A apenas dois dias da posse de novos ministros de Estado e após o presidente Lula ter sido penalizado com duas multas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por campanha fora de época, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira que o Poder Executivo tomará todos os cuidados para separar ações político-eleitorais e projetos de gestão. Mesmo com a saída de cerca de 15 ministros de Estado, que deixam o governo para participar de campanhas políticas, Padilha disse que a administração pública não vai reduzir o ritmo de trabalho.
"O governo vai separar muito claramente o que é ação do governo e o que é ação de campanha. A gente vai continuar seguindo as orientações da Advocacia-Geral da União (AGU) e da área jurídica do governo. Naquilo que é ação de governo vai seguir rigorosamente aquilo que a lei estabelece", disse o coordenador político do governo.
Com forte potencial de transferência de votos para a pré-candidata governista, Dilma Rousseff, o presidente Lula, conforme relatou Padilha, vai "continuar governando no ritmo que está", inclusive inaugurando obras pelo País. O presidente tem sido criticado por comparecer a inaugurações de obras inacabadas e confirmou na manhã de hoje que adiou sua ida à cidade de Salgueiro (PE) pelo fato de uma fábrica que ele iria inaugurar não ter ficado pronta.
"Tem muitas obras para serem inauguradas. (Lula) Vai continuar com o mesmo ritmo de governo, não só interno, na relação com os ministros, mas também na inauguração de obras nos Estados. O governo continua, ele quer um governo acelerado e a saída dos ministros que saem para fazer campanha é boa de uma certa forma porque separa claramente o que é ação de governo do que é ação de campanha. Ação de campanha fica fora do governo e (Lula) quer dedicação exclusiva dos novos ministros para tocar o governo. Tem muita coisa para fazer aí este ano e ele vai acompanhar muito de perto", afirmou Alexandre Padilha.
Multas
Recentemente o TSE multou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em duas ocasiões por propaganda eleitoral antecipada. No primeiro caso, Lula foi multado em R$ 5 mil por declarações feitas na inauguração de um complexo esportivo construído com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no dia 29 de maio de 2009. Em uma segunda decisão do TSE, Lula foi multado em R$ 10 mil por fazer campanha em favor da ministra Dilma Rousseff, na inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo (SINDPD), no dia 22 de janeiro.
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