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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MP denuncia quatro quadrilhas de policiais após Operação Guilhotina

Policiais civis e militares, além de informantes, foram denunciados nesta sexta-feira à 32ª Vara Criminal da Comarca do Rio pelo MPRJ (Ministério Público do Estado Rio de Janeiro). A ação foi feita por causa da Operação Guilhotina, da Polícia Federal.

Segundo o MPRJ, esses policiais formavam quatro grupos criminosos que atuavam independentemente, “utilizando-se das facilidades proporcionadas pelos cargos que exerciam”, diz nota divulgada pela instituição, para se apropriar de bens e pertences apreendidos em diligências e operações.

As acusações são pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e/ou ativa, peculato e violação de sigilo funcional, dentre outros, que variam de acordo com a conduta individual de cada acusado.

Assinaram as denúncias os promotores de Justiça Homero das Neves Freitas Filho, Alexandre Murilo Graça, Márcio José Nobre de Almeida e Luis Otávio Figueira Lopes.

Carlos Oliveira

Em uma das denúncias, os promotores de Justiça sustentam que as atividades ilícitas do grupo de milicianos que atuava na Favela Roquete Pinto, em Ramos, na zona norte do Rio, eram facilitadas pelo ex-Subchefe Operacional de Polícia Civil Carlos Antonio Luiz de Oliveira.

Carlos Oliveira era um dos nomes de confiança do ex-chefe da Polícia Civil Alan Turnowski, denunciado ontem pela Polícia Federal por vazamento de informações referentes à Operação Guilhotina.

De acordo com o Ministério Público, Oliveira controlava as autoridades policiais das delegacias nas quais os milicianos exerciam suas funções, “de modo a permitir as empreitadas delituosas para a aquisição de armas e outros ‘espólios de guerra’”, ainda segundo a nota do MPRJ.

Neste caso, foram denunciados quatro policiais civis, seis PMs (um deles da reserva) e três traficantes, além de Oliveira e de mais sete pessoas que controlavam serviços como o transporte alternativo, segurança privada, “gatonet” e distribuição de gás e água na Favela Roquete Pinto.

“Arrego” negociado

Na segunda denúncia, os promotores da 1ª Central de Inquéritos acusam sete pessoas - sendo três policiais civis e dois PMs - de atuarem em uma quadrilha que “se aproveitava da confiança que lhe era depositada e do local de trabalho (no caso, a Delegacia de Combate às Drogas)" para se apropriar de bens e valores de criminosos.

De acordo com as apurações, os denunciados faziam apreensões em territórios dominados pelo Comando Vermelho e revendiam o material apreendido para integrantes de grupos da facção ADA (Amigos dos Amigos), liderados pelos traficantes Nem, da Rocinha, e Roupinol, do Morro de São Carlos.

Também de acordo com a denúncia, quatro policiais teriam negociado um “arrego" com os traficantes, recebendo em troca um pagamento mensal de R$ 50 mil para o repasse de informações sobre operações policiais.

Complexo do Alemão

A terceira denúncia apontou o envolvimento de quatro PMs na apropriação de bens de traficantes durante a ocupação do Complexo do Alemão. A prática foi flagrada em gravações telefônicas entre os acusados, realizadas com autorização da Justiça.

Casas de jogos

A quarta denúncia citou o envolvimento de dez PMs, dois policiais civis e mais uma pessoa na prestação de segurança privada, mediante pagamento, em estabelecimentos nos quais eram praticados crimes e contravenções. Os acusados atuariam, em grupos específicos, em casas de exploração de jogos de azar e caça-níqueis em, pelo menos, três imóveis, localizados em Botafogo, Bonsucesso e Barra de Guaratiba.

À Justiça, eles responderão por formação de quadrilha e corrupção passiva. Neste caso, o MPRJ aguarda, entretanto, a chegada de mais documentos que visam à apuração exata das denúncias.

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