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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Com Goldman Sachs, Bovespa segue exterior e cai

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa nesta sexta-feira, afetada por um escândalo envolvendo o Goldman Sachs, que azedou o humor dos investidores e provocou a quedas de outras bolsas no mundo. A instituição financeira está sendo acusada pelo governo americano de enganar os investidores em seus relatórios sobre títulos vendidos associados com papéis de hipotecas subprime, enquanto o mercado imobiliário estava instável.

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Goldman Sachs diz que acusação da SEC é infundada
A Securities and Exchange Commission (SEC, comissão de valores mobiliários dos EUA) fez acusações de fraude civil contra o Goldman Sachs e um dos vice-presidentes da instituição. A agência alega que a companhia vendeu títulos complexos de hipotecas subprime e falhou na apresentação aos investidores quanto ao fato de que um grande fundo de hedge apostou contra os títulos. A notícia consolidou a queda das bolsas americanas. O Ibovespa foi no mesmo caminho e acentuou as perdas, se aproximando dos 69 mil pontos.



Foto: Getty ImagesAmpliar
Bolsa cai nesta sexta-feira; dólar estável
O índice Bovespa (Ibovespa) encerrou em queda de 1,56%, aos 69.421 pontos, perdendo o patamar de 70 mil pontos. A queda na semana foi de 2,79%.

"Com a curva dos DIs abrindo, os investidores vendem bolsa para cobrir perdas no mercado de juros futuros", acrescenta um operador. Além dos problemas com o Goldman Sachs, há uma correlação da Bovespa com os juros futuros, que começou a ganhar força ontem à tarde e é apontada como uma das razões para a Bovespa ter fechado em baixa de 0,72%, na contramão de Nova York.

O mercado teme que as previsões de altas mais elevadas da taxa básica de juros, para fazer frente ao crescimento acelerado da economia e conter pressões de preços, se concretizem, o que tiraria a atratividade do mercado de ações. Nos últimos dias, muitos economistas passaram a prever alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano, acima de 7%.

E, para completar, as commodities não têm ajudado muito, sem contar o receio de aperto monetário na China que poderia inibir o apetite por commodities. Os metais registram leve alta em Londres esta manhã, com destaque para o níquel, que testava novas máximas em 23 meses, de US$ 27.544 por tonelada.

As bolsas norte-americanas operam em baixa (Dow Jones -1,13% e Nasdaq -1,37%), pressionadas também pela ações de empresas de tecnologia, expressando a decepção dos investidores com os balanço do Google e da AMD. A queda das ações das companhias aéreas, últimas castigadas pelo caos provocado pelas cinzas do vulcão islandês, também puxam uma realização de lucros em Nova York.

Os balanços da General Eletric e do Bank of America apresentaram resultados positivos, mas não foram o bastante para reverter a baixa em NY.


Do lado corporativo, os investidores aguardam os desdobramentos do conflito envolvendo a fusão entre a Casas Bahia e o Grupo Pão de Açúcar. Termina hoje a trégua acertada entre os empresários Samuel e Michael Klein e Abílio Diniz. Hoje, as ações da Mills estreiam na Bovespa.

Europa

Os principais mercados de ações da Europa fecharam em baixa acentuada com as ações dos bancos afetadas pelo inesperado anúncio, já perto do fim das sessões europeias, de que a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão norte-americana que lida com valores mobiliários) acusa o Goldman Sachs de fraude. "Justo quando o horizonte parecia estar clareando e os mercados de ações tomavam um caminho de alta, explode essa bomba", lamentou Angus Campbell, da Capital Spreads. "Ainda é cedo demais para dizer que chegamos ao topo do mercado de ações, mas pelas próximas semanas será difícil agarrar-se aos ganhos."

Ásia

As bolsas da Ásia registraram perdas nesta sexta-feira, dia em que os investidores analisaram a pesquisa divulgada ontem sobre os novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que somaram 484 mil na semana terminada no dia 10 deste mês, um incremento de 24 mil contra os 460 mil de uma semana antes.

Dólar

Em um dia movimentado para os mercados, de queda das bolsas e das commodities, o dólar voltou a ser uma opção para os investidores. A moeda americana ganhou força não apenas contra o real, mas também em relação ao euro e à libra. Dados preliminares indicam que, com mínima de R$ 1,747 e máxima de R$ 1,768, o dólar comercial subiu pelo segundo dia, ao avançar 0,57%, cotado a R$ 1,760 na compra e a R$ 1,762 na venda. Na semana, que contou com três baixas e duas altas, a divisa americana recuou 0,62% e, no mês, já perdeu 1,07%. No ano, entretanto, o dólar segue valorizado em 1,09%.

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