O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou nesta quinta-feira que ficará à frente da instituição a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até esta tarde, Meirelles afirmava não saber se deixava o cargo para concorrer às eleições.
"Ficarei no Banco Central visando garantir a estabilidade da economia brasileira em um ano cheio de desafios. Quero completar um trabalho de mais de sete anos de consolidação da estabilidade de preços no Brasil, de uma economia que acumula reservas e que propicia à população aquilo que é básico para a cidadania: uma moeda com poder compra", afirmou Meirelles.
O presidente do BC também disse acreditar que se manter frente à instituição era a melhor maneira de ajudar o País no momento. "Nunca tive ambições políticas, mas considerei a opção com seriedade, como uma maneira de continuar fazendo um trabalho de consolidação da economia brasileira (...). Foi uma decisão difícil. Conversei com todos com quem devia conversar, mas acho importante fixar o objetivo que eu tenho: como, de fato, posso ajudar a política econômica brasileiras neste momento".
O presidente do BC afirmou ter tomado a decisão somente nesta quinta-feira e comunicou imediatamente a Lula, com quem se reuniu nesta tarde. "O presidente ficou muito feliz e me agradeceu bastante. Disse que dava grande segurança e tranquilidade saber que não precisaria se preocupar com o Banco Central até o fim do mandato. Mas, caso eu saísse, tenho absoluta certeza que Lula tomaria a decisão apropriada para manter o BC na mesma linha que temos hoje", disse Meirelles, que também comunicou sua permanência à ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Por outro lado, o presidente do BC afirmou que recebeu apelos para deixar o órgão. "O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, me ligou ontem e me fez um apelo emocionado para que saísse do Banco Central e fosse ser senador por Goiás". Meirelles comentou ter recebido apoio integral do PMDB, partido ao qual é filiado desde setembro de 2009, para se candidatar ao Senado.
Na última quarta-feira, Meirelles esteve reunido com Lula, que pediu que ele continuasse à frente do BC. O presidente do Banco Central, no entanto, pediu 24 horas para pensar. Sua intenção era concorrer à vice-presidência da República - ao lado de Dilma Roussef - ou tentar uma vaga no Senado pelo Estado de Goiás.
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