podem sofrer alterações em altitudes elevadas, caso haja acúmulo de gelo.


Foto: AP
Embarcação com destroços do voo 447 chega ao Porto do Recife
A Airbus, construtora do A330 que caiu, identificou 32 acidentes, entre 12 de novembro de 2003 e junho de 2009, nos quais dois ou mais dos sensores de velocidade haviam acumulado gelo. Quando os pitots são bloqueados pelo gelo, eles enviam falsas medições de velocidade para os computadores do próprio avião, como no caso do voo 447, já que aeronave enviou várias mensagens automáticas de erro antes de cair.

Investigações paralelas, como a do ex-comandante de A330, Henri Marnet-Cornus, e de Gérard Arnoux, também comandante de Airbus e presidente do sindicato União Francesa de Pilotos de Linha, são mais incisivas que o BEA. Para eles, como para dezenas de pilotos comerciais da Air France, não há dúvidas: o congelamento dos pitots está na origem de uma sequência de falhas eletrônicas que forçaram o capitão da aeronave, Marc Dubois, ou o copiloto, Pierre-Cédric Bonin, a tomar decisões de urgência, potencialmente erradas.

Para o escritório francês, sem as caixas-pretas ou novos dados sobre o acidente não será possivel determinar com precisão a causa da queda, "A falta de dados dos registros do voo, de elementos essenciais do avião e de testemunhas, as circunstâncias exatas do acidente e suas causas seguem sem ser determinadas", diz o último relatório.

Denúncias

Os pilotos da Air France-KLM acusaram os investigadores de acidentes da companhia de tentar encobrir a causa da queda do Airbus que fazia o voo 447. "Eles estão tentando culpar os pilotos. Eles não querem a verdade", afirmou Gerard Arnoux.

Segundo Arnoux, as famílias das vítimas e os sindicatos dos pilotos estão preocupados com o que consideram uma tentativa do BEA e da Air France de causar confusão sobre o que causou o acidente. O porta-voz do sindicato, comandante de Airbus, disse que o BEA está tentando esconder seu fracasso anterior em agir sobre as conhecidas falhas dos pitot nos aviões da Airbus.


Foto: AFP
Destroços do voo 447 da Air France recolhidos pela Marinha e a Aeronáutica
As famílias acusaram a Air France e o BEA de desonestidade. Christophe Guillot-Noël, que preside uma associação de familiares das vítimas, disse que o presidente da companhia aérea, Pierre-Henri Gourgeon, estava reservadamente culpando os pilotos. O relatório da BEA foi influenciado por políticos, disse Guillot-Noël.

No fim do ano passado, o diretor do BEA, Paul-Louis Arslanian, criticou os pilotos dizendo que há décadas as tripulações vinham aprendendo a lidar com falhas nas leituras de velocidade dos aviões. No caso do avião da Air France, "algumas destas flutuações nos dados de velocidade talvez não tenham sido suficientemente levadas em conta no treinamento dos pilotos", afirmou.

"A Face Oculta da Air France"

Um livro lançado neste mês na França, escrito por um jornalista do "Le Figaro", aponta falhas na política de segurança da Air France e sugere que o acidente com o voo AF 447, poderia ter sido evitado se a empresa tivesse equipado seus aviões com um sistema de pilotagem de emergência, como havia feito sua concorrente Lufthansa em 2008.

No livro "La Face Cachée d'Air France" (literalmente "A Face Oculta da Air France", mas ainda sem previsão de título em português), o jornalista Fabrice Amedeo, especialista do setor de transportes do "Le Figaro", afirma que a direção da empresa deve realizar "uma verdadeira revolução cultural para evitar um novo acidente que representaria o seu fim".

"A Air France enfrenta um paradoxo. Ela possui uma frota de aviões ultramoderna, pilotos e um sistema de manutenção que estão entre os melhores do mundo, mas estatísticas de segurança de uma companhia de segunda categoria", diz o autor do livro.

Em um comunicado, a Air France afirma que "respeita todas as regulamentações nacionais e internacionais em vigor" e acrescenta que a segurança da companhia "corresponde aos padrões mais exigentes da indústria aeronáutica mundial".

sábado, 29 de maio de 2010

Governo vai manter ação casada com a campanha de Dilma

Além do combate ao crack e da ideia de um ministério para pequenos e médios empreendedores, outras “sugestões” da candidata Dilma Rousseff (PT) vão continuar a encontrar ressonância com as ações do governo.

Esta é considerada uma tática legítima pelo governo e pelo comando da campanha. Segundo o ministro Franklin Martins, esta sintonia é natural, a despeito de críticas, sem caracterizar uso da máquina do Estado:

- Eu acharia absurdo se a candidata do governo estivesse descasada das ações governamentais. A oposição acha que o presidente não deve apoiar um candidato. Esse é o problema. É o medo do prestígio eleitoral do presidente Lula, comentou o ministro, agora há pouco, para esta coluna.

Ação diplomática com Irã deixou mundo menos seguro, diz Hillary

27/05/2010 16h14 - Atualizado em 27/05/2010 20h12
Ação diplomática com Irã deixou mundo menos seguro, diz Hillary
Diplomata fez referência a acordo nuclear mediado por Brasil e Turquia.
EUA e Brasil têm 'discordâncias muito sérias' sobre questão iraniana, disse.
Do G1, com agências internacionais
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A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse nesta quinta-feira (27) que os EUA e o Brasil têm "discordâncias muito sérias" a respeito do programa nuclear iraniano, apesar de a relação entre os países ser muito boa em outros temas.
"Sem dúvida temos discordâncias muito sérias com a diplomacia do Brasil em relação ao Irã", disse Hillary no Brookings Institution, em Washington, durante uma entrevista para apresentar a nova doutrina de segurança nacional do governo de Barack Obama, que descarta o termo "guerra ao terror", mas deixa todas as opções na mesa para tratar com as questões de Irã e Coreia do Norte.
"Mas nossa discordância não mina nosso comprometimento de ver o Brasil como um país amigo e parceiro", completou, questionada sobre como Washington enxergava o papel do Brasil na diplomacia global.
"Nós queremos uma relação com o Brasil que resista ao teste do tempo", acrescentou.

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Punição não leva ao entendimento, diz Lula
Segundo ela, as ações tomadas por países para ajudar a encontrar uma solução diplomática para a crise nuclear iraniana tornaram o mundo mais perigoso.
"Nós discordamos... nós dissemos (aos brasileiros) que não concordamos com isso, que pensamos que os iranianos estão usando o Brasil, nós achamos que é hora de ir ao Conselho de Segurança", disse.
Hillary informou ainda ter dito ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, que os EUA acham que "dar tempo ao Irã, permitir que o Irã evite a unidade internacional em relação a seu programa nuclear torna o mundo mais perigoso, não menos".


A secretária de Estado Hillary Clinton durante entrevista nesta quinta-feira (27) (Foto: AP)
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, também nesta quinta, ao lado do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, que "isolamento e punição não levam ao entendimento", ao falar do acordo intermeadiao por Brasil e Turquia há menos de 15 dias. Segundo o presidente, é preciso ter "flexibilidade" para alcançar uma solução negociada com o Irã.
"A Declaração de Teerã é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Queremos superar dogmas e temores", afirmou o presidente. Lula disse que as Nações Unidas precisam passar por alterações. "As Nações Unidas requerem reformas para deixarem de ser sombra distoricia de um passado há muito superado", afirmou.
Ele chamou a atenção para o fato de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ser formado por países que possuem armamento nuclear. Os países-membros permanentes do conselho são França, Estados Unidos, Reino Unido, China e Rússia. “Eu liguei para o [ presidente da França, Nicolas] Sarkozy e disse que no Conselho de Segurança da ONU se tivessem países sem arma nuclear a possibilidade de fazer um acordo seria maior”, declarou.

O primeiro-ministro turco defendeu que a comunidade internacional não aplique sanções ao Irã, como proposto pelos Estados Unidos e países europeus. "Se quisermos evitar a proliferação de armas nucleares temos que tomar vários passos. Aqueles que não têm armas nucleares não devem desenvolvê-las, aqueles que têm, devem reduzir seus arsenais", afirmou o primeiro-ministro turco.
Erdogan disse que após a assinatura do acordo escreveu cartas para 27 líderes mundiais defendendo as negociações com o Irã. “Temos responsabilidade com essa posição que nós assumimos e que levou a essa vitória diplomática. Aqueles que criticam são invejosos. O que fizemos era certo e trabalhamos aquilo que anteriormente foi exigido e esperado e o que nós conseguimos foi o produto desses esforços”, afirmou.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lula: crítico de acordo com Irã quer inimigo para fazer política

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta quarta-feira as críticas de potências ao acordo nuclear fechado por Brasil e Turquia com o Irã, dizendo que há no mundo quem precise manter inimigos para fazer política.

Horas depois de os três países fecharem na semana passada um acordo para a troca de urânio pela República Islâmica por combustível nuclear já pronto para uso pacífico, integrantes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmaram estar prontos para a adoção de novas sanções contra o país persa.

Lideradas pelos Estados Unidos, potências ocidentais acusam o Irã de tentar construir armas nucleares. O governo de Mahmoud Ahmadinejad, no entanto, afirma que o programa nuclear de seu país tem fins pacíficos. O Brasil também detém um programa nuclear, mas conta em sua Constituição com um veto à fabricação de armas atômicas.

"Fizemos um acordo que eu achava que os países que queriam levar o Irã para a mesa (de negociações) iam ficar felizes. Eis que eles não queriam, porque no mundo tem gente que não sabe fazer política sem um inimigo", discursou Lula durante a 4a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

"Primeiro, é preciso criar um inimigo. Esse inimigo tem que ser ruim, embora possa não ser. Mas você tem que fazê-lo ruim, a cara tem que ser feia e nós temos então que demonizá-lo", acrescentou.

O presidente lembrou que o acordo alcançado fora proposto em outubro pela Agência Internacional de Energia Atômica da ONU ao Irã e defendido pelas potências ocidentais, mas que não havia sido fechado porque não existia "confiança" entre as partes.

Lula também criticou os comentários de que o Brasil não teria condições ou não deveria se intrometer em um grande tema da agenda global. "Vocês viram que absurdo primeiro as pessoas torcendo para não dar certo?", questionou Lula a uma plateia predominantemente de cientistas.

POLÍTICA DOMÉSTICA

Lula afirmou ainda que os interesses eleitorais não farão com que o governo deixe de aumentar os recursos para ciência e tecnologia no Orçamento de 2011 a fim de direcionar mais dinheiro para outras áreas. Ele voltou ainda a defender que o país exporte produtos de maior valor agregado.

Ele também aproveitou para ironizar a oposição e órgãos de fiscalização como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU). Após receber uma luneta de presente, disse que eles poderiam querer iniciar investigações e CPIs que parariam o país.

Com fim de prazo, divulgação de gasto público passa a ser obrigatória

A transparência da gestão pública entra em nova fase nesta quinta-feira (27) no Brasil, com o fim do prazo para que Estados e municípios com mais de 100 mil habitantes publiquem em tempo real na internet informações detalhadas sobre quanto arrecadam e como gastam o dinheiro dos contribuintes.
A exigência está na Lei Complementar 131, um adendo à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) aprovado pelo Congresso em 2009.
As novas regras de transparência começam a valer na sexta-feira (28) para a União, todos os Estados e os 273 municípios mais populosos. Cidades de 50 mil a 100 mil habitantes terão mais um ano para se enquadrar, e o prazo para os demais municípios vai até 2013.
A chamada “Lei da Transparência” ainda é alvo da resistência de prefeitos. Chefes municipais alegam imprecisões no texto da norma e cobram a regulamentação da lei, que ainda não saiu.
“Cada prefeitura tem um conceito de ‘tempo real’ e ‘informações pormenorizadas’”, afirmou ao G1 João Coser (PT), prefeito de Vitória e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
Ficou aquela coisa cômoda: você [governo federal] não regulamenta e eu [prefeito] não me mexo"
João Coser
prefeito de Vitória
O Tesouro Nacional preparou uma proposta de regulamentação da lei, enviada para avaliação da Casa Civil da Presidência da República. O G1 questionou a pasta sobre a previsão de publicação da regulamentação, mas não obteve resposta.
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Mas o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, já afirmou que a lei é “autoaplicável”, ou seja, não precisa de regulamentação para vigorar.
Quem descumprir a lei está sujeito à suspensão das transferências voluntárias da União, que somaram em 2009 R$ 5,1 bilhões para municípios e R$ 3,5 bilhões para Estados.
Tempo real
Para cumprir as exigências da lei, a CGU lança nesta quinta uma nova ferramenta no Portal da Transparência da pasta, no ar desde 2004. A consulta “Informações Diárias” trará dados detalhados por dia sobre a execução orçamentária de todas as unidades do Executivo federal.
O conceito de “tempo real” adotado pela CGU é, portanto, o de 24 horas. Segundo a pasta, para atender a nova lei, o portal será recarregado, em média, com 200 mil novos documentos por dia. Até então as atualizações eram mensais.
Em relação aos Estados, a CGU contabiliza 12 unidades da Federação (AL, BA, CE, RN, ES, GO, MA, MT, PA, PR, PE e RS) com portais de transparência nos moldes do site da pasta, com atualizações mensais ou em maior intervalo.
O órgão não sabe quantos municípios já cumprem a lei. As duas principais entidades municipalistas do país - a FNP e a Confederação Nacional de Municípios - também não fizeram balanço semelhante.
Segundo dados de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 9 das 273 prefeituras de cidades com mais de 100 mil habitantes não mantinham páginas próprias na internet.
Presidente da FNP, Coser disse que a Lei da Transparência é um “importante instrumento de controle social”, mas reconhece que “uma ou outra” prefeitura não conseguiu se organizar para disponibilizar os dados no prazo.
Ranking da Transparência
Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas, ressalta que os municípios tiveram um ano para preparar os dados. “É um argumento ridículo dizer que não estão preparados. É um processo simples, até porque são informações que as prefeituras já possuem.”
É um argumento ridículo dizer que [os municípios] não estão preparados"
Gil Castello Branco
ONG Contas Abertas
A ONG encabeça o chamado Comitê Técnico do Índice da Transparência, formado por especialistas que vão criar um ranking para atribuir notas às administrações públicas, de acordo com o grau de transparência de seus sites.
Se a prefeitura ou governo disponibilizar as contas públicas para download, por exemplo, ganhará pontos no índice. O mesmo se fornecer um canal de interação por telefone, e não apenas por e-mail.
Fiscalização
E quem ficará responsável pela fiscalização da nova lei? Pelo texto da norma, qualquer “cidadão, partido político, associação ou sindicato” poderá denunciar o descumprimento ao respectivo Tribunal de Contas ou Ministério Público.
Consultados pelo G1, a CGU, o Tribunal de Contas da União e a Secretaria do Tesouro Nacional informaram não ter responsabilidade na fiscalização.
“As denúncias vão acontecer se a sociedade se envolver na lei. Daí os Ministérios Públicos vão ter que tomar providências. É preciso que a lei vingue para quebrar a cultura do sigilo das contas nos municípios”, afirma Castello Branco.

Seleção brasileira chega à África do Sul

Após oito horas e meia de um voo tranquilo, desde Brasília, a seleção brasileira chegou à África do Sul, onde lutará mais uma vez para conquistar o hexacampeonato. O avião que levou Dunga e seus selecionados aterrissou no Aeroporto Internacional de Johanesburgo às 7h20 desta quinta-feira (2h20 de Brasília).

A seleção brasileira foi a segunda a chegar à África do Sul, logo após a Austrália. Dinamarca, Argentina e Estados Unidos devem ser os próximos a pisar em solo africano.

Quando a delegação chegou a Johanesburgo, encontrou o zagueiro Lúcio e o lateral Maicon, da Inter de Milão, que já estavam hospedados no The Fairway Hotel. Os jogadores receberam folga por conta da conquista da Liga dos Campeões e, por isso, não participaram dos treinamentos. Por isso, foram os primeiros a chegar.

Os jogadores da Seleção Brasileira foram recebidos com aplauso pelos funcionários do hotel e foram imediatamente para o restaurante, onde foi servido um lanche. Em seguida, todos foram para os seus quartos descansar. A primeira atividade desta quinta-feira está programada para as 16 horas.

Incentivo

Durante a viagem, os jogadores assistiram a um vídeo com diversas mensagens de apoio dos torcedores, que contaram inclusive com a participação do lateral direito Cicinho, convocado para o Mundial de 2006, na Alemanha. Mais de 1.500 vídeos de incentivo foram enviados.

Além disso, o avião que leva os comandados do técnico Dunga para a África foi pintado com mensagens da torcida brasileira para os jogadores.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Justiça condena Marcola a 12 anos por chefiar quadrilha em presídios

Marco Willians Camacho, o Marcola, foi condenado a 12 anos de prisão por chefiar uma quadrilha que age dentro e fora dos presídios paulistas. Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitaram de forma unânime pedido do Ministério Público. As informações são do "Jornal da Globo".

Marcola e mais 12 pessoas foram condenados por integrar a liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que domina os presídios paulistas. O que determinou a condenação foram os depoimentos de dois ex-integrantes da facção, que acabaram sendo beneficiados com a delação premiada. Além disso, a investigação da promotoria tinha escutas telefônicas que comprovavam o controle de Marcola sobre a quadrilha.

Ano passado, Marcola já havia sido condenado pelo assassinato de um juiz de presidente Prudente. Ele ainda responde processo pelos atentados contra as forças de segurança de São Paulo em 2006, quando 48 policiais morreram.

Publicidade na web é a mais influente nas compras

ma pesquisa realizada pelo Centro Avançado de Estudos e Pesquisas da ESPM (CAEPM), em parceria com o Ibope Media, constatou que a internet é hoje a ferramenta que mais influencia os consumidores na hora de decidir pela compra de um produto. No levantamento, apresentado ao iG, foram ouvidas 1,2 mil pessoas de diferentes faixas etárias e regiões do País e mostrou que 46% dos entrevistados adquirem algo após olharem publicidade veiculadas na internet. As recomendações de familiares e amigos, com 26%, ficaram em segundo lugar no ranking de influência. A TV ficou em terceiro, com 21%, e os anúncios veiculados em jornais e revistas ficaram com os 7% restantes.


Foto: Getty ImagesAmpliar
Mais de 45% dos consumidores são influenciados por anúncios na internet
Na ocasião, os entrevistados responderam a um questionário relatando o que eles adquiriram nos últimos meses e como tomaram conhecimento do produto. Mais de dez itens compuseram a lista da pesquisa, entre eles computadores, celulares, pacotes de viagens, automóveis, geladeiras e artigos esportivos. Todos tiveram a internet como principal meio de influência.

O estudo também mostrou que quanto mais jovem o consumidor, maior o poder da internet na sua decisão de compra. O grupo formado por pessoas entre 25 e 29 anos foi o que mais se mostrou influenciado pelas propagandas online. Cerca de 50% disseram que adquiriram um produto depois de ver anúncios na internet. “Essa é uma tendência e vai se tornar cada vez mais evidente. “Daqui a 20 anos, vamos ter uma geração muito mais consumista e muito mais influenciada pelas propagandas online”, afirma Marcelo Coutinho, professor e pesquisador responsável pelo estudo.

Segundo ele, o poder da publicidade online sobre os consumidores é enorme e pode ser explicado pela interatividade e dinamismo que o ambiente virtual propicia às pessoas. “Na internet, o consumidor olha a propaganda, compara os preços e efetiva a compra ao mesmo tempo, diferentemente da TV e de qualquer outro meio ”, diz. “Além da interatividade, o Brasil atualmente tem cerca de 45 milhões de pessoas que utilizam a internet regularmente. Muitas vezes, elas passam mais tempo na frente do computador do que da TV”.

Coutinho, no entanto, não desmerece a TV e os outros meios para a veiculação de campanhas publicitárias. Em 2009, mais de 60% dos investimentos do setor foram destinados para as TVs - para a internet, foram 4,3%. “Não acredito que a internet acabará com as propagandas em TVs, jornais e revista, mas ela se tornará cada vez mais atuante nesse segmento”, afirmou.

A pesquisa, batizada de “Marcas online – os processos de formação sob produtos e serviços na internet”, faz parte de um estudo sobre tendências de consumo e será apresentada no início do próximo mês pela ESPM.

Câmara aprova reajuste para mais de 32 mil servidores públicos federais

A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira (25) um reajuste salarial para 32.763 servidores federais. O texto agora será encaminhado ao Senado. Se houver modificações, retorna para a Câmara. Se nada for alterado, ele segue para sanção presidencial.
A proposta foi aprovada em caráter terminativo, não sendo preciso passar pelo plenário da Casa. A medida, de autoria do Executivo, vai beneficiar 12.032 servidores ativos, 9.318 aposentados e outros 11.413 pensionistas. O texto já havia sido aprovado em março pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. No início deste mês de maio, passou também pela Comissão de Finanças e Tributação.
Pelo texto aprovado pela CCJ, será criado um adicional de até R$ 1.042 por participação em missão no exterior para servidores do Ministério das Relações Exteriores. Também está previsto um reajuste de gratificação de desempenho para agentes penitenciários federais e um aumento salarial e de gratificação para servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e dos cargos de tecnologia militar do Ministério da Defesa. Os médicos e dentistas do Hospital das Forças Armadas também terão aumento na remuneração. O mesmo projeto ainda prevê a criação de uma estrutura remuneratória especial para engenheiros, arquitetos, economistas, estatísticos e geólogos.
Reajuste escalonado
Na maioria das carreiras, o reajuste será escalonado — em alguns casos, até abril de 2011. O custo total das medidas, conforme o projeto, será de R$ 401,9 milhões neste ano; R$ 773,7 milhões em 2011; e R$ 791,8 milhões em 2012 e anos seguintes.
De acordo com o relator, deputado Tadeu Fillipelli (PMDB-DF), a medida atende às necessidades de manutenção e recomposição de força de trabalho especializada em áreas de interesse estratégico da administração pública. O realinhamento das remunerações, afirma o deputado, permite que os quadros do serviço público federal sejam continuamente supridos por servidores qualificados e motivados.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Seul corta relações comerciais com a Coreia do Norte e pede sanções

Seul pedirá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que adote sanções contra Pyongyang pelo ataque contra a corveta "Chenoan", afirmou nesta segunda-feira o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak. Ele acusa a Coreia do Norte de ter derrubado a embarcação com um torpedo.

A Coreia do Sul também suspenderá totalmente suas relações comerciais com a Coreia do Norte, e reagirá a qualquer outra ação de Pyongyang, advertiu Myung-Bak.

Em mensagem em cadeia nacional de TV, Lee anunciou ainda que Seul impedirá o tráfego de navios norte-coreanos pelas rotas marítimas do Sul.

Na sexta-feira passada, o ministro sul-coreano da Defesa, Kim Tae-Young, afirmou que Seul fará Pyongyang "pagar" pelo ataque à corveta. Uma investigação internacional sobre o naufrágio da "Chenoan" revelou que o navio foi torpedeado por um submarino norte-coreano.

A corveta de 1.200 toneladas explodiu e naufragou em 26 de março passado, matando 46 marinheiros, quando se deslocava na zona da ilha de Baengnyeong, no Mar Amarelo, na fronteira marítima com a Coreia do Norte. Pyongyang nega qualquer envolvimento na explosão da corveta.

Israel tentou vender armas nucleares para a África do Sul, diz jornal

O jornal britânico "The Guardian" informa em uma reportagem desta segunda-feira (24) que obteve documentos secretos que mostram que agentes de Israel tentaram vender armas nucleares ao regime do apartheid na África do Sul, numa prova de que o país mantém armas nucleares em seu arsenal.
Os documentos são minutas de reuniões realizadas em 1975 entre o ministro da Defesa da África do Sul, PW Botha, e sua contraparte israelense, Shimon Peres, hoje presidente de Israel. Quando perguntado sobre mísseis do arsenal israelense, Peres responde dizendo que é possível obtê-los "em três tamanhos diferentes".
Obtidos pelo acadêmico americano Sasha Polakow-Suransky, os documentos são a primeira fonte oficial a citar as armas nucleares de Israel. As reuniões de 1975 chegaram a gerar um acordo de cooperação militar secreto entre os dois países, informam os documentos.
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Israelenses participam de treinamento contra ataque aéreo
Judeus dos EUA escancaram suas opiniões divergentes sobre Israel
No livro "The unspoken alliance: Israel's secret alliance with apartheid South Africa" ("A aliança silenciaosa: a aliança secreta de Israel com a África do Sul do apartheid"), que será lançado nesta semana nos EUA, Polakow-Suransky afirma que o governo israelense negociou mísseis "Jericho", capazes de carregar ogivas nucleares, com a África do Sul.
Segundo o autor, Israel tentou impedir o governo sul-africano de divulgar os documentos. "O ministro da Defesa israelense tentou bloquear meu acesso ao acordo secreto, alegando que isso era material sensível, especialmente pela data e por causa de quem o assiinou", contou Polakow-Suransky. "Os sul-africanos pareceram não se importar tanto, eles censuraram algumas linhas e me entregaram os documentos. O governo atual não parece muito preocupado em esconder a roupa suja dos antigos aliados do regime do apartheid."

União Europeia pode viver sem o euro, diz Fishlow

A atual crise fiscal na Europa é resultado de um grande erro de avaliação das autoridades financeiras da União Europeia e da falta de consistência na fiscalização dos orçamentos dos países do bloco, na opinião do economista americano Albert Fishlow, professor emérito da Univerisity of Califórnia e da Columbia University, em Nova York, onde dirige o Center for Brazilian Studies e o Institute for Latin American Studies.

Segundo Fishlow, depois da eclosão da crise financeira nos Estados Unidos, em setembro de 2007, o foco dos reguladores europeus ficou voltado apenas para o desempenho das economias da Alemanha e da França, as maiores da União Europeia. Isso, segundo ele, fez com que os riscos que o bloco corria em virtude da deterioração da situação fiscal de países como Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Irlanda fosse minimizado pelos reguladores.

Em entrevista ao iG, Fishlow avalia que as medidas adotadas para conter o colapso financeiro nos Estados Unidos estão começando a surtir efeito. Mas segundo ele, a dependência da China para financiar o deficit americano pode implicar em uma alta na taxa de juros para oferecer um melhor prêmio ao investimento chinês em títulos do tesouro americano.

Para Fishlow, o Brasil tem condições de continuar crescendo a uma taxa de 5,5% ao ano, mas será necessário ampliar a taxa de poupança interna, para reduzir a dependência do capital externo para financiar grandes investimentos em infraestrutura. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.



iG: As autoridades financeiras, bancos e agências de classificação de risco erraram novamente suas projeções, a exemplo do ocorreu na crise nos Estados Unidos em 2007, ao não prever o colapso fiscal em alguns países da zona do euro e suas conseqüências negativas para a economia mundial?

Albert Fishlow: De certa forma houve uma lentidão na tomada de decisões pelas autoridades financeiras da Europa. Ninguém estava olhando bem a magnitude do problema do deficit fiscal em alguns países. Fora da Europa não havia muita preocupação com a Grécia, que foi uma das responsá veis por deflagrar a crise na zona do euro, por que o país está sujeito às regras do sistema econômico da União Europeia. No entanto, verificou-se tardiamente a fragilidade dos fundamentos econômicos da Grécia e a grande magnitude da dívida, que alcança cerca de 120% do PIB. Essa situação extrapola muito os parâmetros estabelecidos para um país pertencer ao sistema do euro.


iG: Antes do início da crise o Fundo Monetário Internacional (FMI) havia revisto as projeções para a Europa e a sinalização para o desempenho da economia na região era bastante positiva. Houve excesso de otimismo?
Fishlow: Depois da crise financeira nos Estados Unidos, que também afetou as principais economias da Europa, a preocupação estava concentrada na saúde financeira da Alemanha e da França. Mas havia um problema nas margens desses dois países e não foi dada a devida importância. Faltou consistência na fiscalização dos gastos e dos orçamentos dos países da União Europeia por parte das autoridades do bloco. E o desequilíbrio, apesar de estar localizado na Europa, tem conseqüências em todo o mundo.

iG: Como o senhor avalia as medidas adotadas pela Alemanha para tentar frear determinadas operações financeiras com títulos de países da zona do euro?
Fishlow: O euro teve nos últimos meses uma boa valorização em relação ao dólar e o mercado então estava reagindo e operando nessas condições de mercado. Precisa haver um melhor balanço entre as economias do bloco. Há um cenário com grande superavit em conta corrente na Alemanha e vai se balanceando isso com os déficits dos demais países. O alemão gosta de vender seus produtos ao países do bloco, mas não quer um equilíbrio de forças, oferecendo subsídios. É preciso que exista um cenário com um maior equilibro para evitar distorções na economia.


iG:Qual o futuro da moeda comum europeia e da unidade econômica do bloco?
Fishlow: É preciso diferenciar o que é o euro do que é a União Europeia. A União Europeia é um projeto desenvolvido ao longo de muitas décadas e que continuará a existir mesmo que o euro um dia deixe de circular. A idéia de ter uma moeda única capaz de rivalizar com o dólar como reserva de valor para o mundo é importante, mas não é fundamental para a existência da União Econômica.


iG: A economia americana tem mostrado sinais positivos na sua avaliação?
Fishlow: As medidas implementadas logo após as eleições presidenciais no fim de 2007 para combater a crise financeira e seus impactos estão começando a produzir efeitos positivos na economia. Os especialistas estão mais otimistas do que três meses atrás, por exemplo. Tanto que as projeções para o crescimento da economia americana no ano já estão na faixa de 3,5%, enquanto a previsão para a Europa no mesmo período é de retração.


iG: A desvalorização do euro e a apreciação do dólar pode atrapalhar a trajetória de recuperação da economia americana?
Fishlow: A apreciação do dólar não ajuda os Estados Unidos. Além dos efeitos sobre o deficit em conta corrente americano, os Estados membros da Europa e os demais países, muitos dos quais com fortes relações comerciais com os Estados Unidos, ficam mais competitivos no mercado internacional com suas exportações em uma moeda menos valorizada que o dólar.


iG: Mas há impactos positivos como uma menor pressão inflacionária.
Fishlow: O dólar valorizado contribui, por exemplo, para a estabilidade na cotação do barril do petróleo, e os americanos estão entre os maiores consumidores desse produto. Isso gera uma menor pressão inflacionária doméstica nos Estados Unidos e a manutenção do índice em um patamar baixo.


iG: Com uma projeção mais positiva para a economia americana, será necessário rever a política de juros nos Estados Unidos?
Fishlow: A taxa de juros hoje é a mais baixa da história do país e varia entre 0% e 0,25% ao ano. Aumentar os juros tem implicações negativas para o crescimento e para a dívida do país. Mas por causa do aumento da defict americano e a grande dependência da China, que financia boa parte dessa dívida a taxa terá que ser revista em breve. A China tem reservas internacionais na casa de US$ 2,3 trilhões, sendo boa parte em títulos do tesouro dos Estados Unidos e em moeda americana. E os chineses vão exigir uma melhor remuneração para os títulos americanos que possui. Há previsões de que a taxa de juros possa chegar a até 4% após uma consolidação da recuperação nos Estados Unidos.


iG: Países emergentes como o Brasil serão afetados com essa revisão dos juros nos Estados Unidos?
Fishlow: É provável que sim. Mas a taxa de juros no Brasil, que está em 9,5% ao ano, também apresenta uma tendência de alta e isso deve continuar colaborando para atrair capital para o Brasil. Mas para diminuir a dependência dos recursos do exterior para viabilizar os investimentos necessários ao desenvolvimento do País, é preciso ampliar o volume da poupança interna, que ainda é muito baixo.


iG: Como o senhor avalia os números recentes sobre o desempenho da economia no Brasil?
Fishlow: Acho que alguns podem se enganar ao fazer planos e investimentos no Brasil, achando que a economia pode sustentar um crescimento de 7% ao ano com uma taxa de investimento baixa. Essa não é uma realidade sustentável. Há um excesso de otimismo. Um crescimento mais factível para o Brasil nos próximos anos é algo na faixa de 5% a 5,5%. Mas a taxa de investimento precisa crescer no setor produtivo e na área de infraestrutura.


iG: O Brasil está mostrando que está em melhores condições para enfrentar as turbulências na economia. Como o senhor vê o País no atual cenário?
Fishlow: O governo tomou medidas acertadas, como os incentivos fiscais e o estímulo ao consumo que proporcionaram um bom desempenho da economia após o início da crise nos Estados Unidos. A arrecadação federal vem aumentando. Mas é preciso dosar essas medidas. O corte no orçamento de R$ 10 bilhões, anunciado pelo governo, não pode comprometer os investimentos se o país quiser continuar crescendo. É necessário também manter o rigor com o lado fiscal.

sábado, 22 de maio de 2010

Dilma empata com Serra, mostra pesquisa Datafolha

Pesquisa Datafolha publicada na edição deste sábado da Folha de S.Paulo mostra que a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, atingiu sua melhor marca de intenção de voto e está empatada com José Serra (PSDB). Ambos estão com 37%.
O levantamento foi realizado ontem e anteontem com 2.660 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Marina Silva (PV) aparece com 12%. Os que votam em branco, nulo ou nenhum somam 5%. Indecisos são 9%.

Na comparação com a última pesquisa Datafolha, realizada em 15 e 16 de abril, Dilma teve uma alta de sete pontos percentuais – de 30% para 37%. Já Serra caiu cinco pontos, saindo de 42% para os mesmos 37%.

Essa é a primeira vez em que ambos aparecem empatados no Datafolha.

Segundo turno

Dilma e Serra aparecem tecnicamente empatados na projeção de segundo turno do Datafolha. A petista tem 46% contra 45% do tucano. Em abril, Serra aparecia dez pontos à frente de Dilma com 50% a 40%.

Rejeição

O índice de rejeição de Dilma caiu de 24% para 20% na pesquisa de maio. Já o de Serra subiu de 24% para 27%. Marina também teve um resultado positivo: sua rejeição caiu de 20% para 14%.

Vox Populi

O Vox Populi divulgou no último sábado (15) pesquisa encomendada pela Rede Bandeirantes que mostrou pela primeira vez a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) à frente do ex-governador José Serra (PSDB), após período de superexposição da petista no rádio e na TV. Na pesquisa estimulada, Dilma aparece com 38% das intenções de voto, contra 35% do tucano. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, assim como na última pesquisa Vox/Band os dois candidatos estão tecnicamente empatados.

Lula recebe quarta multa por propaganda antecipada

O Tribunal Superior Eleitoral aplicou, nesta sexta-feira, a quarta multa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por propaganda eleitoral antecipada. Além de Lula, outros seis integrantes do partido receberam multas que, juntas, somam R$ 53,5 mil. A decisão é do ministro Henrique Neves Silva e ainda cabe recurso no plenário.

As multas foram dadas ao pré-candidato ao governo de São Paulo, Aloísio Mercadante; o ministro do Trabalho, Carlos Lupi; a pré-candidata à presidência da República, Dilma Rousseff; o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP); o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique Santos; e o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto.

O PSDB alegou, em seu pedido, que a infração ocorreu durante no dia 10 de abril, no Encontro da Defesa do Trabalho Decente, realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP).

Somadas, as multas já recebidas pelo presidente Lula somam R$ 30 mil. Com essa nova decisão, Dilma, por sua vez, já contabiliza um prejuízo de R$ 10 mil por fazer campanha antecipada.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Efeitos da alteração no texto da lei da ficha limpa dividem especialistas

Os efeitos da alteração feita pelo senador Francisco Dornelles (PP) no texto do projeto de lei da ficha limpa, aprovado na quarta (19) pelo Senado, dividem as opiniões de especialistas ouvidos pelo G1.
Alguns avaliam que a mudança permitirá a candidatura de políticos condenados antes da promulgação da lei. Para outros, mesmo com a alteração, a lei veta essas candidaturas.
O projeto depende agora da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em relação ao texto aprovado na Câmara, o Senado retirou de alguns pontos a expressão “que tenham sido condenados” e a substituiu por "que forem condenados", o que provocou as divergências de interpretação.
“Não faço essa leitura de que ‘que forem’ quer dizer 'que a partir de agora sejam’. Para mim, ‘que forem’ e ‘que tenham sido’ funcionam como sinônimos nesse caso”, afirma o procurador eleitoral do estado de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves.
O promotor Edson Resende, que coordena o Centro de Apoio Operacional Eleitoral, explica que o termo “que forem” já era usado na lei de inelegibilidade (a Lei Complementar nº 64, de 1990), e essa lei se aplicou a candidatos condenados antes de sua publicação.
Para mim, ‘que forem’ e ‘que tenham sido’ funcionam como sinônimos nesse caso"
Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, procurador regional eleitorall
“Essa já era a linguagem. É a linguagem da lei atual”, explica Resende. “Essa mudança de tempo verbal não prejudica a incidência da lei”.
O juiz Marlon Reis, presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais, conta que a mesma dúvida surgiu na época em que o projeto da Lei Complementar nº 64 foi apresentado – mas ela foi esclarecida pelo Supremo Tribunal Federal em 1996.
“Os verbos na forma ‘forem’ ou ‘tiverem’ não indicam que se trata de eventos futuros, mas de mera definição de uma hipótese”, afirma Reis. “O STF decidiu que mesmo a lei falando em ‘os que tiverem’, aplica-se a casos anteriores, por não se tratar de norma penal”, explica o juiz.
Na decisão de 1996, o STF afirma: “Inelegibilidade não constitui pena. Possibilidade, portanto, de aplicação da lei de inelegibilidade a fatos ocorridos anteriormente a sua vigência”.
O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Walter Costa Porto, no entanto, acredita que a mudança na redação pode, sim, alterar o sentido da lei. “É um dos casos mais complexos que eu já vi”, afirma.
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“Precisamos esperar para ver o que o TSE decide. Se ele decidir que houve mudança na intenção da lei, ela precisa voltar à Câmara ou fica inepta”, afirma.
O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski afirmou que se a redação do Senado for mantida, a lei só valerá para quem for condenado após a promulgação.
“Se prevalecer esta redação, a meu ver, sem conhecer o texto ainda, é só aqueles que forem condenados depois da promulgação da lei”, avaliou.
Para Lewandowski, a possibilidade de que o projeto precise ser devolvido à Câmara dos Deputados, após a mudança, também pode ser objeto de questionamento no STF.

Vacinação contra gripe suína é prorrogada para adultos e gestantes em São Paulo

A Secretaria Munciapal da Saúde de São Paulo informou na noite desta quinta-feira que a vacinação contra a gripe suína (H1N1) será prorrogada até 2 junho para gestantes e adultos de 30 a 39 anos. O prazo terminaria nesta próxima sexta-feira (21).

As vacinas permanecerão disponibilizadas nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), que funcionam de segunda a sexta das 8h às 17h, e nas AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), que funcionam de segunda a sábado das 7h às 19h.

A Secretaria aponta que os únicos que ainda não atingiram a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde são os grupos das gestantes e pessoas com 30 a 39 anos. A estimativa é vacinar pelo menos 80% da população de cada um desses grupos. Ao todo, já foram aplicadas 57 milhões de doses em todo o país, mas a meta é chegar a 72 milhões.

As crianças de 6 a 23 meses e as menores de nove anos com doenças crônicas receberão a segunda dose da vacina contra a gripe suína. Idosos de 60 anos ou mais serão vacinadas contra a nova gripe e a gripe sazonal em uma única dose.

Senado americano aprova reforma do sistema financeiro

O Senado americano aprovou nesta quinta-feira o projeto de lei com uma ampla reforma da legislação financeira do país, apoiada pelo presidente Barack Obama. Os senadores aprovaram a mais abrangente reforma do sistema financeiro desde a época da Grande Depressão, na década de 30, por 59 votos a favor e 39 contra.

O presidente Barack Obama fez desta reforma uma das prioridades de seu governo. Obama prometeu que os americanos nunca mais pagariam pelos "erros cometidos em Wall Street". Mas, a versão aprovada nesta quinta-feira pelo Senado ainda terá que ser adaptada para se unir à versão aprovada pela Câmara dos Representantes.

O projeto de lei prevê a criação de uma instituição de proteção ao consumidor, a limitação do tamanho dos bancos e dos riscos que instituições financeiras podem assumir, uma maior transparência do sistema, uma maior supervisão do mercado de derivativos, entre outras medidas. De acordo com o correspondente da BBC em Washington Adam Brookes, ainda vão ocorrer mais barganhas a respeito desta nova legislação, mas esta aprovação do Senado ocorreu em um momento importante.

O correspondente afirma que uma parte importante da política interna de Obama foi aprovada e, pelo menos dentro dos Estados Unidos, seu governo parece estar conseguindo mais apoio. E há também o apoio do público para uma regulamentação mais severa em Wall Street, o coração financeiro dos Estados Unidos.

Tentativa de bloqueio

O presidente Obama afirmou antes que a indústria financeira tinha tentado várias vezes bloquear as reformas do sistema financeiro, usando lobistas, milhões de dólares em propaganda e brechas na legislação. "Hoje, acredito que podemos afirmar que estes esforços fracassaram", disse Obama em uma declaração dada nos jardins da Casa Branca, em Washington.

O avanço do projeto de lei estava paralisado, pois alguns líderes republicanos tinham conseguido fazer algumas alterações na proposta. Na quarta-feira, republicanos - com a ajuda de dois democratas - bloquearam uma votação final do Senado. No entanto, nesta quinta-feira, a votação para encerrar o debate sobre o projeto de lei foi aprovada com 60 votos a favor e 40 votos contrários.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Irã ameaça suspender acordo se novas sanções forem aprovadas

Um membro do Parlamento iraniano declarou nesta quinta-feira que caso o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovem uma rodada de sanções contra o país, o Irã poderá cancelar o acordo firmado com o Brasil e com a Turquia para transferir parte de seu urânio ao exterior.

O acordo, inicialmente sugerido como forma de permitir à comunidade internacional o acompanhamento do material nuclear preparado pelo Irã, foi mediado pelo Brasil e pela Turquia nesta semana. Teerã concordou em mandar parte de seu urânio de baixo enriquecimento ao exterior em troca de combustível para um reator de pesquisa médica. A primeira parte chegará na Turquia dentro de um mês.

Apesar de a Turquia, o Brasil e o Irã terem feito um apelo para suspender as negociações para novas sanções por conta do acordo de troca, os críticos o descrevem como uma tática para evitar ou adiar as penalizações.

De acordo com a agência Reuters, Washington esboçou uma resolução de sanções, acordado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, após meses de negociações.

“Se [o Ocidente] emitir uma resolução nova contra o Irã, não nos comprometeremos com a declaração de Teerã e o envio de combustível ao exterior será cancelado", disse o legislador Mohammad Reza Bahonar, um dos mais importantes do Parlamento iraniano, à agência de notícias iraniana Mehr.

"As potências junto ao Conselho de Segurança da ONU chegaram a um consenso sobre o Irã e é bem possível que no futuro próximo seja colocado em operação uma quarta rodada de resoluções contra o Irã", acrescentou Bahonar.

O Irã rejeitou anteriormente o esboço de resolução dizendo que falta legitimidade à proposta e que é improvável que ela tenha aprovação. O país diz que suas ambições atômicas não possuem fins militares e se nega a suspender o enriquecimento de urânio.

"Os americanos levarão o desejo de prejudicar a nação iraniana aos seus túmulos", disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad a militares na quinta-feira, segundo a agência estatal de notícias IRNA.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Empresas lucram 38% a mais no primeiro trimestre

O rápido crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre de 2010 começa a ser estampado nos balanços das companhias abertas. Segundo levantamento realizado pelo iG com base nos dados da consultoria Economática, as empresas brasileiras tiveram um crescimento de 38% no lucro líquido nos primeiros três meses do ano na comparação com igual trimestre de 2009, auge dos efeitos da crise econômica mundial.

Mesmo com a forte recuperação nos resultados, o que se viu foi o maior lucro líquido já contabilizado pelas empresas abertas brasileiras, deixando para trás os rastros da crise. Conforme os números da consultoria, as 267 companhias que divulgaram seus resultados trimestrais de 2010 tiveram ganho conjunto de R$ 26,9 bilhões acima dos R$ 19,3 bilhões observados em 2009. Mas o valor passa a ser mais expressivo quando comparados ao primeiro trimestre de 2008, quando essas empresas tiveram o ganho de R$ 23,4 bilhões.

Ganho em alta

Lucro líquido de 267 companhias abertas volta a crescer (em R$ bilhões)


Economática
Mesmo excluindo do levantamento a Petrobras, a maior companhia aberta brasileira, que divulgou um ganho de R$ 7,7 bilhões, alta de 32%, os lucros das companhias abertas tiveram um avanço de 41%, somando R$ 19,2 bilhões entre janeiro e março de 2010. Em 2009, o ganho das empresas neste período tinha sido de R$ 13,5 bilhões.

Assim como os lucros voltaram a rechear o bolso dos empresários numa economia que cresce a taxas acima de 5%, a receita líquida do conjunto destas companhias evoluiu 15,6%, atingindo a soma de R$ 258,4 bilhões no primeiro trimestre. De janeiro a março de 2009, o faturamento líquido tinha sido de R$ 223 bilhões. Em igual período, as empresas tiveram recuo em suas receitas financeiras, com queda de 6,5%.

Mercado internou ajuda

A maioria das empresas aumentou seu ganho no primeiro trimestre de 2010. Mas houve boas surpresas. O setor de alimentos - liderados pelas frigoríficos JBS, BR Foods (fusão da Sadia e Perdigão) e Marfrig - conseguiu reverter seu prejuízo em lucro no trimestre encerrado em março.

Os analistas apontaram o excelente resultado de algumas companhias graças ao desempenho no mercado doméstico. Na visão dos analistas da corretora Ativa, o mercado interno deverá ser o principal "motor de crescimento da Brasil Foods" em 2010, a despeito da retomada lenta das exportações.

A recuperação nos preços das commodities no mercado doméstico também ajudaram. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é um caso. "Vale destacar o bom desempenho da CSN nas vendas ao mercado doméstico, que vem demonstrando forte demanda por aço, criando condições para que os preços mantenham uma trajetória de alta ao longo deste ano", destacam os analistas da Ativa.

Das 30 maiores empresas pelo critério de receita líquida, apenas duas delas tiveram prejuízo. Foi o caso da petroquímica Braskem e a companhia aérea TAM, ambas vivendo situações complicadas em seus respectivos mercados. A primeira empresa ainda tenta digerir a complicada incorporação da Quattor, sua rival altamente endividada. A segunda teve forte aumento em suas despesas financeiras por causa do câmbio. Em 2009, entre as 30 primeiras companhias da lista, cinco tinham seu balanço no vermelho.

Governo da Tailândia amplia toque de recolher para todo o país

As autoridades tailandesas resolveram ampliar o toque de recolher iniciado às 20h (10h de Brasília) desta quarta-feira na capital Bangcoc. Agora, a medida será imposta também em outras 23 províncias do país.

O anúncio foi feito após o término de uma operação militar em um bairro da capital, ocupado pelos oposicionistas "camisas vermelhas". A decisão foi tomada pelo Centro para a Resolução de Situações de Emergência.

Mais cedo, um porta-voz militar, o general Prawit Wongsuwon, declarou à AFP que o toque de recolher seria imposto em Bangcoc, até 6h00 de quinta-feira, e que seriam instalados postos de controle em toda a capital.

Caos

Embora os líderes dos “camisas vermelhas” tenham se rendido, alguns integrantes do grupo permaneceram com os protestos pela capital, impedindo o restabelecimento da ordem. Bangcoc registrava ao menos 20 focos de incêndios nesta quarta-feira.

Manifestantes incendiaram a sede de um canal de televisão, o Channel 3, dentro da qual estavam cem pessoas, segundo os bombeiros.

terça-feira, 18 de maio de 2010

China é favorável ao acordo nuclear do Irã

O governo da China anunciou nesta terça-feira ser favorável ao acordo para a troca de combustível nuclear iraniano em território turco, assinado na segunda-feira por Irã, Brasil e Turquia.

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"Apoiamos o acordo, consideramos importante", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ma Zhaoxu. "Esperamos que isto ajude a promover uma solução pacífica à questão nuclear iraniana", acrescentou Ma Zhaoxu.

Irã, Turquia e Brasil assinaram na segunda-feira um acordo de troca de combustível nuclear iraniano em território turco para desbloquear a crise provocada pela decisão de Teerã de enriquecer urânio a 20%.

Mas as potências ocidentais manifestaram desconfiança a respeito do acordo assinado por dois países emergentes à margem das negociações com o grupo 5+1 com o Irã, que estão congeladas.

Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha, assim como Israel, acusam o Irã de tentar produzir armamento atômico, o que Teerã nega, e propõem novas sanções da ONU contra a república islâmica. A China, aliado do Irã, defende o diálogo e é contra novas sanções.

Marcha dos prefeitos começa nesta terça com foco em royalties e saúde

Começa nesta terça-feira (18) em Brasília a 13ª Marcha dos Prefeitos. Cerca de 4 mil prefeitos vão se reunir por três dias para defender temas como a redistribuição dos royalties do petróleo de acordo com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o aumento dos repasses da União para aplicação na área da saúde.
A terça será de apresentação das reivindicações dos municípios e dos projetos em tramitação no Congresso Nacional que são de interesse das prefeituras. Na quarta (19), participarão do evento os três de pré-candidatos à Presidência da República que aparecem à frente nas pesquisas de intenção de voto. Dilma Rousseff, pré-candidata pelo PT, e Marina Silva, que disputará a eleição pelo PV, já confirmaram presença, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O pré-candidato do PSDB, José Serra, também foi convidado.
Os três vão responder a perguntas formuladas pela CNM. Ainda na quarta, os prefeitos se reunirão no Congresso com bancadas de parlamentares. A marcha termina na quinta-feira (20), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos principais temas da Marcha será a redistribuição dos royalties do petróleo, segundo o presidente da CNM, Paulo Zilkosky. A Câmara dos Deputados aprovou a emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) que prevê a redistribuição dos recursos advindos da extração do petróleo de acordo com o Fundo de Participação dos Municípios. Para valer, ela deve ser ratificada pelo Senado. Parlamentares governistas, no entanto, querem aprovar os projetos do pré-sal até o recesso e deixar a questão dos royalties para depois das eleições de outubro, o que desagrada as prefeituras de estados não produtores de petróleo. “Ou vota tudo ou não vota nada”, disse Ziulkoski.
Segundo ele, uma mudança na lei de licitações também esta na pauta. Os prefeitos querem a aprovação de um projeto que flexibiliza as regras e facilita pregões eletrônicos. Essa proposta também está em tramitação no Senado
Saúde
Os prefeitos defendem ainda a aprovação no Congresso Nacional da regulamentação dos repasses da União aos municípios referentes à área da saúde. A emenda constitucional número 29 entrou em vigor em 2000 e criou pisos para gastos com a saúde, mas exigiu a necessidade de outra lei regulamentar o que seria considerado investimento na área e redefinir o percentual da União.
O Senado já aprovou um projeto tratando do tema, que vincula 10% da receita da União para gastos na área. Atualmente, a União investe apenas o que gastou no ano anterior mais o percentual referente ao crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Na Câmara, no entanto, o debate resultou na proposta de criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), tributo nos mesmos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O impasse fez com que a votação do texto ficasse paralisada na Câmara desde 2007.
Ziulkoski afirma que os prefeitos vão cobrar a regulamentação com ou sem o novo imposto. “O que não podemos mais tolerar é essa omissão do Congresso que acaba prejudicando os prefeitos.” O presidente da CNM afirma que as prefeituras têm investido na área acima de seu percentual, que é de 15%, para compensar a falta de investimento de estados e da União.

domingo, 16 de maio de 2010

Vox Populi/Band traz Dilma com 38% e Serra com 35%

O Vox Populi divulgou neste sábado pesquisa de intenção de voto para as Eleições 2010. A pesquisa, encomendada pela Rede Bandeirantes, mostra pela primeira vez a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) à frente do ex-governador José Serra (PSDB), após período de superexposição da petista no rádio e na TV. Na pesquisa estimulada, Dilma aparece com 38% das intenções de voto, contra 35% do tucano. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, assim como na última pesquisa Vox/Band os dois candidatos estão tecnicamente empatados.

Duas mulheres morrem após endoscopia em Santa Catarina

Duas pessoas morreram e outras duas estão internadas em estado grave após fazerem exames de endoscopia em uma clínica particular de Joaçaba, no interior de Santa Catarina.

A dona de casa Maria Rosa de Almeida dos Santos, de 52 anos, e a agricultora Aparecida Sipp, de 62 anos, aguardavam o momento de deixar a clínica quando começaram a passar mal.

Além delas, outras duas pessoas foram internadas em um hospital da cidade em estado grave. Mais três pacientes também foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.

A investigação preliminar aponta que as mortes se deram em decorrência da utilização da anestesia intravenosa aplicada nos pacientes.

O médico gastroenterologista Denis Conci Braga, responsável pelos exames, prestou depoimento na polícia, pagou fiança de R$ 2.500,00 e foi liberado. Ele foi indiciado por homicídio culposo.

A polícia apreendeu luvas, seringas, ampolas das anestesias utilizadas e amostras de água destilada, utilizada nos exames. Todo o material foi encaminhado para análise.

A endoscopia é um exame realizado para investigar possíveis doenças no esôfago, estômago e intestino. Tubos flexíveis são introduzidos pela boca do paciente até o órgão a ser examinado. Para este procedimento, que pode durar até 30 minutos, a pessoa precisa receber uma leve anestesia.

Lula é recebido por presidente iraniano para tentar acordo nuclear

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido na manhã deste domingo (16) pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Lula está no Irã para fazer a mediação sobre o programa nuclear iraniano, apresentada pelas grandes potências como "a última chance" antes da nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país.

Lula chegou ao Irã na noite de sábado (15) para uma visita de dois dias e foi recebido no aeroporto de Teerã pelo chefe da diplomacia iraniana, Manuchehr Mottaki. O presidente participou de uma cerimônia ao ser recebido por Ahmadinejad.
Nesta manhã Lula fará reunião com Ahmadinejad e com o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.

O presidente Lula participou de uma cerimônia ao
ser recebido por Ahmadinejad.
(Foto: Raheb Homavandi/Reuters)
As possibilidades de êxito na mediação brasileira foram consideradas pequenas por Estados Unidos e Rússia, enquanto o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, renunciou no sábado à viagem a Teerã alegando falta de compromisso por parte do Irã na busca de uma solução. Já o presidente Lula disse na semana passada haver 99% de chances de fechar um acordo com os iranianos.
Mais cedo no sábado, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, também disse acreditar na possibilidade de as negociações resultarem num acordo para a troca de combustível nuclear.
"Sobre as negociações, acredito que as condições tendem para levar a um acordo sério sobre a troca", afirmou o porta-voz.
Nesta sexta-feira (14), Hillary Clinton reafirmou o ceticismo dos Estados Unidos quanto às chances de sucesso no diálogo com o o Irã. Perguntado sobre a declaração de Hillary, durante uma entrevista coletiva em Doha, o presidente brasileiro respondeu sem citar o nome da secretária de Estado americana.
"Eu não sei com base no que as pessoas falam [isso]", disse Lula. "Não é porque o meu time não ganhou o jogo de ontem que ele não pode ganhar o jogo de amanhã", afirmou o presidente em entrevista concedida após o encontro com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, neste sabádo.
Troca As grandes potências propuseram ao Irã que enviasse 70% de seu urânio levemente enriquecido para transformá-lo em combustível altamente enriquecido que o país precisa para seu reator de pesquisas.
Invocando um problema de "confiança", o Irã rejeitou a proposta e disse que prefere uma troca simultânea ou por etapas em pequenas quantidades, feita em seu território, o que foi rejeitado pelas grandes potências.

sábado, 15 de maio de 2010

Pela primeira vez, STF condena deputado

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quinta-feira o deputado federal Zé Geraldo (PMDB-CE) pela prática de crime de responsabilidade e delito tipificado. Essa foi a primeira vez que o Supremo condenou um parlamentar desde que foi promulgada a Constituição Federal de 1988.

Segundo o STF, os fatos que levaram à condenação ocorreram quando Zé Geraldo era prefeito do município de Caucaia, no Ceará, ocasião em que usou na construção de passagens molhadas recursos transferidos pelo Ministério do Meio Ambiente ao município para a construção de um açude público.

A pena aplicada pela maioria dos ministros foi de dois anos e dois meses de detenção, convertidas em duas restritivas de direito: pagamento de multa no valor de 50 salários mínimos e prestação de serviços à comunidade.

Os ministros Carlos Ayres Britto (relator), Joaquim Barbosa (revisor), Eros Grau, Cármen Lúcia, e Ricardo Lewandowski julgaram a ação procedente com essa condenação.

Já Marco Aurélio e Cezar Peluso votaram pela condenação, mas com pena inferior a dois anos, o que levaria à prescrição da pretensão punitiva.

Com votos vencidos, os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram pela absolvição do parlamentar.

Guerra suja eleitoral acontece na internet

A baixaria eleitoral ganhou definitivamente sua versão 2.0. As campanhas presidenciais e simpatizantes de Dilma Rousseff e José Serra travam uma verdadeira guerra suja digital. Com dois agravantes: a facilidade de acesso e a sensação de anonimato. Se no mundo analógico seria quase impossível um cidadão comum publicar uma coluna no jornal ou exibir sua opinião na televisão, na internet qualquer pessoa pode fazer isso a qualquer momento. E, ainda, sem se identificar. Em poucos minutos, uma informação – verdadeira ou falsa – navega de um blog a outro, invade redes sociais e caixas de email, atingindo potencialmente os 65 milhões de internautas, metade do eleitorado brasileiro.


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Enquete do blog "Tia Carmela e o Zezinho"
Diferente das eleições anteriores, a área de internet não está subordinada à coordenação da campanha tucana nas demais mídias, como rádio e TV. Neste ano, há uma equipe independente, não subordinada ao marqueteiro Luiz Gonzalez, liderada pelo cientista político Eduardo Graeff, também tesoureiro da campanha. O PSDB estima que haja cerca de 150 blogs considerados pró-tucanos, ou seja, que existam para reforçar a convicção de quem já pretende votar em candidatos do partido. Outros 150 blogs seriam anti-petistas, segundo Graeff.

Um exemplo de blog anti-petista é o “Eu não quero Dilma Rousseff presidente do Brasil”, que nasceu a partir de uma comunidade na rede social Facebook. O criador da página se apresenta como Flavio Ortigao, um carioca formado em bioquímica e microbiologia técnica sem ligação partidária formal com o PSDB. Em um dos posts publicados no blog, Ortigao diz: “No Brasil, uma candidata representando um grupo político com uma visão totalitária ameaça as liberdades individuais, o direito de propriedade e a liberdade de expressão. Nós, os amantes da liberdade, rejeitamos isso”.

As hostilidades atingem tucanos no mesmo grau. O blog “Tia Carmela e o Zezinho”, registrado como “Bye-bye Serra”, usa a sátira para atacar José Serra. O blog faz a seguinte pergunta: Para onde Serra deve ir depois de perder a eleição novamente em 2010? Mais de mil pessoas já votaram na enquete. O autor da página não se identifica, mas na descrição explica que “o escárnio aqui realizado destina-se a fazer humor e não pretende prejudicar ninguém que não mereça”.

Graeff atribui os ataques online contra Serra a “soldados do PT, sindicatos e ONGs aparelhadas”. Segundo ele, essas páginas já disseminaram sete mentiras sobre o candidato tucano. “Dizem que Serra não gosta de nordestinos, que vai acabar com o Bolsa Família, que ele é contra a Zona Franca de Manaus, que vai suspender concursos públicos, arrochar salários dos funcionários, tirar direitos desta ou daquela categoria, e privatizar o Banco do Brasil, a Petrobras, o Pão de Açúcar e o lado brasileiro das Cataratas do Iguaçu”.


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Blog "Gente que mente", dos tucanos contra Dilma
Para rebater as mensagens disseminadas pelos blogs, Graeff criou o “Gente que mente”. Na descrição, o partido esclarece que “esse blog foi criado pelo PSDB e é administrado por um grupo de colaboradores do partido. O nosso objetivo é combater o uso da mentira como arma política”. Na lista de mentiras apontadas pelo blog estão, principalmente, declarações de Dilma Rousseff e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre obras e projetos do governo petista.

No fim de abril, o PT ingressou com duas representações contra o PSDB por considerar o site um ataque à honra da pré-candidata petista. “É uma campanha suja contra Dilma”, diz o deputado José Eduardo Cardozo (SP), secretário-geral do PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma. Um dos exemplos de agressão dado pelo deputado é a frase “Dilma, só fraude explica”, divulgada pelo site. Uma das representações foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e acusa os tucanos de propaganda negativa e antecipada. Se o PSDB for condenado, terá que pagar multa de 5 mil reais a 25 mil reais, além de retirar o conteúdo do site. A segunda, criminal, junto à Procuradoria Geral da República, tem como alvo Eduardo Graeff. A pena para o crime vai de um a seis meses de detenção, além de multa.

De acordo com Graeff, a audiência do “Gente que mente” aumentou em dez vezes após as representações. Além deste, o dirigente tucano registrou outro domínio anti-petista. O site “Petralhas” foi registrado pelo Instituto Social Democrata, criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e está inativo.

Manuais anti-Dilma e anti-Serra

As duas campanhas montaram centrais de produção de informações para abastecer os parlamentares e lideranças envolvidas no debate da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os governistas recebem emails com a reprodução de artigos e análises publicados pela mídia em defesa da pré-candidata petista e do PT e de ataques ao adversário. Nos emails dos deputados da base aliada, é comum o recebimento de matérias criticando a cobertura da imprensa, considerada sem equilíbrio.

Na oposição, uma linha da estratégia é orientar os parlamentares para apresentação de discurso afinado de temas relevantes da semana. Via e-mail, integrantes do PSDB, DEM e PPS receberam “papers” com sugestões de argumentos a serem explorados em entrevistas. O texto foi atribuído a Luiz Gonzalez, que nega a autoria.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Maioria do Senado diz aprovar 'ficha limpa', aponta levantamento do G1

O projeto de iniciativa popular “Ficha Limpa”, que impede a candidatura de políticos condenados pela Justiça (em determinadas condições), tem o apoio da maioria do Senado, segundo levantamento do G1.
Dos 81 senadores, 50 disseram que votarão a favor do projeto do modo como foi aprovado pela Câmara nesta terça-feira (11). Quando for votado em plenário, em data ainda a ser definida, o texto precisará da anuência de pelo menos 41 senadores.
O levantamento do G1 foi feito entre quarta (12) e sexta-feira (14). Foram procurados os 81 senadores ou assessores diretos. Nem todos responderam até a publicação desta reportagem.
Se o projeto for aprovado sem alterações, será enviado para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abrindo o caminho para que as novas regras possam valer ainda nas eleições de outubro deste ano. Se modificado, volta para a Câmara, onde necessita da aprovação de 257 dos 512 deputados. Os deputados podem manter ou derrubar eventuais mudanças feitas pelo Senado.

Os perigos das dietas das musas

Aquela que nunca desejou ter o corpo igual ao de uma celebridade, que atire a primeira pedra. Consideradas padrões de beleza, famosas em todo o mundo passam fome e apostam em dietas – no mínimo, excêntricas – para manter as gordurinhas longe das câmeras.

Ela nega, mas para encarar uma nova personagem no filme “Just Go With It”, em que contracena com Adam Sandler e Nicole Kidman, a atriz Jennifer Aniston teria passado uma semana a base de papinhas de nenê. A dieta teria sido receitada pela personal trainer da atriz, Tracy Anderson. Em entrevista ao jornal inglês Daily Mail, Tracy afirmou que a atriz consumia 14 potinhos por dia e perdeu três quilos fazendo isso.

Pode parecer prático e inofensivo, mas a restrição de nutrientes deixa nutricionistas preocupadas com essa prática.

“A papinha é para neném, nunca vai atender as necessidades de um adulto de lipídios, vitaminas, minerais”, afirma Natália Dourado, da Nutricêutica, consultoria de nutrição em São Paulo. A carência de substâncias primordiais para o bom funcionamento do organismo tem as mesmas conseqüências da desnutrição: o corpo vai perdendo tônus muscular, a pessoa se sente fraca, fica com a imunidade baixa e mais suscetível a infecções. Em alguns casos pode até desenvolver anemia.

“As papinhas foram desenvolvidas como uma forma de transição entre o aleitamento materno e os alimentos que exigem mastigação. O adulto deve mastigar para sentir-se saciado”, alerta a nutricionista Elaine Pádua, do Ambulatório de Saúde do Adolescente do Hospital das Clínicas de São Paulo e diretora da clínica DNA Nutri.

E se a alimentação de Jeniffer Aniston parece estranha, o que dizer da dieta adotada pela top model internacional Naomi Campbell. Em entrevista à Oprah Winfrey, a modelo afirmou que, quando precisa perder alguns quilinhos, passa dias tomando água, suco de limão, uma colher de pimenta vermelha e xarope de bordo (também conhecido como xarope de Acer). E só.

Não é preciso ser médico para perceber que seguir um “cardápio” como esse pode trazer sérios riscos à saúde. “Dietas restritivas podem provocar um grave desequilíbrio metabólico, o que pode exigir um esforço extra do organismo para manter funcionais órgãos vitais como coração, pulmão e o cérebro. Para se ter uma idéia, o cérebro necessita de 130 gramas diárias de glicose para poder sobreviver”, diz Elaine. Além disso, dietas como essa podem desencadear transtornos alimentares como anorexia nervosa, completa a nutricionista.

Comunidades

No site de relacionamentos Orkut, não é difícil encontrar depoimentos de quem adota o tal “menu” para emagrecer. E tem até comunidades como “Eu faço dietas malucas”, “Master Cleanse”, “Já fiz loucuras para emagrecer”, em que – em geral, garotas – de todo o País compartilham suas experiências com as mais diferentes dietas.


Foto: Reprodução
Comunidades no orkut: garotas se reúnem para discutir dietas da moda

Carnaval é a meta

Quando o final de ano se aproxima, a contagem regressiva para o Carnaval começa para quem quer vir à frente da bateria de uma escola de samba. Todo ano, a dançarina Adriana Bombom intensifica o treino e reduz a alimentação a claras de ovo e batata cozida, a cada três horas. A dançarina Scheila Carvalho também optou por essa dieta quando decidiu emagrecer 15 quilos, após a perda do filho.

Apesar de a clara do ovo ser rica em proteína, recomendada para quem faz muito exercício, não é ideal restringir a dieta a apenas dois elementos. “O ideal é que a alimentação seja suprida com alimentos variados, fontes de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Um único alimento não é indicado para suprir todas as necessidades do nosso organismo”, avalia Elaine. Essa dieta pode trazer deficiência de vitaminas, minerais, carboidratos e fibras.

Até quantos quilos é saudável?

A indicação dos nutricionistas não tem nada de milagrosa, vai exigir um pequeno esforço e também emagrece: reeducação alimentar. “Quando vai fazer sua refeição, tem que ter um prato colorido, uma porão de cada grupo de alimentos”, afirma Natália. E atenção: emagrecer mais de dois quilos por mês pode ser prejudicial à saúde. O organismo precisa de tempo para ir se acostumando com o novo peso. “Emagrecer rápido demais significa engordar mais rápido ainda”, alerta Elaine.

Justiça eleitoral multa Dilma e PT por propaganda eleitoral antecipada

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou, por unanimidade, procendente a representação do PSDB e julgou ilegal a propaganda partidária do PT veiculada em dezembro de 2009 no rádio e na televisão. A pré-candidata do partido à Presidência foi condenada a pagar multa de R$ 5 mil. O PT, além de ter de pagar multa de R$ 20 mil, teve cassado o direito de veicular propaganda no primeiro semestre de 2011. Não cabe recurso, segundo a assessoria do TSE.
Essa é a primeira vez que o TSE multa o PT e a pré-candidata Dilma e o o PT nesta pré-campanha. Em março passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi multado duas vezes por antecipação de campanha –em R$ 5 mil, por decisão do ministro auxiliar do TSE Joelson Dias, e em R$ 10 mil, pelo TSE.
Os ministros acompanharam o voto do relator da representação e corregedor eleitoral do TSE, Aldir Passarinho Junior. Ele entendeu que o PT usou o espaço para “promoção pessoal” da pré-candidata do partido à Presidência da República, Dilma Rousseff.
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TSE mantém multa de R$ 5 mil a Lula por propaganda antecipada para Dilma
Segundo a legislação, os programas partidários estão autorizados apenas a transmitir mensagens aos filiados sobre execução do programa partidário, dos eventos relacionados a este programa e de atividades do partido, além de divulgar a posição da sigla. A lei também proíbe que nesses programas de divulgação seja feita propaganda de candidatos a cargos eletivos e defesa de interesses pessoais ou de outros partidos.
Passarinho afirmou que a propaganda do PT trazia mensagem subliminar negativa em espaço destinado a programa partidário. Ele citou trechos da inserção em que são feitas comparações entre o governo Lula e a administração anterior, além de citações aos principais programas da atual gestão e à necessidade de continuidade.
É natural que o partido faça menção à pessoa que era responsável diretamente pelos principais programas do governo. Não pode ser considerada como ilícita uma propaganda que se limitou a mostrar programas de governo e membros do quadro partidário"
Pierpaolo Bottini, advogado da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff
“O programa é entremeado, hora se fala do pré-sal como propaganda do atual governo e volta a se vincular à ministra Dilma. Tendo assistido às mídias, nem acho que tenha sido uma propaganda dissimulada, dentro do contexto nacional”, afirmou Passarinho.
Segundo ele, foi feita menção ao presidente anterior, Fernando Henrique Cardoso, e ao PSDB. “Tem governo que fez pouco e acha que fez muito”, disse o relator, reproduzindo fala de Dilma durante a propaganda.
Defesa
O advogado da pré-candidata do PT, Pierpaolo Bottini, afirmou que a propaganda política era voltada ao passado, citando apenas realizações do governo. Segundo ele, a menção a Dilma só foi feita pela participação dela no governo e se deveu ao fato de ela ser a mulher em maior evidência na política.
“É natural que o partido faça menção à pessoa que era responsável diretamente pelos principais programas do governo. Não pode ser considerada como ilícita uma propaganda que se limitou a mostrar programas de governo e membros do quadro partidário”, disse.
Acusação
Durante o julgamento, o advogado do PSDB, Eduardo Alckmin, afirmou que é "inacreditável o nível de descumprimento da lei" que a propaganda atingiu. “É deslavada a propaganda eleitoral. Se não se falou em candidatura, exaltou a mais não poder a figura daquela que é a candidata sucessora do atual presidente”, afirmou.
Alckimim alegou que a propaganda do PT mostra tudo o que a pré-candidata do partido teria feito no governo, como o Programa Luz para todos e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) “para dizer que a ministra está habilitada a ser presidente da República.” “A mensagem é muito clara”, afirmou.
Alckmin disse ainda que acórdãos anteriores do TSE trariam o entendimento de “que a comparação entre administração atual e anterior é clara propaganda eleitoral”.
Inserções
Após o julgamento da multa a Dilma e ao PT, os ministros julgaram improcedente outra representação do PSDB e do DEM, que pedia a suspensão das inserções de 15 ou 30 segundos do partido. O PT continua sem direito de veicular a propaganda partidária em 2011, que, segundo a legislação eleitoral, tem dez minutos de duração.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Queda de avião na Líbia mata 103 pessoas

Um avião sofreu um acidente quando tentava pousar no aeroporto de Trípoli, na Líbia, no início da manhã desta quarta-feira, matando 103 passageiros e tripulantes a bordo. Uma criança holandesa sobreviveu, informaram autoridades líbias.

A companhia aérea líbia Afriqiyah operava a aeronave, que vinha de Johanesburgo, na África do Sul, para Trípoli. A fabricante do avião, a Airbus, informou que se tratava de um A330-200 e que a empresa ajudará as autoridades nas investigações.

"Todos os passageiros e tripulantes morreram, exceto uma criança", disse uma fonte de segurança líbia no aeroporto de Trípoli. "Havia 93 passageiros e 11 tripulantes a bordo".

O ministro dos Transportes da Líbia, Mohamed Zidane, afirmou que uma criança de 10 anos, que tinha passaporte holandês, estava internada em um hospital. Os ferimentos da criança não provocavam risco de morte, afirmou o ministro em entrevista coletiva próxima ao local do acidente.

Entre os mortos estavam 22 líbios, incluindo passageiros e tripulantes. O restante era de diversas nacionalidades, segundo uma autoridade líbia.

O avião devia fazer escala em Trípoli e seguir viagem para Londres, por isso acredita-se que possa haver britânicos entre os mortos, além de líbios e sul-africanos.

Economia da zona do euro tem leve alta no 1º tri

Envolta por uma crise orçamentária de países membros que ameaça contaminar o restante do bloco, a economia da zona do euro apresentou crescimento leve neste começo de ano, de acordo com informações da agência noticiosa Reuters.

No último trimestre do ano passado, a Eurozona havia apresentado crescimento nulo.

A Eurostat, agência de estatísticas, informou que o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 0,2 % no primeiro trimestre deste ano, na comparação ao quarto trimestre de 2010. Na relação ano a ano, o avanço foi mais significativo: houve elevação de 0,5 %, em linha com a previsão de analistas.

A economia da Alemanha, maior da região, teve sua quarta leitura acima de zero seguida. Expandiu modestamente 0,2 % na comparação trimestral. A França também avançou ligeiramente. O PIB francês cresceu 0,1 % no primeiro trimestre sobre o quarto de 2009.

Vendas do comércio crescem em março, diz IBGE

As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 1,6% em março na comparação com fevereiro, informou nesta quarta-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a terceira alta consecutiva do indicador nesta comparação.
Já em relação aos números de março de 2009, o volume de vendas cresceu 15,7%, o melhor resultado para um mês de março desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001. Ainda na comparação com março do ano passado, a a receita nominal cresceu 19,1%.
Na mesma comparação, a receita nominal teve aumento de 0,9% em março.
Em 12 meses, o IBGE apurou expansão de 8% no comércio varejista. No primeiro trimestre de 2010, a alta foi de 12,8%.
Com os resultados de março, o IBGE revisou para cima o resultado das vendas de fevereiro: tiveram crescimento de 1,8%, contra a alta de 1,6% divulgada anteriormente. Revisões como essa, segundo o IBGE, são habituais e se justificam quando há dados adicionais coletados nos meses que sucedem a divulgação da pesquisa que causam alterações nos resultados.
Destaques positivos
Entre fevereiro e março, sete das 10 atividades investigadas pelo organismo registraram vendas maiores, como Veículos e motos, partes e peças (10,3%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (8,6%) e Material de construção (3%).
Já no comparativo com março de 2009, o volume de vendas subiu nos oito segmentos analisados, com destaque para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tiveram incremento de 15,3% e "respondeu pela principal contribuição (48,4%) da taxa global do varejo".
O comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou, na passagem de fevereiro para março, elevação de 5% no volume de vendas e de 3,9% na receita nominal. Ante março do ano passado, essas taxas foram positivas em 22% e 23,8%, respectivamente. No trimestre, corresponderam a 15,5% e 17,2%, na ordem.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Conservador David Cameron é o novo primeiro-ministro britânico

O líder do Partido Conservador, David Cameron, tornou-se nesta terça-feira (11) o novo primeiro-ministro do Reino Unido, depois da renúncia do trabalhista Gordon Brown.
Seguindo a tradicão do país, a rainha Elizabeth II encarregou-o de formar um novo governo. O Partido Conservador havia vencido as eleições gerais de 6 de maio, mas sem obter maioria absoluta, o que abriu uma temporada de negociações para formar o novo governo.
Após o convite, Cameron, de 43 anos, disse que ainda busca um acordo com a outra força oposicionista, o Partido Liberal-Democrata, para formar um governo de coalizão "forte e estável".
Em discurso em Downing Street, minutos depois de assumir o cargo, ele afirmou que seu governo agirá "rapidamente para enfrentar problemas urgentes".
"Pretendo formar uma coalizão concreta e plena entre os conservadores e os liberais-democratas", afirmou logo depois de ter sido nomeado primeiro-ministro pela rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.
"Acredito que este seja o jeito certo de oferecer ao país um governo forte, estável, bom e decente, ao qual precisamos tanto", completou.
Cameron afirmou que o líder dos liberais-democratas, Nick Clegg, "quer colocar as diferenças partidárias de lado e trabalhar duro para o bem comum e para o interesse nacional".
Sobre os desafios de sua coalizão governamental, ele afirma: "nós temos alguns problemas profundos e urgentes: um enorme déficit, problemas sociais, um sistema político que precisa de reforma".
Cameron elogiou seu predecessor Gordon Brown por seu "longo histórico de serviço dedicado" e afirmou que depois de 13 anos de trabalhismo, o Reino Unido "ficou mais aberto em casa e com mais compaixão no exterior".
O conservador vai ser o premiê britânico mais jovem desde o século XIX

Grafite é surpresa na convocação de Dunga para Copa

Nem Ronaldinho, nem Paulo Henrique Ganso e nem Neymar. Grafite foi a surpresa do técnico Dunga que anunciou nesta terça-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, a lista dos 23 convocados que representarão a seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, que ocorre entre os dias 11 de junho e 11 de julho deste ano. Adriano ficou fora da lista.

A relação dos 23 jogadores será entregue à Fifa juntamente com os nomes de outros 7 atletas, pois a entidade máxima do futebol mundial pede uma relação com 30 nomes nesta primeira etapa de convocações, cuja data limite é hoje. A CBF promete anunciar os nomes dos outros 7 pré-convocados ainda nesta terça-feira. A Fifa divulgará os 30 pré-convocados de todas as 32 seleções na próxima quinta-feira.


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Lúcio será o capitão na África
Oficialmente, a Fifa exige que a lista com os 23 jogadores seja formalizada apenas no dia 1º de junho. Porém, para não dar margens a especulações, a comissão técnica da seleção brasileira preferiu adiantar a lista de jogadores que, caso não se machuquem, representarão Brasil na Copa do Mundo.

Em caso de lesão de um dos 23 convocados, a CBF poderá substituir o jogador por qualquer outro (não necessariamente na lista dos 30) até 24 horas antes da estreia da seleção na Copa. O Brasil fará seu primeiro jogo no dia 15 de junho, às 15h30 (horário de Brasília), contra a Costa do Marfim.

Veja abaixo a relação dos 23 convocados da seleção brasileira, cuja preparação começa no próximo dia 21, no CT do Caju, em Curitiba.

GOLEIROS
Júlio César (Internazionale-ITA)
Gomes (Tottenham-ING)
Doni (Roma-ITA)

LATERAIS
Maicon (Internazionale-ITA)
Daniel Alves (Barcelona-ESP)
Michel Bastos (Lyon-FRA)
Gilberto (Cruzeiro)

ZAGUEIROS
Lúcio (Internazionale-ITA)
Juan (Roma-ITA)
Luisão (Benfica-POR)
Thiago Silva (Milan-ITA)

MEIO-CAMPISTAS
Gilberto Silva (Panathinaikos-GRA)
Felipe Melo (Juventus-ITA)
Elano (Galatasaray-TUR)
Josué (Wolfsburg-ALE)
Ramires (Benfica-POR)
Júlio Baptista (Roma-ITA)
Kleberson (Flamengo-ITA)
Kaká (Real Madrid-ITA)

ATACANTES
Luis Fabiano (Sevilla-ESP)
Robinho (Santos)
Nilmar (Villarreal-ESP)
Grafite (Wolfsburg-ALE)

sábado, 8 de maio de 2010

No 1º duelo, Marina é a mais aplaudida

Com uma forte gripe a senadora Marina Silva foi a mais aplaudida no primeiro encontro entre os três pré-candidatos à Presidência, na tarde desta quinta-feira, em Belo Horizonte. Líderes nas pesquisas, o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff polemizaram sobre os repasses de verbas federais para os municípios e a possibilidade de uma reforma tributária profunda. Correndo por fora, Marina ganhou a plateia ao abordar temas espinhosos da vida política brasileira e pontos da agenda municipalista caros às dezenas de prefeitos que formavam a plateia.

Os três pré-candidatos concordaram quanto à necessidade de criação de um fundo de royalties para a exploração mineral cujos principais beneficiários seriam os prefeitos mineiros. O primeiro a sugerir a ideia foi o tucano. Nenhum deles disse como pretende implementar a proposta. Serra, Dilma e Marina também concordaram quanto à necessidade de uma reforma tributária profunda e, principalmente, sobre a dificuldade da empreitada.


Candidatos falam sobre reforma tributária
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Logo na primeira intervenção a pré-candidata do PV abordou temas como o transporte escolar, o Fundo de Participação dos Municípios, a emenda 29 (que transfere recursos para a saúde) e a necessidade de criação de um mecanismo de transferência automática de recursos federais, para que os prefeitos não dependam da boa vontade ou da orientação partidária dos ministros. Muitos prefeitos que esperavam um discurso exclusivamente voltado para a questão ambiental se surpreenderam.

Dilma se limitou no início a elencar os inúmeros programas de parceria entre o governo federal e os municípios desfiando números e valores. Serra falou de suas realizações em prol das prefeituras na Assembleia Constituinte, no Ministério da Saúde e de sua experiência de pouco mais de dois anos como prefeito de São Paulo.

Os dois líderes ensaiaram uma polêmica sobre as compensações oferecidas pelo governo federal aos municípios em decorrência das perdas de arrecadação provocadas pelas isenções de ICMS e IPI concedidas para aliviar os efeitos da crise financeira global.

Dilma disse que o governo Lula foi o primeiro a conceder tal benefício às prefeituras. Serra rebateu dizendo que o repasse foi de R$ 2 bilhões mas as perdas de R$ 3,5 bilhões. Dilma se defendeu alegando que todos, inclusive o governo federal, tiveram perdas e os R$ 2 bilhões foram fruto de negociação com os prefeitos. Serra, por fim, admitiu que a isenção foi uma medida positiva para a economia em geral mas defendeu a criação de um mecanismo de repasse automático para que o governo federal não faça "generosidade com o chapeu alheio".


Polêmica sobre royalties é abordada
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A polêmica foi um exemplo do comportamento dos líderes. Serra criticava ações do governo dizendo que poderia ter sido feito mais e Dilma rebatia com números mostrando os saltos obtidos em relação à gestão de Fernando Henrique.

Enquanto Dilma prosseguia com as realizações do governo Lula e detalhando projetos futuros como o PAC 2 e o Minha Casa Minha Vida 2, Serra tentava demonstrar bom humor. Ele fez uma inconfidência ao revelar que Dilma torce pelo Atlético Mineiro e tentou contornar o mal estar quando percebeu a desaprovação da petista, alvo de uma vaia dos cruzeirenses na plateia. "Não se preocupe com isso Dilma porque em São Paulo eu também torço pelo time que tem menor torcida, o Palmeiras", disse.

Depois fez uma piada com o mediador, Fernando Mitre, que a toda hora avisava os pré-candidatos que eles tinham 45 segundos para terminar a resposta. "Não sei o que é 45. Daqui a pouco vai ter processo na Justiça Eleitoral. O que é 45?", questionou Serra. O número do PSDB é 45.

Embora tenha feito críticas, o tucano tomou cuidado para não passar a imagem de opositor e faz diversos afagos a Lula. Serra usou os cinco minutos de sua intervenção final distribuindo "créditos". O primeiro foi para Marina Silva e o senador Tião Vianna (PT-AC) pelo empenho na aprovação da emenda 29, o segundo para Dilma e Lula. "Quando fui prefeito Dilma não fez nenhuma discriminaçãO à minha cidade e ao meu estado, ela e o Lula", disse.
Marina correu por fora


"Brasil merece debate, não embate", diz Marina
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Já Marina, apesar da forte gripe que tornava ainda mais frágil sua voz, pairou ao largo da polêmica entre os líderes das pesquisas. A senadora do PV colocou o dedo na ferida ao dizer que a eleição não deve ser um plebiscito nem um embate entre as duas principais forças eleitorais do País mas sim um debate de propostas, ao criticar a lógica "de conveniência" da política tradicional e ao dizer que tanto o PT quanto o PSDB se aliaram ao que havia de pior na política brasileira quando assumiram o governo.

Neste momento Serra revelou que pretende convidar PT e PV a participar de seu governo e admitiu que a postura da oposição empurrou Lula e Fernando Henrique Cardoso para os braços do PMDB e DEM, respectivamente. Dilma, que espera ter um vice do PMDB, não se manifestou.

Marina distribuiu alfinetadas e afagos indiscriminadamente. Lembrou que a primeira marcha de prefeitos a Brasília foi recebida pela polícia em 1998, no governo FHC. Falou que as verbas de combate a enchentes para a Bahia foram canalizadas para os aliados do ex-ministro da Cidades de Lula, Gedel Vieira Lima (PMDB). Disse que Lula quebrou um paradigma ao promover crescimento econômico com distribuição de renda. Parabenizou Fernando Henrique por ter universalizado o acesso ao ensino básico.
Quando entrou no discurso ambiental, tentou trazer o tema para a realidade dos prefeitos. "Antes destas enchentes quem de vocês daria tanta importância para a necessidade de uma Defesa Civil forte nas suas cidades?", questionou.

Ao final, sintetizou o primeiro encontro entre os três pré-candidatos no painel "Autonomia Municipal: Realidade ou Utopia?" durante o 27º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte.
"Acho que foi um bom ensaio, Serra. Acho que foi um bom ensaio, Dilma. Viemos aqui para o debate e não para o embate", disse ela. Foi aplaudida pela pelos prefeitos, quase todos comprometidos com as candidaturas de Serra e Dilma.

Mantega anuncia contribuição de US$ 286 mi ao FMI para Grécia

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na tarde desta sexta-feira que o Brasil irá colocar, como credor, US$ 286 milhões (cerca de R$ 529 milhões) no pacote de ajuda aos países em crise na Europa que está sendo elaborado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Os recursos sairão das reservas internacionais brasileiras. No total, a ajuda do FMI aos países em crise será de aproximadamente US$ 150 bilhões.

Mantega ressaltou que o país tem reservas internacionais “de sobra”, em torno de US$ 245 milhões. “É um país que não sofre nenhuma ameaça”.

O ministro disse ainda que a crise econômica que atinge parte da Europa, e mais fortemente a Grécia, não afetará o Brasil e que está trazendo apenas conseqüências “leves” ao país.

“Nós estamos em situação sólida, os recursos de curto prazo que saíram também saíram dos outros países e voltarão logo que o acordo de ajuda for firmado. As consequências para o Brasil são leves, fluxos que vão e vêm na bolsa, uma desvalorização no real, que não chega a ser problema”, disse.

Otimismo X Bovespa

Apesar do otimismo do ministro da Fazenda, os mercados brasileiros já estão sendo atingidos pela crise na Grécia. Nesta semana, a Bolsa de Valores de São Paulo acumulou índice negativo de 6,9%. O pico foi na terça-feira, com queda de 3,35%.

O ministro afirmou ter visto com otimismo a aprovação nesta sexta-feira, pelo parlamento alemão, de medidas de ajuda aos países em dificuldade na Europa. A Alemanha era o único país da União Europeia que ainda mostrava resistência em liberar os recursos. O aporte do país será de 22 bilhões de euros.

'Tirem o cavalo da chuva. Não vou sair', diz Tuma Jr.

O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, disse nesta sexta-feira (7), em entrevista exclusiva ao G1, que não vai deixar o cargo devido a sua ligação com o suposto chefe da máfia chinesa de São Paulo, Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. "Tirem o cavalo da chuva. Não vou sair", afirmou.
Reportagem publicada na quarta-feira (5) pelo jornal "Estado de S.Paulo" revelou gravações telefônicas e e-mails entre Tuma Júnior e Paulo Li interceptados pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando. Paulo Li foi denunciado pelo Ministério Público Federal no fim do ano passado por formação de quadrilha e descaminho (contrabando). Ele está preso.
O secretário admitiu ter amizade com Li, mas negou envolvimento com irregularidades. “É lógico que ele é meu amigo. Agora, que vantagem ele tem de ser meu amigo se ele está preso? Nenhuma. Não tem nada no Código Penal que diga que ter amigo é crime. O que não pode é acobertar atividade ilícita de qualquer um. E isso eu nunca fiz”, afirmou. Tuma Júnior disse conhecer Paulo Li há 20 anos e revelou ter ficado “abismado com as denúncias” envolvendo o amigo.
É lógico que ele é meu amigo. Agora, que vantagem ele tem de ser meu amigo se ele está preso? Nenhuma. Não tem nada no Código Penal que diga que ter amigo é crime. O que não pode é acobertar atividade ilícita de qualquer um. E isso eu nunca fiz"
Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça
“Esse negócio de falsificar celular, confesso que fiquei muito chateado. Abismado. Não vou dizer que é mentira. Porque se está nos autos deve ser verdade. Agora, é uma coisa que eu jamais desconfiei. Não acredito que ele fizesse até. Porque conheço o cara há 20 anos. E eu não posso negar, nem que isso deponha contra mim, porque eu sou policial e eu tinha pelo menos que ter desconfiado. Se não desconfiei, é porque ele não fazia ou fazia muito recentemente. Porque não dá para andar com um cara que é bandido e não saber. Isso eu nunca desmenti”, afirmou.
Ao ser preso em setembro de 2009 na operação Wei Jin, da Polícia Federal, Paulo Li teria telefonado para Romeu Tuma Júnior na frente dos agentes que cumpriam o mandado. Dias após a prisão, Tuma Júnior teria ligado para a Superintendência da PF em São Paulo, onde corria a investigação, e pediu para ser ouvido. O depoimento teria ocorrido em um sábado e o secretário teria alegado que não sabia de atividades ilegais de Li.
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Sobre a ligação que recebeu de Li no dia em que foi preso pela Polícia Federal, Tuma Júnior contou que estava em um hotel no Rio de Janeiro junto com o então ministro da Justiça, Tarso Genro, e com o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa.
“Estou no hotel dormindo. Seis da manhã toca o meu telefone. O Paulinho [Paulo Li]: ‘Doutor Romeu, onde você está? Tem gente batendo na minha porta e tão falando que são da Polícia Federal e eu não sei o que eu faço’. Aí eu disse: ‘Confirma se é. Vê se tem mandado, vê a carteira. Você deve alguma coisa?’ Ele me disse que não. E eu disse: ‘Então abre a porta’”, relatou Tuma Júnior.
Segundo o secretário, “imediatamente” ele chamou Tarso Genro e o diretor da PF para conversar sobre a presença de agentes federais na casa do amigo. “Conversei com o ministro e falei com o diretor e disse: ‘Tem policiais na casa de um cara que é do meu relacionamento. Quero deixar claro: se o cara cometeu irregularidade, não quero saber. Agora, cuidado. Não façam exploração política. Ele tem foto com o presidente, tem foto com o ministro, tem foto comigo porque ele é um cara de ‘colônia’ [chinesa em São Paulo]. Agora eu preciso saber o que é porque ele está sendo ameaçado. Esse cara estava ameaçado de morte.”
Estou no hotel dormindo. Seis da manhã toca o meu telefone. O Paulinho [Paulo Li]: ‘Doutor Romeu, onde você está? Tem gente batendo na minha porta e tão falando que são da Polícia Federal e eu não sei o que eu faço’. Aí eu disse: ‘Confirma se é. Vê se tem mandado, vê a carteira. Você deve alguma coisa?’ Ele me disse que não. E eu disse: ‘Então abre a porta’"
Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça
Tuma Júnior disse ser uma rotina do seu cargo receber ligações de líderes de comunidades estrangeiras interessados em processos de visto de permanência no país. “Na minha função atendo a todos os estrangeiros. Então, todos os líderes de colônia que me procuram eu vou atender. Não é o Paulo Li. O líder da ‘colônia’ boliviana também é atendido todo dia aqui.”
Mercadorias apreendidas
Tuma Júnior também negou as denúncias sobre a suposta atuação para liberar mercadorias apreendidas de outro chinês, Fang Ze, apontado pela PF como contrabandista, segundo reportagem publicada nesta sexta pelo jornal “Estado de S. Paulo”. Ze integraria a máfia chinesa em São Paulo.
Tuma Júnior reclamou da suposta publicação “incompleta” dos áudios interceptados pela Polícia Federal e afirmou que não estava atuando para liberar mercadorias, mas para investigar uma suposta tentativa de extorsão. “Não tem mercadoria nenhuma. Eram livros fiscais de um amigo meu que foram na firma dele para fazer fiscalização, e o fiscal levou os livros e ficou achacando o cara”, relatou.
O secretário disse que o suposto funcionário teria pedido R$ 30 mil para liberar os livros e que ele só agiu no caso para não “prevaricar”. “Qual é a minha obrigação para não prevaricar? Ir lá e avisar o chefe do cara. Agora, o que é que sai [publicado no jornal] é que era mercadoria. Não era mercadoria, era livro fiscal. Era só divulgar a escuta inteira”, declarou.
‘Interesse eleitoral’
Ele atacou as reportagens publicadas sobre o caso e disse que as denúncias têm “interesse eleitoral”. Tuma Júnior afirmou que vai “processar quem o calunia” porque “se sente injustiçado”. “Não vou entrar com ação para impedir divulgação. Prefiro ser injustiçado a ver a imprensa calada. Me sinto injustiçado. Já tenho advogado, vou procurar meus direitos e vou processar aqueles que me caluniam. Não tenha a menor dúvida”, afirmou.
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O secretário nacional de Justiça disse que nunca foi denunciado por suposta participação nos casos investigados pela Polícia Federal. Também afirma nunca ter sido procurado pelo jornal o “Estado de S. Paulo” para se pronunciar sobre o caso.
“Me amargura ver que pessoas irresponsáveis estão colocando no jornal coisas que estão arquivadas. Eu fui averiguado e fui investigado. Não fui indiciado, não fui denunciado e não fui processado. O delegado chegou à conclusão de que não cometi crime. O promotor concluiu que não tinha elementos para me denunciar porque eu não cometi crime. O juiz mandou arquivar isso”, argumentou. “Eu to me defendendo do quê, se a Justiça, a polícia e o Ministério Público falaram: ‘Esse cara não deve’?”. Estou respondendo a um inquérito do [jornal] ‘Estado de S. Paulo’, que tem objetivo político, antirrepublicano, inconfessável”, declarou.
Procurado pelo G1, o jornal “Estado de S. Paulo” informou que não iria comentar as declarações de Tuma Júnior.
Amizade antiga
Tuma Júnior disse que a amizade com o suposto chefe da máfia chinesa começou na PF e foi prolongada em razão de Li ser líder da comunidade de estrangeiros. “Ele foi professor de caratê da Polícia Federal. Quando eu cheguei, ele já ‘tava’ lá. Era um cara simples. Ele era líder da ‘colônia’. Presidente da associação, professor de caratê, tem uma academia. Ele dava aula nessa academia. Sempre tive amor e apreço e muita ligação pela ‘colônia’”, relatou o secretário.
A ligação com a comunidade estrangeira fez com que Li desempenhasse papel importante na campanha de Tuma Júnior a deputado estadual de São Paulo. “Por ser líder da ‘colônia’, ajudou muito na campanha. Sempre teve muito contato por conta disso. Quando fui eleito deputado estadual, coloquei na Assembleia como assessor parlamentar. Trabalhou quatro anos comigo, compareceu todos os dias. Tive votação expressiva na ‘colônia’ chinesa. Tinha um compromisso com a ‘colônia’”, afirmou.
Novas conversas
Tuma Júnior disse que espera ainda o vazamento de novas conversas dele, gravadas pela PF. Entre as interceptações telefônicas que ainda não surgiram, Tuma relatou a conversa que teve com a filha e com a mulher para intermediar a aprovação do futuro genro no concurso público para vagas de escrivão da Polícia Civil de São Paulo.
O caso também foi alvo de reportagem do jornal “Estado de S. Paulo”, que mostrou o secretário supostamente pressionando o órgão pela aprovação do futuro genro.
Negando o suposto tráfico de influência, o secretário nacional de Justiça disse que estava em viagem oficial no exterior quando recebeu a ligação da filha pedindo que o pai escrevesse uma carta de recomendações para o genro, o que faria parte de uma das fases do concurso para entrar na polícia.