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domingo, 17 de outubro de 2010

PV decide hoje posição do partido no segundo turno da eleição

Com tendência cada vez mais clara à neutralidade, o Partido Verde se reúne neste domingo com a senadora Marina Silva (AC) para definir a posição da legenda neste segundo turno das eleições presidenciais. Cerca de 160 delegados da legenda e outros 15 representantes dos núcleos sociais que apoiaram Marina no primeiro turno vão se reunir na zona oeste de São Paulo para deliberar sobre como os verdes devem se posicionar neste final de campanha.

Foto: AFP
Rindo a toa com 20 milhões de votos conquistados em 03 de outubro, Marina deve optar pela neutralidade no segundo turno da eleição presidencial
Apesar da forte ofensiva do PT e do PSDB em tentar conquistar o apoio da legenda e da própria Marina Silva nos últimos dois dias, a tendência atual é que o partido opte pela neutralidade – ou “independência”, como eles preferem classificar a decisão.

Diversos representantes do PV ouvidos pelo iG afirmaram que as sinalizações dadas pela campanha de Dilma e Serra para conquistar o apoio dos verdes não foram suficientes para levar o partido para um dos dois lados.

Mesmo arrancando promessas de Dilma e Serra em relação a maioria dos 10 itens da “Agenda por um Brasil justo e Sustentável” elaborada pelo PV, o deputado federal Zequinha Sarney (PV-MA) disse que as promessas não serão suficientes para conquistar o apoio da maioria dos diretórios regionais da sigla.

O deputado maranhense não descartou que a tendência possa mudar, já que PT e PSDB continuaram negociando com caciques da sigla verde até altas horas da noite deste sábado. Zequinha Sarney afirmou, porém, que o PV está muito dividido. “Os votos do PV e de Marina vieram de diversos segmentos e de diversos grupos de interesse. A independência vai fazer com que cada diretório possa, dentro da sua realidade, se posicionar. É a melhor forma de garantir a unidade do partido para o futuro”, disse Sarney.
O presidente do PV de São Paulo, Maurício Brusadin, também sinalizou que a "independência" é a melhor forma de preservar o patrimônio de 20 milhões de votos conquistados por Marina no pleito de 3 de outubro. Segundo ele, Marina sem sido influenciada pelos chamados “núcleos vivos da sociedade” (ONGs e organizações civis) a se manter alheia à guerra religiosa travada por PSDB e PT e uma posição contrária do partido pode “constranger a candidata” diante do eleitor. “O PV se esforça neste momento para manter a unidade partidária e a mobilização conquistada nesta campanha. Como existem várias alas dentro do Partido, qualquer resultado pode acontecer. Acho, porém, que Marina é o nosso maior patrimônio nesse momento”, avalia Brusadin.
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Com direito a cinco dos 15 votos que as entidades civis sem filiação com o PV terão na convenção deste domingo, o líder do “Movimento Marina Silva”, Eduardo Rombauer van den Bosch, reafirma a posição de independência que defenderá na plenária de hoje. Ele criticou a “lambança religiosa” que está sendo conduzida pelas campanhas de Serra e Dilma. “A ausência de debate programático nesse segundo turno mostra que os dois candidatos não têm compromisso com a nova forma de fazer política que Marina simboliza”, argumentou.

Guerra de cargos
Embora os principais líderes do partido não reconheçam publicamente, a posição de independência é a forma encontrada pelas várias alas do PV para conter a fúria por cargos que algumas integrantes do partido têm. Nas conversas reservadas que integrantes da sigla mantiveram com representantes de PT e PSDB, a oferta de cargos e ministérios não foi excluída.

Logo após o primeiro turno, o PSDB chegou a oferecer quatro ministérios ao partido, segundo informações de bastidores. A informação foi negada veementemente pelo PV e também pelos tucanos. Nas conversas reservadas, porém, falava-se que a negociação já estaria acontecendo antes mesmo do fechamento das urnas no primeiro turno.

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