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quinta-feira, 25 de março de 2010

Polícia indicia 270 pessoas por ligação com tráfico de cocaína no Rio

Cerca de 270 moradores das favelas da Rocinha e do Complexo do São Carlos que eram utilizadas pela quadrilha do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, foram indiciadas nesta quarta-feira pela Polícia Civil. De acordo com a corporação, cada pessoa recebia R$ 40 para comprar produtos usados no refino de cocaína - Ácido Clorídrico, Sulfúrico e Éter - que são comercializados somente por uma empresa do Rio. Todos os moradores irão responder pelo crime de associação ao tráfico de drogas.

Do total de indiciados, 42 já tiveram a prisão decretada pela Justiça. Para sair da loja com os produtos, estes colaboradores do tráfico, segundo a polícia, tinham de deixar registrados em nota fiscal seus nomes e números do CPF.

“Como são produtos controlados, a venda é limitada a 2 litros por compra, ao mês. Para comprar em grande quantidade, ele aliciava moradores que tinham de deixar seu nome e CPF registrados na hora da compra. Um fator que facilitou a descoberta do esquema foi o fato de ter, no Rio, apenas uma empresa que vende estes produtos no varejo”, explicou o chefe de polícia, delegado Allan Turnowski.

Esquema do tráfico

Roupinol foi morto na terça-feira no Complexo do São Carlos, no Estácio, zona norte do Rio, durante uma troca de tiros com policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Segundo o chefe da Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, a movimentação financeira dos lucros da facção criminosa do traficante com a venda de cocaína vinha sendo investigada há três anos.

Em 2007, uma refinaria da droga foi descoberta na favela da Rocinha e, em 2009, outras duas foram encontradas na mesma comunidade. A partir desses fatos, a polícia começou a investigar como os traficantes conseguiam os produtos para o refino do entorpecente. Além da pasta base de cocaína, que é trazida de outros países, como Paraguai e Bolívia, o trabalho exige outros insumos químicos de venda controlada.

As investigações mostraram que, entre agosto de 2007 e 2009, Roupinol investiu cerca de R$ 42 milhões para comprar pasta base. Segundo dados da Polícia Civil, o traficante teria lucrado nos dois anos com a venda da cocaína cerca de R$ 54 milhões.

Na ação realizada ontem no Complexo do São Carlos, agentes da Core apreenderam um material com o traficante, onde havia a contabilidade da venda da droga em janeiro deste ano no Morro da Mineira, que integra a mesma facção criminosa do bandido. A cocaína rendeu o valor de mais R$ 3 milhões só neste período, naquela comunidade.

Operação

Roupinol foi enterrado nesta quarta-feira em Macaé, cidade do norte fluminense onde nasceu. Parte do comércio fechou por ordem do tráfico local, que era controlado pelo bandido.

No morro em que foi morto, São Carlos, no Rio, a Polícia Militar entrou em confronto com integrantes da quadrilha de Roupinol, após o velório simbólico do bandido, realizado na quadra da favela. Um oficial foi ferido de raspão. Uma pistola 9mm e 1.600 papelotes de cocaína foram apreendidos. Ninguém foi preso.

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