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sábado, 20 de março de 2010

Votação de reforma da saúde dos EUA será histórica, diz Obama

O presidente americano, Barack Obama, descreveu a votação do Congresso sobre a reforma do sistema de saúde, marcada para este domingo, como um momento "histórico" em uma luta que já dura um século. Falando em um comício no Estado da Virgínia, na sexta-feira, Obama descartou as críticas feitas ao plano por membros do Partido Republicano e por alguns membros de seu próprio partido, o Democrata.
"A hora da reforma é agora", disse Obama, pedindo para que congressistas e cidadãos apóiem o projeto. Os democratas ainda estão tentando assegurar votos suficientes na Câmara dos Representantes para passar a versão do projeto que foi aprovada no Senado. Segundo o correspondente da BBC na Virgínia, Mark Mardell, o discurso de Obama foi inflamado, mas o Partido Democrata parece desanimado, sem vontade de motivar as pessoas na questão.
Duro debate
Caso aprovadas, as reformas irão garantir seguro saúde para cerca de 30 milhões de americanos que hoje em dia estão desprotegidos, no que é a principal prioridade doméstica do governo Obama. Chamando a batalha para criar o projeto de lei de "bagunçada", "frustrante" e "feia", o presidente disse que a proposta final foi o resultado de um ano de "duro debate".
"Todos os argumentos foram apresentados", disse Obama a estudantes da universidade George Mason. "Nós incorporamos as melhores ideias dos Democratas e Republicanos em uma proposta final." A Câmara dos Representantes e o Senado adotaram versões diferentes da lei no final de 2009.
Nesse caso, o procedimento padrão seria unificar as duas versões em um projeto que, então, seria enviado ao presidente para sanção. No entanto, no início deste ano líderes democratas decidiram adotar um outro procedimento para a votação. A decisão foi tomada depois que o Partido Democrata perdeu a supermaioria de 60 cadeiras no Senado - margem necessária para impedir obstruções da oposição republicana, o que poderia complicar ainda mais a tramitação da reforma da saúde.
O novo procedimento adotado é uma complexa manobra chamada reconciliação, que prevê que o projeto possa ser aprovado no Senado por maioria simples de 51 votos.
Críticas
Obama negou acusações dos republicanos de que o projeto foi muito caro, e disse que os americanos ouviram "um monte de bobagens" sobre o conteúdo da lei. A reforma, segundo ele, "reduz nosso déficit em mais de um trilhão de dólares nas próximas duas décadas". A Comissão de Orçamento do Congresso divulgou a estimativa de que a reforma da saúde deverá reduzir o déficit americano em US$ 138 bilhões nos próximos dez anos.
Segundo a comissão, que não é veiculada a nenhum partido, a reforma terá custo de US$ 940 bilhões em dez anos. O presidente também criticou seguradoras de saúde cujos lobistas, segundo ele, estão vagando pelos corredores de Washington para evitar que a lei seja aprovada.
"Nós acabaremos com as piores práticas das seguradoras. Essa é uma carta de direitos dos pacientes, sob o efeito de esteroides", disse Obama sob aplausos da multidão. Caso seja aprovada, a reforma representará a maior mudança no sistema de saúde americano desde a criação, nos anos 60, do Medicare, o projeto do governo para pessoas com mais de 65 anos.

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