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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Em discurso posse, novo governador do DF prega união política

O novo governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB) tomou posse nesta segunda-feira prometendo união entre partidos e transparência durante seu mandato-tampão, que vai até 31 de dezembro. Rosso foi escolhido através de eleição indireta neste sábado (17) com o voto de 13 dos 25 deputados distritais, após a cassação do mandato de José Roberto Arruda pela Justiça Eleitoral por infidelidade partidária há cerca de um mês.

“Não é hora de apostar no fracasso, é hora de união. Pela primeira vez um grupo de partidos e homens públicos se uniu em torno de um único objetivo, dar legitimidade ao governo local. Um esforço no resgate da credibilidade do Legislativo e Executivo diante do Judiciário. A união vai debelar o que se chamou de metástase institucional”, disse.

Rosso quer convencer a Procuradoria-Geral da República e o STF (Supremo Tribunal Federal) de que a intervenção federal será prejudicial para Brasília. Para isso, promete corte de gastos e transparência nas contas.

Promessas

Tramita no STF um pedido de intervenção no Distrito Federal. Se o pedido for acolhido pela corte, o Legislativo e Executivo locais perdem autonomia e cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar um interventor para administrar a capital.

“Vamos adotar práticas administrativas que protejam governo dos erros do passado. Não vamos nos comprometer com qualquer cargo eletivo nas próximas eleições”, disse. “Vamos trabalhar pautados pela objetividade e simplicidade. Não abriremos mão de quem possa colaborar para afastar os fantasmas do medo, da desconfia e da preguiça.”

Entre as principais propostas do novo governador, estão a continuidade de obras e serviços, a redução dos cargos comissionados e de despesas da máquina pública, além da aplicação dos recursos economizados nas áreas de saúde, segurança e educação.

Perfil

Advogado, suplente de deputado federal, presidiu a Codeplan (Companhia de Planejamento) durante o governo de José Roberto Arruda (sem partido). O órgão é alvo de denúncias na Justiça e de uma CPI na Câmara Legislativa por irregularidades em contratos de licitação na gestão de Durval Barbosa, principal delator do esquema de corrupção conhecido como Mensalão do DEM. As primeiras denúncias surgiram justamente durante a gestão de Rosso.

Rosso também participou da gestão de Joaquim Roriz. Foi administrador de Ceilândia e secretário de Desenvolvimento Econômico. Foi dele a ideia – não concretizada – de construir um trem-bala ligando Brasília a Goiânia. Hoje, Rosso é ligado ao deputado federal e presidente do PMDB-DF, Tadeu Filippelli. Ivelise Longhi, ex-administradora de Brasília, foi eleita vice-governadora.

O novo governador é casado com Karina Curi, filha de um dos maiores empresários da cidade, dono da Curinga dos Pneus.

Rosso defendeu alianças com todos os que se dispuserem a dar legitimidade ao governo. Tramita no Supremo Tribunal Federal um pedido de intervenção no Distrito Federal. Se o pedido for acolhido pela corte, o Legislativo e Executivo locais perderão autonomia e caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar um interventor para administrar a capital.

Crise política

Denúncias de recebimento e distribuição de propinas levaram à prisão e afastamento, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), de Arruda, então governador do DF, sob acusação de suborno de uma testemunha do esquema em fevereiro.

O vice-governador Paulo Octávio renunciou ao cargo dias depois. O então presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima, assumiu em seu lugar. Arruda teve o mandato cassado, o que deixou o cargo vago. Ele foi solto pelo STJ nesta segunda-feira (12), após passar dois meses na prisão.

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