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segunda-feira, 15 de março de 2010

Netanyahu pede que Lula apoie posição internacional contra Irã

Em discurso que antecedeu ao do presidente brasileiro no Knesset (Parlamento israelense), o primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, pediu que Luiz Inácio Lula da Silva apoie a posição internacional que se opõe ao programa nuclear iraniano.

Além de Netanyahu, o presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, e a líder da oposição, a ex-chanceler Tzipi Livni, também criticaram a aproximação entre Brasil e Irã.

Em seu pronunciamento no Knesset, Lula se ateve ao conflito entre israelenses e palestinos, dizendo que "O Oriente Médio vive, há décadas, dolorosos enfrentamentos que têm custado milhares de vítimas".

"Para resolver situações dilacerantes é necessário construir alternativas racionais e duradouras de paz. Mas não é suficiente pôr apenas a cabeça a funcionar. É preciso, igualmente, que o coração esteja presente", afirmou Lula.

O presidente reiterou o apoio do Brasil à existência de um "Estado de Israel, soberano, seguro e pacífico" e afirmou que há "urgência de ver israelenses e palestinos vivendo em harmonia".

A paz foi o principal assunto dos discursos feitos de manhã por Lula e o presidente israelense, Shimon Peres, no primeiro ato oficial do presidente brasileiro no Oriente Médio.

Lula pediu a Peres um "esforço" para alcançar a paz e o incentivou a "buscá-la a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo".

O presidente também manifestou sua esperança de que a paz seja alcançada antes do final do mandato de Peres, que termina em 2012.

"Acho que não existe uma única palavra e um único motivo que justifique a guerra. Mas existem milhões de palavras e milhões de gestos que justificam a paz. E acho que nós precisamos buscá-la", disse Lula no jardim da Residência Presidencial, onde ressaltou que a política é a "arte de vencer o que parece impossível".

Peres, por sua parte, destacou que Lula deu "um novo legado à democracia" no Brasil e disse que "não resta muito tempo" para chegar à paz com os vizinhos árabes e palestinos.Os laços de Lula com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e a visita que tem prevista ao Irã para 15 de maio são motivo de desconfiança em Israel.

Irã e Brasil têm valores opostos, afirmou Netanyahu, para quem o primeiro país "representa a tirania e a crueldade", enquanto o segundo "representa a abertura e a tolerância".

"Eles honram a morte, e vocês celebram a vida", disse o primeiro-ministro, citado pela versão digital do jornal israelense "Haaretz".

O presidente israelense será nesta noite anfitrião de um jantar em homenagem a Lula em sua residência oficial, dando fim a um dia em que o governante brasileiro também participou de um seminário empresarial e teve encontros particulares com Netanyahu e Livni.

Essa é a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro à região desde 1876. Em 1876, o imperador Dom Pedro II esteve na Terra Santa.

Na terça-feira, o presidente brasileiro visitará o Museu do Holocausto (Yad Vashem), parada obrigada para todos os líderes estrangeiros que viajam a Israel.

Mais tarde, Lula segue para a cidade de Belém, na Cisjordânia, onde assistirá ao encerramento de um encontro empresarial e jantará com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Lula passará a noite em Belém, algo muito incomum entre os líderes internacionais, que normalmente dormem em Jerusalém.

No dia seguinte, o presidente segue para Ramallah, sede da Autoridade Nacional Palestina, onde assinará com Abbas uma série de acordos para fortalecer as relações bilaterais e visitará uma escola financiada com fundos brasileiros.

Além disso, depositará flores no túmulo do histórico dirigente palestino Yasser Arafat, ato que causou mal-estar em Israel, segundo a imprensa local, pelo fato de Lula não ter ido visitar o túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl.

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