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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aneel volta a suspender leilão da hidrelétrica de Belo Monte

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu na noite desta segunda-feira (19) o leilão da hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser construída no rio Xingu, no Pará. O leilão estava marcado para terça (20).
Mais cedo, a Justiça Federal do Pará havia determinado a suspensão após pedido do Ministério Público Federal do estado. O MP alegou falha na licença ambiental concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
A Advocacia Geral da União informou que espera a reverter a decisão. O Tribunal Regional da 1ª Região (TRF-1) informou, às 19h20, que o recurso já havia sido protocolado. A assessoria de imprensa do tribunal disse que uma decisão só deve ser dada na terça (20).
Veja a série de reportagens especiais do G1 sobre Belo Monte
Na semana passada, a Justiça Federal já havia concedido liminar suspendendo o leilão em outro processo, que afirmava que a obra fere os direitos indígenas. Após a decisão judicial, a disputa também chegou a ser cancelada pela Aneel . O TRF-1, no entanto, suspendeu a liminar e o leilão foi reconfirmado.
Na ação sobre os direitos indígenas, o MPF apresentou nesta segunda recurso contra a cassação da liminar. Os procuradores pediram que seja realizada com urgência uma sessão da Corte Especial, composta pela maioria dos desembargadores do tribunal. O TRF-1, porém, rejeitou rever a decisão.
Novo processo
A segunda ação analisada pela Justiça Federal do Pará questiona a concessão da licença ambiental por parte do IIbama. O MPF entrou com os dois processos no mesmo dia, 8 de abril, mas o primeiro, que se tratava dos direitos indígenas, foi analisado antes.
As duas ações civis públicas foram julgados pelo mesmo juiz, Antonio Carlos Almeida Campelo, de Altamira.
No novo processo, Campelo decidiu que a Aneel deveria pagar multa de R$ 1 milhão se não suspendesse os efeitos do edital que autoriza o leilão.

O leilão
Dois consórcios se inscreveram para o leilão. Um deles, chamado Norte Energia, tem participação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras, da Construtora Queiroz Galvão, da Galvão Engenharia e de outras seis empresas.
O segundo consórcio, chamado Belo Monte Energia, tem a construtora Andrade Gutierrez, a Vale, a Neoenergia. Nesse grupo estão duas subsidiárias da Eletrobras: Furnas e Eletrosul.
O governo informou que a Eletrobras definiu que a subsidiária Eletronorte será parceiro estratégico, ou seja, atuará ao lado de qualquer consórcio que vencer. Não há informações precisas, no entanto, de como será a parceria.
Duas das construtoras que auxiliaram nos estudos sobre o projeto, a Camargo Corrêa e a Odebrecht, anunciaram logo após a publicação do edital que não participariam do leilão. Elas informaram que "após análise detalhada do edital de licitação da concessão, assim como dos esclarecimentos posteriores fornecidos pela Aneel, as empresas não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação na disputa"
As construtoras vinham reclamando do preço máximo da energia a ser vendida estipulada pelo governo, de R$ 83 por MWh. O governo, no entanto, disse que o valor não seria alterado.

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